~ MARCO ~
Cheguei ao hospital com o coração ainda acelerado pela conversa com Mia e a caixa de brigadeiros que havia comprado mais cedo para o café da manhã. O chocolate era apenas parte do meu plano de desculpas - o discurso que havia ensaiado mentalmente durante todo o trajeto era a parte mais importante. Precisava deixar claro para Maitê que, mesmo com minhas limitações e medos sobre me abrir completamente, eu estava comprometido com ela e com nossa família.
O saguão do hospital estava movimentado como sempre, mas algo no clima me chamou atenção. Havia um pequeno grupo de funcionários reunidos próximo aos elevadores, conversando em vozes baixas com expressões preocupadas. Um técnico de manutenção estava ajoelhado na frente de uma das portas do elevador, mexendo em um painel aberto.
Caminhei na direção da recepção para perguntar sobre a consulta quando ouvi uma voz vinda do interfone próximo aos elevadores. Alguém falava em italiano, com palavras gentis, claramente tentando acalmar a pessoa do outro lado
— Non ti preoccupare, va tutto bene. Respira con me, sì? Uno, due, tre... — a voz dizia pacientemente.
Do outro lado do interfone, ouvi uma respiração entrecortada, irregular, quase ofegante. Era claramente alguém em pânico, mas não conseguia distinguir as palavras que vinham como resposta.
— Não entendo... não consigo... — uma voz feminina murmurou fracamente, e meu sangue gelou.
— Maitê? — sussurrei o nome, ainda processando o que estava ouvindo.
O homem que estava falando no interfone do elevador me ouviu e se virou na minha direção.
— O senhor conhece a paciente que está presa no elevador? — perguntou, alternando entre alívio e preocupação. — Ela está tendo uma crise de ansiedade muito forte e não compreende italiano direito.
Segurei firme a caixa de brigadeiros e me aproximei do interfone, afastando gentilmente o técnico da manutenção.
— Maitê? — chamei, tentando manter minha voz o mais calma possível. — Sou eu, Marco. Você consegue me ouvir?
— Marco... — a voz dela veio carregada de alívio e desespero ao mesmo tempo. — Eu não... o elevador parou e está tudo escuro aqui dentro... eu não consigo...
Sua respiração estava acelerada demais, eu podia ouvir que ela estava à beira de uma crise de pânico completa.
— Está tudo bem — disse firmemente. — Você não está sozinha, ok? Eu estou aqui. Não vou sair daqui.
— Não consigo respirar direito — ela murmurou, e ouvi um som que poderia ser ela encostando na parede do elevador. — Está muito apertado aqui dentro... Não gosto... Não gosto de lugares pequenos...
Me virei para o técnico que estava trabalhando no painel, voltando ao idioma italiano.
— Quanto tempo vai levar para consertar?
— Alguns minutos — ele respondeu, sem tirar os olhos do equipamento. — Problema no sistema elétrico, mas já localizei onde está.
— Alguns minutos? — repeti, olhando para o interfone de onde vinham os sons da respiração irregular de Maitê. — Quantos minutos?
— Não dá para saber com precisão, senhor.
— Maitê — chamei novamente pelo interfone — você consegue se sentar no chão do elevador? Às vezes ajuda quando a gente se sente mais estável.
— Já estou no chão — ela respondeu com voz trêmula. — Marco, eu tenho... eu não gosto de lugares fechados... especialmente no escuro...
Havia algo na forma como ela disse isso que me fez perceber que não era apenas claustrofobia comum. Havia uma história por trás desse medo, uma experiência específica que eu não conhecia.
— Não dá para abrir o elevador por cima? — perguntei ao técnico. — Tipo, tirar ela por cima?
O técnico parou o que estava fazendo e me olhou como se eu estivesse sugerindo algo absurdo.
— Teoricamente é possível abrir a parte superior, mas seria muito arriscado tentar tirá-la de lá por ali — explicou. — Ainda mais uma mulher grávida. E o elevador está entre o segundo e terceiro andar, seria uma manobra muito perigosa.
— Marco? — a voz de Maitê veio pequena pelo interfone. — Você ainda está aí?
De repente, ouvi um ruído metálico vindo do elevador, seguido pelo som de algo caindo.
— Marco? — a voz dela subiu uma oitava, carregada de pânico renovado. — O que foi esse barulho? Alguma coisa caiu aqui dentro...
— Maitê, calma, deve ter sido só...
— Não! — ela me interrompeu, e podia ouvir que estava hiperventilando novamente. — Está ficando mais apertado... eu juro que está ficando mais apertado... Marco, eu não consigo... eu preciso sair daqui AGORA!
Olhei novamente para o técnico, que estava parecendo cada vez mais frustrado com o equipamento.
— Não dá para tirá-la de lá de dentro — murmurei pensativo — mas... e colocar alguém?
O técnico parou o que estava fazendo e me olhou confuso.
— Como assim?
— Se não dá para tirar ela por cima, dá para colocar alguém lá dentro com ela?
Ele franziu a testa, claramente tentando entender meu raciocínio.
— Bem, tecnicamente seria possível, mas por quê...
Nem esperei ele terminar a frase.
— Então me coloca lá dentro com ela.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...