Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 445

~ MARCO ~

A segunda atividade seria realizada numa área mais selvagem do complexo, onde um riacho de montanha corria entre rochas e árvores centenárias. O organizador havia montado uma estrutura impressionante - três pontos de partida distintos, cada um com uma pilha de materiais de construção e ferramentas básicas, e do outro lado do riacho, três bandeiras coloridas marcando os pontos de chegada para cada equipe.

— Bom dia, competidores! — a voz do organizador ecoou pela manhã fresca. — A atividade de hoje testará trabalho em equipe, engenharia improvisada e liderança sob pressão.

Observei os materiais disponíveis enquanto ele falava - cordas, tábuas de madeira, pregos, martelos, e alguns outros itens que pareciam cuidadosamente selecionados para tornar a tarefa desafiadora mas não impossível.

— Cada equipe deve construir uma ponte funcional sobre o riacho — continuou o organizador. — A ponte deve ser segura o suficiente para que toda a equipe de trinta pessoas atravesse. A primeira equipe a ter todos os membros do outro lado será declarada vencedora. As estruturas estão prontas e são seguras, é claro, além de termos uma rede de proteção para evitar qualquer acidente.

Christian se aproximou de mim enquanto o organizador detalhava as regras de segurança, suas mãos já gesticulando de forma que reconheci como seu modo estratégico de planejamento.

— Ponte metafórica — murmurou para mim. — Trabalho em equipe, superação de obstáculos... muito simbólico.

— E muito físico também — respondi, avaliando a largura do riacho. — Uns três metros de extensão, água corrente, pedras escorregadias.

— Alguém aproveitou bem a noite ontem — Christian comentou casualmente, mas havia um tom divertido em sua voz que me fez olhar para ele com suspeita.

Ri e decidi jogar a provocação de volta.

— Aposto que você está falando de si mesmo e da Zoey — retruquei. — Vocês dois não conseguem ficar cinco minutos num ambiente romântico sem...

Christian riu alto, claramente não constrangido pela observação.

— Nós aproveitamos qualquer momento — admitiu sem pudor. — Mas não é de nós que estou falando. Você está bem mais... descontraído hoje.

Senti o calor subir para meu rosto, e minha reação deve ter sido óbvia demais, porque Christian imediatamente sorriu com satisfação.

— Sabia — disse, claramente divertido com ter acertado. — Você está diferente. Menos tenso.

— Talvez eu só tenha dormido bem — tentei me defender, mas mesmo eu sabia que não estava sendo convincente.

— E aí — Christian continuou, baixando a voz para que nossa conversa permanecesse privada — já chegou na parte que você descobre que vai além de sexo, ou vocês ainda estão apenas... no físico?

A pergunta me pegou de surpresa. Era exatamente o tipo de análise direta que Christian fazia, mas ainda assim me senti despreparado para responder.

— É difícil descobrir se é só atração quando acabamos de... consumar a atração — respondi honestamente.

Christian parou o que estava fazendo e me olhou completamente surpreso.

— Como assim? — perguntou, e havia algo quase chocado em sua expressão.

Maitê, que estava conversando com Zoey perto dos materiais de construção, olhou na nossa direção naquele exato momento. Quando nossos olhos se encontraram, ela sorriu - não um sorriso polido ou circunstancial, mas algo genuíno e caloroso que fez meu peito se aquecer instantaneamente.

Era um sorriso que dizia que ela havia notado minha presença, que ficava feliz em me ver, que havia uma conexão real entre nós que ia além das circunstâncias que nos uniram inicialmente.

E naquele momento, entendi exatamente o que Christian havia querido dizer.

Não era sobre o tempo que havíamos esperado. Não era sobre analisar cada sentimento e catalogá-lo adequadamente. Era sobre o fato de que, quando ela sorria para mim daquele jeito, tudo mais se tornava secundário.

— Entendeu agora? — Christian perguntou suavemente, claramente percebendo minha mudança de expressão.

— Talvez — admiti, ainda processando a revelação.

— ATENÇÃO, EQUIPES! — o organizador gritou, interrompendo nossas reflexões. — Vocês têm três horas para construir suas pontes. O tempo começa... AGORA!

O caos imediato da competição nos forçou a focar na tarefa em mãos, mas mesmo enquanto me dirigia para os materiais de construção, não consegui tirar aquele sorriso de Maitê da minha mente.

— Marco! — Zoey gritou da nossa estação de materiais. — Vem cá! Precisamos de um plano de engenharia antes que todo mundo comece a construir pontes que vão desabar!

Ri e corri para me juntar à equipe, mas uma parte da minha mente permaneceu focada naquela revelação. Se Christian estava certo sobre meus sentimentos por Maitê, então eu tinha muito mais a proteger nessa competição do que apenas o orgulho da família Bellucci.