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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 432

~ MARCO ~

O nome saiu da minha boca como uma confissão que havia guardado por anos. Ali, no escuro do elevador, com Maitê aninhada em meus braços, finalmente disse em voz alta o nome que assombrava meus pesadelos há mais de uma década.

— Aria era... — comecei, mas parei, tentando encontrar as palavras certas. Como você explica para alguém que uma parte de você se foi junto com uma pessoa? — Ela era minha namorada quando eu tinha dezessete anos.

Senti Maitê se ajustar ligeiramente em meus braços, me dando espaço para falar sem pressão. Não havia julgamento em seu silêncio, apenas paciência.

— Nós namorávamos há alguns meses — continuei, permitindo que as memórias boas viessem à tona pela primeira vez em anos. — Ela era... incrível. Inteligente, engraçada, determinada de um jeito que às vezes me deixava meio intimidado. Queria estudar medicina veterinária, era completamente apaixonada por animais.

A lembrança do sorriso dela quando falava sobre seus sonhos ainda me aquecia por dentro, mesmo depois de tanto tempo.

— Sempre dizia que ia abrir uma clínica para cuidar de animais abandonados — minha voz ganhou um tom nostálgico. — Tinha tudo planejado: onde seria, como funcionaria, até mesmo como conseguiria financiamento para casos de emergência.

Respirei fundo, chegando à parte mais difícil da história.

— Era um final de semana, e eu queria impressioná-la — admiti, sentindo a familiar onda de vergonha. — Christian tinha acabado de comprar um carro novo, um conversível lindo. Ele havia saído para encontrar amigos, e eu... eu peguei o carro sem pedir permissão.

Minha voz ficou mais baixa, carregada de culpa.

— Eu tinha dezessete anos, Maitê. Nem carteira de motorista eu tinha ainda. Mas eu queria tanto impressionar Aria, queria que ela visse que eu podia ser mais maduro, mais interessante... Quero dizer, naquela época, mais do que nunca, parecia que eu vivia a sombra do meu primo. Para todo mundo. Quase todo mundo. Ela me via, sabe?

— Marco... — Maitê murmurou, mas eu precisava continuar agora que havia começado.

— Fomos dar uma volta pela cidade. Aria estava radiante, o cabelo dela voando com o vento, rindo de alguma coisa que eu havia dito — a memória era tão vívida que por um momento consegui ouvir o riso dela novamente. — Ela tinha esse jeito de rir que iluminava tudo ao redor.

Fiz uma pausa, preparando-me para reviver o momento que me atormentava há anos.

— Estávamos voltando para casa quando aconteceu. Era início da noite, eu dirigindo devagar porque estava nervoso — minha voz começou a tremer. — Do nada, um carro veio na contramão. Completamente descontrolado, em alta velocidade. Depois descobrimos que o motorista estava bêbado, muito acima do limite legal.

Senti Maitê ficar mais tensa em meus braços.

— Ele invadiu nossa faixa e... eu não tive tempo de reagir. Não sabia como reagir. Era inexperiente demais, jovem demais — as palavras saíam entrecortadas. — Se eu fosse mais velho, se tivesse mais prática, talvez tivesse conseguido desviar. Talvez...

— Marco — Maitê me interrompeu gentilmente — não foi culpa sua.

— É o que todo mundo continua dizendo — respondi automaticamente. — Logicamente, sei que o culpado foi o motorista bêbado. Mas existe uma diferença entre saber algo na cabeça e conseguir se perdoar no coração, sabe?

— Claro que existe — ela concordou suavemente.

Capítulo 432 1

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