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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 425

~ MAITÊ ~

Assim que Marco e Nate desapareceram no corredor, Anne se inclinou para frente com aquele sorriso cúmplice que só mulheres grávidas compartilham entre si.

— Então — disse, baixando a voz de forma conspiratória — como você está lidando com... isso?

— Isso o quê? — perguntei, fingindo não entender, mas sentindo meu rosto esquentar.

— Maitê, por favor — Anne riu. — Você estava praticamente devorando Marco com os olhos. E considerando que está no segundo trimestre... bem, eu imagino que as coisas estejam bem intensas por aí.

Suspirei, desistindo de fingir.

— Como você fazia para se controlar?

— Controlar? — Anne gargalhou. — Quem disse que eu me controlava? Pobre Nate teve muito trabalho comigo. Na verdade, ainda tem.

Ela piscou maliciosamente, e não pude evitar rir também.

— Sério?

— Completamente. Tem dias que eu acordo e ele mal consegue sair da cama para trabalhar — disse com um sorriso travesso. — Os hormônios no segundo trimestre são uma coisa impressionante. É como se seu corpo decidisse que precisa compensar todos os meses que você não pode beber vinho.

— E como vocês... quer dizer, não é estranho com a barriga e...?

— Maitê, existem posições para isso — Anne disse de forma prática. — E Nate é muito... criativo quando necessário.

Senti minha face queimar, mas também senti um alívio enorme ao poder falar sobre isso abertamente.

— É que com Marco ainda estou... descobrindo as coisas. Às vezes me sinto como se estivesse enlouquecendo de vontade, mas ao mesmo tempo fico insegura sobre como ele me vê agora, com as mudanças do corpo...

— Ah, por favor — Anne interrompeu. — Você viu como ele te olhava durante o jantar? O homem estava praticamente se segurando para não avançar e você aqui mesmo, na nossa frente.

— Você acha?

— Tenho certeza. Marco sempre foi muito... intenso quando gosta de alguém. Na verdade, nem é só sobre pessoas. Sobre trabalho, hobbies, qualquer coisa... Lembro de quando estávamos juntos e ele decidiu que precisava vencer o Christian no tênis e só falava disso.

Algo na forma como ela disse isso me fez franzir a testa.

— Quando estavam juntos?

Anne parou no meio do gesto de pegar o copo d'água, e vi uma expressão de alarme passar rapidamente pelo seu rosto.

— Quer dizer... — começou, mas parou, parecendo perceber que havia dito algo que não deveria.

Um silêncio desconfortável se instalou entre nós. Senti algo frio se espalhando pelo meu peito, uma sensação familiar de desconfiança que eu conhecia bem demais.

— Vocês tiveram algo? — perguntei, minha voz saindo mais baixa do que pretendia.

Anne fechou os olhos por um momento, como se estivesse se repreendendo internamente.

— Ele não te contou, não é?

O silêncio foi resposta suficiente.

— Posso te dar um conselho? — perguntou suavemente.

Acenei.

— A vida já é complicada demais para você querer adicionar camadas desnecessárias de preocupação. E digo isso por experiência própria — ela sorriu. — Passei meses me torturando sobre o que sentia por Nate. Ficava analisando cada sentimento, cada reação, tentando descobrir a "verdade" por trás de tudo.

— E o que aconteceu?

— Percebi que estava desperdiçando tempo precioso. Que tudo fica mais leve quando você simplesmente se permite... viver. Talvez seja isso que vocês precisem - não de rótulos ou análises profundas, mas de simplesmente estar juntos e ver onde isso leva.

— Mas e se eu estiver confundindo atração física com sentimentos reais?

— E se estiver? — Anne deu de ombros. — E se não estiver? O importante é que vocês estão bem juntos agora. Que estão construindo algo, mesmo que ainda não saibam exatamente o que é.

Ficamos em silêncio por alguns minutos. Eu processando suas palavras, ela me dando espaço para pensar.

— Sobre Marco e eu — Anne disse finalmente. — Realmente é passado, Maitê. Durou alguns meses e nem foi oficial. Nada comparado ao que ele claramente sente por você.

— Como você pode ter certeza?

— Porque eu o conheço. E nunca o vi olhar para ninguém da forma como olha para você. Nunca o vi tão... presente com alguém.

Antes que pudesse responder, ouvimos vozes masculinas vindo do corredor. Marco e Nate estavam voltando.

— Pensa no que eu disse — Anne sussurrou rapidamente. — Às vezes, a melhor coisa que podemos fazer é parar de analisar e simplesmente... se entregar.

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