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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 416

~ MAITÊ ~

Dez dias. Dez dias desde que havíamos chegado à propriedade Galli, e eu me pegava contando os dias como se fosse uma prisioneira marcando o tempo. Não que me sentisse presa - na verdade, havia algo profundamente libertador em estar ali, longe de toda a toxicidade que havia dominado minha vida nos últimos meses. Mas também havia uma sensação estranha de estar vivendo em uma bolha, como se o mundo real tivesse parado de existir temporariamente.

Estava sentada no terraço com Lívia, aproveitando o final da tarde dourada que se tornara nossa rotina diária. Ela estava folheando uma revista italiana que havia encontrado na biblioteca da casa, enquanto eu observava as oliveiras balançando suavemente com a brisa. Era um cenário de paz absoluta, mas minha mente não conseguia se aquietar completamente.

— Não acha estranho? — comentei, quebrando o silêncio confortável entre nós.

— O quê? — Lívia perguntou, erguendo os olhos da revista.

— Dominic estar tão quieto. Dez dias e... nada. Nenhuma movimentação, nenhuma tentativa de nos localizar, pelo menos nada que chegou até nós. É muito diferente dele.

Lívia fechou a revista e me olhou pensativa.

— Talvez ele não tenha nenhuma pista real de onde estamos. Marco foi muito cuidadoso com tudo, e esta propriedade é registrada no nome da família da Beatrice, não dos Bellucci. Pode ser que ele esteja simplesmente perdido.

Balancei a cabeça, sentindo uma inquietação que não conseguia explicar.

— Você já viu as redes sociais ultimamente?

— Não — Lívia admitiu. — Marco pediu para evitarmos qualquer coisa que pudesse ser rastreada. Por quê?

Suspirei, lembrando das capturas de tela que Marco havia me mostrado discretamente alguns dias atrás, contra seu próprio conselho de que eu não deveria me expor àquilo.

— Meus pais estão aparecendo constantemente, lançando depoimentos emocionais sobre o desaparecimento da filha. Chorando na frente das câmeras, implorando para que eu volte para casa, dizendo que estão desesperados e que só querem ter certeza de que estou bem.

Senti meu peito se apertar ao relembrar as imagens. Minha mãe, com os olhos vermelhos e inchados, segurando uma foto minha de quando eu era mais nova. Meu pai pedindo para quem quer que me tivesse "levado" que me trouxesse de volta em segurança.

— Dominic certamente está os manipulando — continuei, minha voz carregada de amargura. — Ele sabe exatamente como usar a emoção dos meus pais para criar pressão pública e me fazer sentir culpada.

Lívia acenou lentamente, entendendo a estratégia.

— Provavelmente porque ele acha que isso pode te atingir emocionalmente e fazer você entrar em contato com eles.

— Não vou — declarei com mais firmeza do que realmente sentia. — Sei que é exatamente isso que ele quer. No momento em que eu fizer qualquer contato, ele vai conseguir me rastrear.

Mas as palavras saíram mais fáceis do que o sentimento real. Apesar de tudo... eram meus pais. Era difícil, apesar de tudo, simplesmente... deixar de amá-los como família.

Mudei de assunto, tentando afastar esses pensamentos pesados.

— E seus pais? — perguntei. — Eles devem estar preocupados com você também.

Luca e Mia haviam vindo de Florença especialmente para a ocasião, trazendo vinhos especiais e histórias animadas sobre a cidade que em breve seria nosso novo lar. A mesa estava repleta de pratos tradicionais toscanos: risotto com cogumelos porcini, osso buco com polenta cremosa, salada de rúcula com parmesão e figos frescos.

Marco estava visivelmente ansioso, mas era uma ansiedade positiva. Havia algo nos olhos dele que não via há dias - esperança. Esperança de que finalmente poderíamos parar de nos esconder e começar a viver.

Durante a refeição, a conversa fluía naturalmente entre italiano e português, com Giovanni e Beatrice fazendo questão de me incluir em todas as histórias familiares, como se eu realmente fosse parte da família há anos. Mia contava sobre o apartamento que Marco havia escolhido para nós, descrevendo a vista da janela e o mercado local onde poderíamos comprar ingredientes frescos.

Quando chegamos à sobremesa - um tiramisù caseiro que Beatrice havia preparado especialmente para mim - Giovanni se levantou e pegou uma garrafa de vinho Bellucci.

— Um brinde — disse ele, servindo o vinho para todos e suco de uva espumante para mim. — À família. À coragem. E aos novos começos.

Marco se levantou ao meu lado, colocando uma das mãos carinhosamente em meu ombro.

— À minha esposa — disse, seus olhos encontrando os meus — e ao nosso filho!

— À família — ecoou Beatrice, erguendo sua taça.

— À família — repetimos todos em uníssono, as taças se encontrando no centro da mesa em um tinir delicado de cristal.

Enquanto bebia o suco doce e observava os rostos sorridentes ao meu redor, senti uma emoção profunda me encher o peito. Era estranha a sensação de realmente... me sentir em casa.

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