~ MARCO ~
Acordei com Maitê se mexendo inquietamente ao meu lado. O relógio digital na mesa de cabeceira marcava duas e quarenta e cinco da madrugada, e ela estava claramente lutando para encontrar uma posição confortável na cama. Se virava para um lado, depois para o outro, suspirava, ajeitava o travesseiro, e recomeçava todo o ciclo.
— Está tudo bem? — perguntei baixinho, me virando para encará-la na penumbra do quarto.
— Sim — respondeu rapidamente, mas continuou se remexendo sem conseguir ficar parada.
Observei por mais alguns minutos enquanto ela mudava de posição repetidamente, claramente agitada por algo. Era óbvio que não estava conseguindo dormir, e isso me preocupava. Depois de tudo que ela havia passado nas últimas semanas, o descanso era essencial.
— Maitê — disse suavemente, colocando uma das mãos no braço dela para tentar acalmá-la. — Você não deve se preocupar tanto. Estamos cuidando de tudo, ninguém pode te machucar aqui. Você está segura, o bebê está seguro...
— Não é isso — ela me interrompeu, sua voz carregada de uma frustração que me pegou desprevenido.
— O que é então? — perguntei, me apoiando no cotovelo para olhá-la melhor. — Pode desabafar comigo. O que está te incomodando?
Houve uma pausa longa, e mesmo na escuridão pude ver que ela estava constrangida.
— É que... — começou hesitante — estou com uma vontade incontrolável de comer algo completamente bizarro e potencialmente difícil de achar na Toscana. E isso não me deixa dormir. É como se meu cérebro simplesmente não conseguisse pensar em outra coisa.
Não consegui segurar uma risada baixa. Desejos de grávida. Claro.
Me levantei da cama procurando por roupas no escuro.
— O que você está fazendo? — ela perguntou, se sentando na cama e me observando pegar uma calça jeans.
— Vou buscar — respondi simplesmente, vestindo a calça e procurando por uma camisa.
— Buscar? — sua voz subiu uma oitava. — Essa hora? Marco, isso é impossível. São quase três da manhã!
— Volta a dormir — disse, já me dirigindo para a porta. — Logo eu volto.
— Mas Marco, eu nem te disse o que eu quero!
Parei na porta e me virei para ela.
— Então me diz.
— Tapioca com sorvete de coco e goiabada — ela disse rapidamente, como se as palavras tivessem saído antes que pudesse mudar de ideia. — Eu sei que soa maluco, mas é exatamente isso que eu preciso comer agora.
— Não soa maluco — menti, tentando não demonstrar o quão peculiar aquela combinação realmente era. — Volto já.
A verdade era que soara completamente maluco, mas também era verdade que eu faria qualquer coisa para vê-la dormir tranquila. Se ela queria tapioca com sorvete de coco e goiabada às três da manhã, então era isso que ela teria.
Saí da casa silenciosamente, tomando cuidado para não acordar ninguém, e entrei no meu carro. A viagem até Florença levaria cerca de uma hora, mas conhecia pessoas que poderiam me ajudar mesmo no meio da madrugada.
Durante o trajeto pelas estradas vazias da Toscana, liguei para Roberto, um chef que trabalhava em um dos restaurantes que frequentávamos e que me devia alguns favores. Demorou vários toques para ele atender, e quando finalmente o fez, sua voz estava claramente sonolenta.
— Marco? Que merda, são três e meia da manhã...
— Roberto, preciso de um favor urgente — interrompi. — Preciso de polvilho doce, leite de coco, sorvete de coco e goiabada brasileira. Agora.
— Sua tapioca com sorvete de coco e goiabada — respondi orgulhoso, oferecendo o prato para ela.
O que aconteceu a seguir foi completamente inesperado. Maitê olhou para o prato, o cheiro a atingiu com mais força, e ela saiu correndo para o banheiro. Ouvi o som inconfundível de vômito do outro lado da porta.
Quando ela voltou, alguns minutos depois, estava pálida e se segurando na parede.
— Errei? — perguntei preocupado. — Não era isso que você queria?
— Era — ela disse fracamente, se sentando na beirada da cama. — Mas agora não consigo nem sentir o cheiro. O enjoo bateu forte. Desculpa, Marco.
— Não precisa se desculpar — disse, pegando o prato e experimentando um pedaço da tapioca improvisada com goiabada.
O sabor era...
— Meu Deus — disse, fazendo uma careta involuntária. — Isso não tem nada a ver com tapioca de verdade, né?
Maitê começou a rir, primeiro baixinho, depois mais alto, até que estávamos os dois rindo da situação absurda.
— Você dirigiu até Florença no meio da madrugada para fazer a pior tapioca do mundo — ela disse entre risos.
— E faria de novo — respondi honestamente, tirando o prato de perto dela para que o cheiro não a incomodasse mais.
Enquanto a via rir, com os cabelos bagunçados e ainda um pouco pálida do enjoo matinal, tive uma realização súbita. Nunca na minha vida havia me imaginado fazendo algo assim por mulher nenhuma. Acordar no meio da madrugada, dirigir duas horas, persuadir pessoas a me ajudar, tudo para satisfazer um desejo completamente irracional de uma mulher grávida.
E a parte mais surpreendente era que faria tudo de novo sem hesitar.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...