Christian desviou o olhar, seus dedos tamborilando nervosamente na mesa de madeira nobre. A luz das estrelas dançava através do vinho em sua taça, projetando reflexos avermelhados em seu rosto tenso.
— Vou contar quando ele voltar — respondeu finalmente, sua voz baixa e controlada, como se escolhesse cada palavra com cuidado. — Ele tem muita coisa na cabeça no momento.
— O que você quer dizer?
Ele fez um gesto vago com a mão, como se tentasse espantar um pensamento desconfortável.
— Não importa. O relevante é que sim, pretendo contar. Apenas esperando o momento adequado.
— Quando ele volta?
— Provavelmente no último dia do evento.
Afastei-me da mesa, empurrando a cadeira com mais força do que pretendia. O vinho em minha taça tremeu, derramando algumas gotas sobre a toalha branca. Um turbilhão de emoções me atravessava.
— Então me trouxe para a mansão sabendo que seu avô voltará em poucos dias? — Encarei-o, as peças se encaixando em minha mente como um quebra-cabeça sombrio. — Bastante conveniente. Quase como se quisesse que ele me encontrasse aqui.
— Ofereci um lugar para você ficar porque estava em uma situação difícil. Porque não tinha para onde ir depois de ter sacrificado seu emprego para me ajudar. — Ele respirou fundo, como se buscasse controle. — Nem tudo precisa ser parte de algum plano elaborado, Zoey. Às vezes as pessoas simplesmente... ajudam umas às outras.
— Claro, porque você nunca manipula situações para seu próprio benefício — rebati, o sarcasmo escapando antes que pudesse contê-lo. — Você nunca usa as pessoas como peças em seu tabuleiro de xadrez pessoal.
Ele se inclinou sobre a mesa, seus olhos fixos nos meus, intensos demais para que eu pudesse desviar o olhar.
— É isso que você pensa de mim? — Havia uma frieza controlada na voz dele agora, como gelo fino sobre águas profundas. — Que estou sempre manipulando pessoas? Usando-as?
— Você me pagou para engar seu avô, não foi? — Cruzei os braços, um gesto mais protetor do que desafiador.
— Um acordo que beneficiou nós dois. — Seus olhos brilharam com uma mistura de mágoa e raiva, a máscara de CEO momentaneamente esquecida. — Ou já esqueceu que a dívida do seu pai foi resolvida?
— Nunca esquecerei o que você fez por nós. Mas isso não significa que posso continuar sendo sua noiva de aluguel sempre que precisar agradar seu avô ou avançar seus planos de negócios.
A expressão dele escureceu, algo vulnerável e ferido atravessando seu olhar por um breve instante antes de ser suprimido.
— Não foi isso que sugeri. E certamente não é como vejo você.
Enquanto descia as escadas, o aroma de café recém-preparado me guiou através do corredor principal. Vozes vindas da cozinha capturaram minha. Reconheci imediatamente a voz profunda de Christian, seguida por uma risada mais jovial que só podia pertencer a Marco, seu primo. Aproximei-me silenciosamente, não querendo interromper o que parecia ser uma conversa descontraída. Estava prestes a anunciar minha presença quando ouvi meu nome ser mencionado.
— Então Zoey te alertou sobre a sabotagem? Você deve mesmo estar apaixonado por essa garota para trazer alguém da concorrência direto para dentro de casa.
Congelei no corredor, a poucos passos da entrada da cozinha, prendendo a respiração involuntariamente. Meu coração começou a bater mais rápido, não pela menção do meu nome, mas pela implicação nas palavras de Marco – e mais ainda, pela resposta que Christian daria.
— Claro que não — a voz de Christian soou dura, distante. Mesmo sem vê-lo, podia imaginar sua expressão fechada, aquela máscara impenetrável que usava em negociações. — Ela é apenas... conveniente. Depois de toda aquela história na mídia, preciso convencê-la a manter as aparências até conseguir o que preciso.
Cada palavra foi como uma pequena punhalada. Conveniente. Manter as aparências. Conseguir o que precisa. Então era isso que eu era para ele – uma peça útil, um meio para um fim.
— E depois? — insistiu Marco, sua voz carregando uma curiosidade quase maliciosa.
Houve uma pausa, o silêncio pesando no ar por alguns segundos que pareceram eternos. Então, a voz de Christian, agora mais baixa, mais definitiva:
— Depois acabou. Não é como se ela fosse realmente o tipo de mulher para alguém na minha posição. Foi um arranjo temporário desde o início.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...