Entrar Via

Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 419

~ MARCO ~

Arregalei os olhos instintivamente quando vi a expressão no rosto de Maitê. Havia algo de completamente inesperado ali, uma mistura de surpresa e choque que me fez esquecer instantaneamente nossa discussão sobre horários e telefonemas.

— Está tudo bem? — perguntei preocupado, dando um passo em sua direção. Minha mente imediatamente correu para todas as possibilidades médicas que poderiam estar acontecendo. Problemas na gravidez, dor, alguma complicação que eu não saberia como lidar.

Ela não respondeu, apenas continuou me olhando com aquela expressão estranha, uma das mãos ainda posicionada sobre a barriga.

— Maitê, por favor, me diz o que está acontecendo — insisti, minha voz carregada de uma urgência crescente. — Desculpa por ter chegado tarde, desculpa por não ter ligado. Eu não quero te preocupar, não quero causar estresse que possa fazer mal para você ou para o bebê e...

Ela me interrompeu com outro gritinho, bem parecido com o primeiro, mas dessa vez havia algo diferente em sua expressão. Não era alarme ou dor. Era... diversão?

— Maitê? — chamei novamente, completamente perdido sobre o que estava acontecendo.

Ela riu então, um som baixo e maravilhado que me confundiu ainda mais.

— Acho que ele gosta da sua voz — disse suavemente, seus olhos brilhando com uma emoção que não consegui identificar imediatamente.

— O quê? — perguntei, franzindo a testa sem entender.

Ao invés de responder com palavras, Maitê estendeu a mão delicadamente e pegou a minha, guiando-a com cuidado até posicioná-la sobre sua barriga. Sua pele estava quente através da blusa fina, e senti imediatamente a curva suave que havia se desenvolvido ao longo dos últimos meses.

— Continue falando — pediu suavemente, cobrindo minha mão com a dela.

— Sobre o quê? — perguntei, ainda confuso, mas obedecendo automaticamente ao seu pedido.

— Qualquer coisa — respondeu, sua voz carregada de uma expectativa que eu ainda não compreendia completamente.

Tentei organizar meus pensamentos, buscando algo banal para falar enquanto mantinha minha mão onde ela havia colocado.

— Bem... — comecei hesitante — Christian teve uma ideia meio maluca hoje sobre organizar um acampamento para união da equipe. Ele acha que se levarmos todos os funcionários da Bellucci Itália para um fim de semana no meio do mato, vai melhorar o moral depois de toda a mudança no comando, ainda mais depois das notícias que eles viram do Brasil. Imagina só, Mia tentando montar uma barraca ou...

Não consegui completar a frase. Uma sensação completamente inesperada passou sob minha palma - como se algo pequeno e determinado tivesse dado um empurrão contra minha mão a partir de dentro da barriga de Maitê. Era sutil, mas inconfundível, como uma pequena onda de movimento que se espalhou através da pele dela.

Parei de falar abruptamente, meus olhos encontrando os de Maitê novamente.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, eu mantendo minha mão sobre sua barriga e esperando por mais movimentos. Quando aconteceu novamente - outro pequeno empurrão, talvez um pouco mais forte que o primeiro - senti uma emoção tão intensa que quase me derrubou.

Ia ser pai. Realmente, verdadeiramente, ia ter um filho ou uma filha. Alguém que dependeria de mim, que me olharia como protetor e provedor e exemplo. Alguém que carregaria parte de mim e parte de Maitê para o futuro.

A responsabilidade era esmagadora, mas ao mesmo tempo emocionante de uma forma que nunca havia experimentado. Não era mais apenas sobre proteger Maitê dos planos maliciosos de Dominic, ou sobre manter nossa situação legal sob controle, ou sobre construir um relacionamento funcional entre nós dois.

Era sobre criar uma família. Uma família real, com uma pessoa nova que já estava fazendo sua presença conhecida, que já estava respondendo ao som da minha voz, que já era parte de nossas vidas de uma forma tangível e imediata.

— Nossa briga parece meio idiota agora, não é? — comentei, ainda não tirando minha mão da barriga dela.

Maitê riu suavemente.

— Um pouco. Mas ainda quero que você me ligue quando for se atrasar — disse, mas seu tom estava completamente desprovido da irritação anterior. — Agora somos três. E todos nós ficamos preocupados quando você desaparece.

— Somos três — repeti, deixando o peso daquelas palavras se assentar em minha mente.

Pai. Eu ia ser pai.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )