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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 455

~ MAITÊ ~

Saí correndo dali sem olhar para trás, meus passos ecoando pelo corredor da ala hospitalar. Não conseguia respirar adequadamente, como se o ar tivesse ficado mais denso, mais difícil de processar. As palavras de Marco ecoavam na minha mente como um disco arranhado que não parava de repetir a mesma frase devastadora.

"Eu não sei se vou aguentar isso por muito mais tempo... nem sei se esse filho é meu de verdade."

Empurrei a porta de saída do complexo médico e me encontrei na área externa, cercada por árvores altas e o frio cortante da tarde nas montanhas. Sem pensar direito, segui por uma trilha que se adentrava na mata, apenas querendo me distanciar de tudo e de todos.

Quando finalmente parei, estava numa pequena clareira. O silêncio da floresta era quebrado apenas pelo som do vento nas folhas e minha própria respiração irregular. Foi então que as lágrimas começaram a cair.

Sentar-me numa pedra coberta de musgo não era a coisa mais confortável, especialmente grávida, mas eu não me importava. Deixei que toda a dor, toda a decepção, toda a sensação de abandono saísse através do choro. Marco não aguentava mais. Nosso casamento, eu, a gravidez - tudo era um fardo que ele carregava contra sua vontade.

E a questão da paternidade... Como ele podia dizer aquilo? Claro que eu também não sabia se o filho era dele ou de Dominic, mas ouvi-lo expressar essas dúvidas de forma tão crua, tão cansada, foi como receber um tapa na cara.

Talvez eu tivesse sido ingênua em acreditar que algo real estava se desenvolvendo entre nós. Talvez tudo não passasse de uma performance elaborada, um homem decente fazendo o que achava certo mas secretamente se arrependendo de cada decisão que havia tomado.

Fiquei ali por um tempo indefinido, deixando que o frio da montanha secasse minhas lágrimas enquanto processava a realidade da situação. Marco não me queria. Não queria nossa situação complicada. E provavelmente estava apenas esperando a oportunidade certa para se livrar de mim de uma forma que não comprometesse sua reputação de homem honrado.

— Meus deus, achei você! — a voz de Lívia cortou através dos meus devaneios.

Virei para vê-la emergindo entre as árvores, claramente ofegante por ter me procurado.

— Todos já estão se organizando para... — ela começou, mas parou abruptamente quando viu meu rosto. — Maitê, você está bem?

Limpei rapidamente qualquer rastro de lágrimas com as costas da mão.

— Não — admiti honestamente — mas não tenho tempo para conversar agora. Tem uma prova para ganhar.

Lívia se aproximou, sua expressão preocupada.

— Maitê, sério, o que aconteceu? Você parece...

— Se ganharmos essa última — a interrompi, me levantando da pedra — a Bellucci ainda tem chance de ficar em primeiro lugar geral. É isso que importa agora.

— Mas você...

Ele gentilmente me puxou para um cantinho mais reservado da sala.

— Maitê — começou com voz baixa — eu sei que seus hormônios estão uma bagunça com a gravidez e...

— Não tem nada a ver com meus hormônios — o interrompi bruscamente. — Para de ficar usando isso sempre como desculpa para tudo.

Marco pareceu surpreso com a veemência da minha resposta.

— Ok — disse calmamente — então me diga o que é. Eu não gosto de joguinhos.

— Ótimo — respondi, encontrando seus olhos diretamente — eu também não. Aliás, só tem um jogo que me importa agora, e eu quero ganhar da Vivianne. Não ficar aqui de conversinha.

E com isso, me afastei dele em direção a Lívia, deixando Marco ali parado, completamente confuso com minha mudança súbita de comportamento.

Mas eu não me importava. Não podia me importar. Não quando havia acabado de descobrir que o homem por quem estava me apaixonando não aguentava mais estar casado comigo.

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