Entrar Via

Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 426

~ MAITÊ ~

Anne e Nate se despediram com promessas de nos encontrarmos novamente antes do nascimento do bebê deles. Anne me deu um abraço longo e sussurrou no meu ouvido "pensa no que eu disse", antes de sair com Nate, que carregava cuidadosamente a bolsa dela e oferecia o braço para apoio sempre que ela precisava descer um degrau ou se equilibrar. Pequenos gestos de cuidado que falavam de meses de prática, de um amor que havia se adaptado às necessidades da gravidez.

Assim que a porta se fechou, senti a tensão no ar mudar completamente. Marco se aproximou de mim por trás enquanto eu recolhia os copos da mesa de centro, suas mãos encontrando minha cintura.

— Finalmente sozinhos — murmurou contra meu pescoço, seus lábios roçando na pele sensível logo abaixo da orelha.

O toque dele ainda provocava a mesma reação elétrica de sempre, meu corpo imediatamente respondendo à proximidade. Senti o calor familiar se espalhando pelo meu peito, os hormônios da gravidez fazendo cada toque parecer mais intenso, mais necessário. Mas desta vez, algo dentro de mim resistiu. A conversa com Anne ainda ecoava na minha mente, especialmente a parte sobre o passado que Marco havia escolhido não mencionar.

— Vamos levar isso para a cozinha — disse, me afastando suavemente de seus braços, sentindo a perda imediata do calor do corpo dele.

Marco me seguiu, carregando pratos e talheres, claramente ainda no clima romântico que havia sido interrompido pela chegada de Signora Margherita mais cedo. Podia sentir seus olhos em mim enquanto eu organizava os copos, a maneira como ele se movia pela cozinha com aquela graça natural que sempre me fazia prestar atenção em cada músculo, cada gesto.

Signora Margherita havia deixado tudo organizadíssimo antes de partir, então só precisávamos deixar a louça na bancada para ela lavar amanhã. Era uma tarefa simples que deveria levar poucos minutos, mas eu estava deliberadamente prolongando, organizando cada prato com cuidado desnecessário, tentando ganhar tempo para organizar meus pensamentos.

— Onde estávamos mesmo antes dos nossos convidados chegarem? — Marco perguntou com um sorriso travesso, suas mãos encontrando minha cintura novamente.

Conseguia sentir a determinação dele, a maneira como seu corpo se posicionava atrás do meu, irradiando calor e intenção. Parte de mim queria simplesmente se entregar, seguir o conselho de Anne e parar de analisar tudo. Mas havia uma voz na minha cabeça que não conseguia silenciar.

Continuei organizando os pratos sem olhar para ele, meus movimentos se tornando mais tensos.

— Marco, preciso te perguntar uma coisa.

O tom da minha voz deve ter alertado algo nele, porque parou imediatamente de tentar me seduzir. Senti suas mãos se retirando da minha cintura, o espaço entre nós se expandindo de forma quase palpável.

— O que foi?

A maneira como perguntou, com aquela cautela súbita, já me deu parte da resposta que eu não queria ouvir.

— Por que você não me disse que você e Anne tiveram um relacionamento?

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. O único som na cozinha era o zumbido baixo da geladeira. Vi Marco congelar completamente atrás de mim, uma expressão de alarme passando rapidamente pelo seu rosto antes de ser substituída por algo mais cuidadoso, mais calculado.

A expressão no rosto dele mudou completamente. A confusão desapareceu, substituída por uma mistura de dor e algo que parecia quase... traição. Como se eu tivesse quebrado algo precioso e frágil entre nós.

E foi então que percebi a crueldade do que havia dito. Diferente de Dominic, que estava obcecado por testes de DNA e provas de paternidade, Marco nunca havia questionado se o bebê era dele. Desde o momento em que descobriu a gravidez, ele havia simplesmente assumido aquela criança como sua, sem hesitação, sem dúvidas, sem condições. Havia arriscado tudo - sua liberdade, sua reputação, sua empresa - para nos proteger.

Mas eu não havia dito nenhuma mentira, havia? Realmente não sabíamos com certeza absoluta. E como eu poderia saber todas as suas intenções? Havia convivido com Dominic por cinco anos, achando que ele era perfeito, que nosso amor era real, que eu conhecia cada aspecto da personalidade dele. Até descobrir que nada era o que parecia.

Marco havia escondido sobre Anne. Não que eu achasse que ainda havia sentimentos entre eles - conseguia ver o amor genuíno entre Anne e Nate, a maneira como eles se conectavam. Mas se Marco me havia escondido isso, o que mais ele poderia estar escondendo? Que outros segredos do passado ele considerava "não importantes" o suficiente para mencionar?

— Você não entende — Marco disse, sua voz carregada de uma emoção que não consegui identificar completamente. Havia dor ali, mas também algo mais profundo. — Você não entende o que significa para mim ter escolhido te proteger. O quanto isso significa.

— Entendo muito bem — respondi, minha própria voz se tornando mais fria, mais distante. — Entendo que sou um peso.

— Pelo amor de Deus, Maitê! — ele explodiu, passando as mãos pelos cabelos em frustração, desalinhando os fios escuros que eu tanto gostava de tocar. — Você deveria parar de questionar cada detalhe e simplesmente aceitar que eu te escolhi. Não tem outra mulher, não tenho segredos que importem!

— Não tem segredos? — perguntei. — Então me diz quem é Aria.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )