~ VIVIANE ~
Estava acomodada no sofá de couro italiano da sala de estar, com as pernas esticadas para cima, assistindo a um thriller americano que Dominic havia escolhido. Não era exatamente minha primeira opção de entretenimento para uma noite de quinta-feira, mas aprendi há muito tempo que era mais fácil concordar com as preferências dele do que tentar negociar.
Dominic estava recostado na outra extremidade do sofá, aparentemente relaxado, com um copo de whisky na mão e uma expressão quase zen no rosto. Era impressionante como conseguia manter essa calma imperturbável, como se os últimos dez dias não tivessem sido um caos completo de imprensa, advogados e estratégias de controle de danos.
A casa estava silenciosa exceto pelo som da televisão. Havíamos dispensado a empregada mais cedo, e o ambiente tinha aquela tranquilidade doméstica que sempre me deixava ligeiramente desconfortável. Momentos assim me lembravam de como nossa relação era fundamentalmente transacional, disfarçada de intimidade.
O filme foi interrompido por uma sequência de comerciais, e foi então que apareceu na tela um anúncio elaborado dos vinhos Bellucci. Imagens deslumbrantes de vinhedos na Serra Gaúcha, seguidas de cenas elegantes de pessoas sofisticadas degustando vinho em ambientes luxuosos.
— Sabe o que eu não entendo? — comentei, sem tirar os olhos da tela.
— O quê? — Dominic perguntou, sem demonstrar muito interesse, mexendo no gelo do seu whisky.
— Porque você está tão calmo enquanto nossa galinha dos ovos de ouro, carregando um seu pintinho de ouro, está escondida em algum lugar do mundo com esse Bellucci.
Dominic virou a cabeça na minha direção, um pequeno sorriso se formando no canto da boca.
— Algum lugar do mundo, não — corrigiu calmamente. — Itália, mais exatamente Florença.
Senti meu corpo se remexer involuntariamente no sofá. A casualidade com que ele disse isso me pegou completamente desprevenida. Ele sabia onde ela estava?
— E se você sabe disso, por que não estamos fazendo nada? — perguntei, minha voz subindo ligeiramente de tom. — Por que você não registrou o sequestro dela oficialmente e nem deixou que os pais o fizessem?
Dominic tomou um gole deliberadamente lento do whisky antes de responder.
— Porque não é o momento.
— Como assim não é o momento? — insisti, me virando completamente para encará-lo.
— O momento é deles se sentirem seguros, acharem que viraram o jogo — explicou com uma paciência quase condescendente. — Deixá-los pensar que estão no controle da situação.
— Mas você mobilizou a imprensa — argumentei, lembrando de todas as ligações estratégicas que ele havia feito. — Fez os pais dela darem depoimentos chorando na televisão, fez todos os jornais chamarem o Bellucci de sequestrador internacional.
— Exato — ele concordou, seus olhos brilhando com uma satisfação que conhecia bem. — Porque meu plano inclui minar completamente o nome da família, colocar eles como vilões públicos para quando o golpe final vier.
Senti uma curiosidade ardente me corroendo por dentro.
Ele riu novamente, e eu forcei uma risada em resposta, tentando parecer casual com o comentário que soava mais como uma avaliação de mercadoria do que um elogio.
Decidi mudar rapidamente de assunto antes que meu desconforto se tornasse mais óbvio.
— E o que fazemos agora então? — perguntei, voltando minha atenção para a televisão onde o filme havia retornado.
— Agora? — Dominic repetiu, se acomodando melhor no sofá e voltando sua atenção para a tela. — Agora terminamos o filme.
Ele tomou mais um gole do whisky, claramente sinalizando que a conversa havia acabado.
— E deixamos eles brincarem de família feliz.
Havia algo na maneira como disse essas últimas palavras que me fez sentir um arrepio percorrer minha espinha. Não era apenas frieza; era uma satisfação quase sádica, como se ele estivesse genuinamente se divertindo com a ideia de permitir que Maitê e Marco construíssem uma falsa sensação de segurança.
Voltei minha atenção para o filme, mas minha mente estava longe da trama na tela. Pensava no tom de voz de Dominic quando mencionou Florença, na certeza absoluta que ele demonstrou sobre a localização deles. Se ele sabia exatamente onde estavam há tanto tempo, por que realmente estava esperando? O que poderia ser mais vantajoso do que simplesmente recuperar Maitê e o bebê imediatamente?
E mais importante: qual era exatamente esse "golpe final" que ele mencionou?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...