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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 435

~ MAITÊ ~

O alívio que senti quando finalmente ouvi o elevador se movimentar foi tão intenso que quase me fez chorar. Marco me segurou firme enquanto descíamos lentamente até o térreo, sua mão ainda entrelaçada na minha, como se temesse que eu pudesse entrar em pânico novamente.

— Tudo bem? — ele perguntou quando as portas finalmente se abriram.

— Agora sim — respondi, sorrindo para ele.

O técnico nos aguardava do lado de fora com uma expressão aliviada, claramente feliz por não ter que explicar para seus superiores como dois pacientes haviam ficado presos por mais de duas horas em um elevador do hospital.

— Mi dispiace molto per l'inconveniente — disse em italiano, gesticulando nervosamente. — Problema elettrico completamente inaspettato.

Marco respondeu alguma coisa em italiano que fez o homem relaxar visivelmente antes de se afastar apressadamente. Imagino que tenha sido algo tranquilizador sobre não processarmos o hospital.

— A consulta — murmurei de repente, lembrando do horário original. — Perdemos o horário da consulta.

— Não perdemos — Marco disse, me guiando gentilmente para longe dali. — Liguei para a doutora antes de entrar no elevador com você. Ela conseguiu relocar nosso horário.

Fiquei impressionada com sua capacidade de pensar em detalhes práticos mesmo em meio ao caos. Era uma qualidade que estava aprendendo a valorizar nele - essa habilidade de se manter funcional quando tudo ao redor parecia estar desmoronando.

O consultório da doutora ficava no quinto andar, e desta vez optamos pelas escadas. Marco não disse nada sobre minha escolha óbvia de evitar elevadores, apenas me seguiu em silêncio, respeitando meu tempo para me recompor.

Quando chegamos ao consultório, a médica nos recebeu com um sorriso caloroso. Falava português com um leve sotaque que, mas que tornava sua voz ainda mais acolhedora.

— Como vocês estão? — a doutora Helena perguntou assim que nos viu, com a familiaridade de quem já nos acompanhava há algumas consultas. — Ouvi falar do pequeno incidente com o elevador.

Senti meu rosto esquentar de embaraço, mas ela continuou falando com um sorriso divertido.

— Na verdade, ouvi falar do papai que pulou dentro do elevador para não deixar a esposa lá dentro com medo — disse, olhando para Marco com aprovação óbvia. — Achei muito romântico.

Meu rosto ficou ainda mais quente, e olhei de soslaio para Marco, que parecia ligeiramente constrangido mas também satisfeito com o comentário.

Tinha sido romântico, percebi de repente. Por mais que eu não tivesse pensado muito nisso em meio ao meu pânico, o que ele havia feito era extraordinário. Quantos homens literalmente pulariam em um elevador escuro e apertado apenas para confortar alguém?

— Bem — a doutora continuou, nos conduzindo para dentro do consultório — vamos ver como está esse bebê, certo?

O consultório era aconchegante, com paredes em tons suaves e equipamentos que pareciam modernos mas não intimidadores. A doutora me indicou uma maca coberta com papel limpo e me pediu para deitar.

— Hoje finalmente vamos ouvir o coração — disse enquanto ajustava o equipamento, sorrindo para nós dois. — Sei que vocês estão ansiosos por esse momento.

— Muito — respondi, sentindo uma mistura de ansiedade e expectativa.

— Marco, como sempre, fique aí ao lado dela se preferir — ela disse naturalmente, já conhecendo nossa dinâmica.

Marco se posicionou ao meu lado, e quando olhei para ele, vi que estava tão nervoso quanto eu. Havia algo tocante na vulnerabilidade que ele tentava esconder atrás de sua compostura habitual.

A doutora aplicou um gel morno na minha barriga e posicionou o transdutor. Por alguns segundos, ouvimos apenas ruídos estáticos enquanto ela procurava a posição certa.

— Ah — disse de repente, um sorriso iluminando seu rosto. — Aqui está.

— Pelo quê?

— Por me deixar estar aqui. Por... por dividir isso comigo.

Havia uma gratidão genuína em sua voz que me tocou profundamente. Era fácil esquecer, às vezes, que nossa situação era tão nova e incerta para ele quanto era para mim.

— Obrigada por ter pulado naquele elevador — respondi, finalmente conseguindo sorrir sobre o incidente.

— Faria de novo — ele disse sem hesitação. — Sempre faria de novo.

A doutora nos entregou várias fotos do ultrassom, e ficamos alguns minutos apenas olhando para elas em silêncio. Era incrível como algo tão pequeno e ainda não formado completamente podia parecer tão perfeito.

— A próxima consulta pode ser em um mês — a doutora disse enquanto eu me sentava e arrumava a roupa. — Na próxima vez, dependendo da posição do bebê, talvez possamos descobrir o sexo.

Saímos do consultório de mãos dadas, eu segurando cuidadosamente as fotos do ultrassom e Marco carregando os relatórios médicos.

— Como você se sente? — ele perguntou quando chegamos ao carro.

— Feliz — respondi com total sinceridade. — Realmente feliz.

Marco sorriu, e foi um sorriso diferente de todos que eu havia visto dele antes. Era livre de qualquer sombra, qualquer hesitação.

— Eu também — disse simplesmente.

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