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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 454

~ MARCO ~

Estava deitado na maca hospitalar, completamente entediado e louco para sair dali. A hipotermia havia passado há horas, minha temperatura corporal estava normal, e eu me sentia perfeitamente bem. Mas a equipe médica insistia em "observação preventiva" e mais algumas horas de repouso absoluto.

Era torturante ficar parado daquele jeito. Estava acostumado a estar sempre fazendo alguma coisa - reuniões, ligações, decisões, movimento constante. Ficar ali imóvel, olhando para o teto branco e estéril, parecia um desperdício completo de tempo. E um Bellucci aprende cedo que tempo é dinheiro.

Meus dedos tamborilavam impacientes na lateral da maca enquanto observava o movimento sutil do corredor através da cortina entreaberta. Enfermeiras passando, outros pacientes sendo atendidos, sons de equipamentos médicos - tudo me lembrava que havia um mundo funcionando lá fora enquanto eu estava preso naquela baia.

Foi quando ouvi a voz familiar de Christian conversando educadamente com alguém no corredor.

— Prometo que não vou agitar o paciente — ele estava dizendo para quem presumo ser uma enfermeira. — Apenas alguns minutos para ver como ele está se sentindo.

— Está bem — a voz feminina respondeu — mas realmente apenas alguns minutos. Ele precisa de repouso para se recuperar completamente.

Segundos depois, Christian empurrou a cortina e entrou na baia. No momento em que o vi, soube imediatamente que algo havia acontecido. Conheço meu primo há tempo suficiente para reconhecer quando ele está carregando notícias ruins.

— O que aconteceu? — perguntei diretamente, me apoiando nos cotovelos.

Christian hesitou por um momento, claramente organizando suas palavras.

— Acabei de receber uma ligação quando estava na mesa de jantar — começou, puxando uma cadeira para perto da maca. — Fingi que era trabalho para poder atender, mas... não era trabalho. Era sobre Maitê.

— Maitê? — meu coração disparou imediatamente. — Ela está bem? Aconteceu alguma coisa?

— Ela está bem — Christian me assegurou rapidamente. — Mas a ligação... você sabe que estamos com tudo monitorando Dominic e os pais dela, e...

— Ainda não entendo o jogo que Dominic está jogando — o interrompi, sentindo a frustração familiar subir. — Ainda não entendo por que ele simplesmente desistiu de nós, ao menos temporariamente. Ele tinha tudo para me denunciar como sequestrador, provas suficientes para me destruir completamente, mas só quis espalhar isso para a mídia sensacionalista e não fez uma denuncia formal na polícia.

— Também não entendo — Christian concordou — ao menos não ainda. Mas vindo de alguém como Dominic, sempre há um plano maior por trás. De qualquer forma, é bom que você não esteja impedido de retornar ao Brasil, porque... pode precisar.

— É sobre trabalho? — perguntei, esperançoso. Preferia lidar com crises corporativas do que com questões pessoais complicadas. — Algum problema com os contratos de nova linha?

— Não — Christian disse gravemente. — É sobre a ligação que eu estava falando. Acabei de receber uma ligação sobre o pai de Maitê. Ele está hospitalizado. Infarto.

Senti meu estômago afundar. Conhecia a história complicada entre Maitê e seus pais, mas ainda assim...

Christian se inclinou para frente, sua expressão se suavizando.

— Marco, o que aconteceu com Aria não foi sua culpa — disse gentilmente.

— Eu sei — murmurei. — Racionalmente, eu sei. Mas isso não muda o fato de que agora sou eu quem precisa proteger Maitê, e a cada decisão que tomo, posso estar colocando-a em mais perigo.

— Ou salvando-a — Christian observou.

— Ainda assim — continuei, sentindo algo se acomodar dentro do meu peito — é possível que eu já ame Maitê e aquela criança mais do que tudo, a ponto de colocar todas as minhas ressalvas de lado e... só me importar em vê-los bem e ao meu lado.

Christian sorriu pela primeira vez desde que havia entrado na baia.

— Você já disse isso para ela? — perguntou. — Que a ama?

Balancei a cabeça negativamente.

— Não — admiti. — Mas vou dizer. Vou dizer assim que tiver a oportunidade.

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