As palavras de Christian martelavam em minha mente enquanto eu me preparava para sair. "Não é como se ela fosse realmente o tipo de mulher para alguém na minha posição." Cada sílaba era uma pequena ferida que se abria, repetidamente.
Vesti-me com cuidado - jeans escuro, blazer bem cortado e uma blusa simples. Não era o traje que usaria se ainda estivesse representando a Vale do Sol, mas era adequado para passar despercebida no evento.
Meu plano era simples: ir ao complexo, verificar se a apresentação da Bellucci ocorreria sem problemas, e então partir. Sem confrontos, sem drama. Apenas a confirmação de que meu alerta sobre a sabotagem tinha surtido efeito.
Peguei um táxi até o complexo, observando a paisagem da Serra Gaúcha pela janela. Era irônico como um lugar tão lindo poderia ser cenário para tanta dor. O motorista, percebendo meu silêncio, manteve-se calado durante todo o trajeto.
Quando cheguei, o evento já estava em pleno vapor. Estandes coloridos, pessoas circulando com taças de vinho, sommeliers explicando notas e texturas... Era quase surreal estar ali agora como uma espectadora anônima, sem crachá, sem responsabilidades. Mas eu não gostava disso, me sentia vazia. E ainda nem tinha começado a considerar o fato de que estava desempregada e talvez precisasse implorar pela minha vaga como vendedora de vestidos de noiva novamente.
Mantive-me nas sombras, circulando discretamente pelas extremidades do salão. Avistei Lisa, minha ex-assistente, parecendo perdida enquanto tentava coordenar algo no estande da Vale do Sol. Por um momento, senti um aperto no peito. Culpa, talvez? Não havia tido chance de explicar a ela o motivo da minha saída repentina.
Eventualmente, encontrei o que procurava – o estande da Bellucci, facilmente o mais elegante e sofisticado do evento. Em contraste com o colorido exagerado da Vale do Sol, a Bellucci apostava em tons terrosos, madeira nobre e iluminação suave, criando uma atmosfera que remetia às adegas centenárias de sua propriedade.
E lá estava Christian, comandando uma degustação especial para alguns compradores importantes. Mesmo à distância, sua presença era magnética. O terno impecavelmente ajustado, a postura confiante, o modo como gesticulava ao explicar as características de um vinho... Por um momento, fiquei hipnotizada, esquecendo momentaneamente o motivo de estar ali.
Como se sentisse meu olhar, ele ergueu a cabeça subitamente. Nossos olhares se cruzaram através do salão lotado, e por um instante, o mundo ao redor pareceu desaparecer. Algo indefinível passou por seus olhos – surpresa, confusão e talvez... remorso?
Desviei o olhar primeiro, recuando para trás de uma coluna. Meu coração batia descompassado, e tive que respirar fundo várias vezes para me acalmar. Vim aqui com um propósito, lembrei a mim mesma. Sem distrações emocionais.
O anúncio pelos alto-falantes indicou que a apresentação principal da Bellucci começaria em quinze minutos no auditório principal. Segui a pequena multidão que se formava, mantendo-me nas últimas fileiras, praticamente escondida na penumbra.
Os minutos passaram lentamente enquanto o auditório se enchia. Vi Marco coordenando a equipe técnica, verificando os últimos detalhes. Christian estava parado no canto do palco, revisando algo em seu tablet, completamente focado. Ocasionalmente, seu olhar varria a plateia, como se procurasse por alguém.
Por mim? A ideia era absurda, mas não consegui afastá-la.
A apresentação começou pontualmente. Christian assumiu o microfone com a naturalidade de quem nasceu para os holofotes. Sua voz preencheu o auditório enquanto ele explicava a história da Bellucci, seus métodos tradicionais, a inovação que buscavam para o futuro.
— Sr. Bellucci! — exclamei, tentando esconder o choque. — Eu... pensei que estivesse na Itália.
— Voltei mais cedo. — Ele sorriu, mas havia algo cansado em sua expressão. — Assuntos urgentes. E por favor, chame-me Giuseppe. Afinal, você será uma Bellucci em breve.
Meu estômago deu uma volta completa. Christian realmente não havia contado a ele sobre o término.
— É um prazer vê-lo novamente — consegui dizer, minha voz mais firme do que me sentia.
Ele apertou minhas mãos entre as suas, aquele gesto paternal que sempre me pegava desprevenida.
— O prazer é meu, querida. — Seu sorriso se ampliou. — É bom ver que meu neto ainda não estragou tudo com você.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...