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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 462

~ MARCO ~

— Maitê? — murmurei, observando-a parada na soleira da porta como se estivesse prestes a entrar em casa enquanto eu estava saindo.

Ela tinha os olhos vermelhos que entregavam que havia andado chorando, os cabelos levemente bagunçados como se tivesse passado as mãos por eles repetidas vezes, e uma expressão de quem estava profundamente cansada. Mas não era apenas cansaço físico - havia uma exaustão emocional gravada em cada linha de seu rosto, uma fadiga que parecia vir da alma e se espalhar por todo seu corpo.

— Você me assustou — disse, puxando-a automaticamente para um abraço, sentindo um alívio imenso apenas por vê-la ali, segura e inteira.

Ela não relutou, mas também não me abraçou de volta. Ficou ali, passiva em meus braços, como se fosse apenas tolerando o contato físico sem realmente participar dele. Era como abraçar uma versão distante dela mesma.

— Eu avisei que ia pegar uma carona para casa — disse quando me afastei ligeiramente, sua voz soando mais cansada do que defensiva. — Davide me trouxe.

— Mas como... como eu cheguei antes? — perguntei, confuso sobre a logística da situação.

Havia dirigido em velocidade alta, quase imprudente, para chegar rapidamente. Mas o tempo que havia demorado esperando Mia, Luca e Lívia arrumarem suas coisas para voltarem comigo tinha dado a Maitê uma boa vantagem.

— Davide deixou os outros em casa antes — ela explicou, passando por mim e entrando no apartamento com movimentos lentos e deliberados. — Eu fui a última.

Fechei a porta e a segui para dentro, observando como ela se movia pelo nosso espaço compartilhado. Havia algo diferente na forma como ela caminhava, como se estivesse se familiarizando novamente com um lugar que deveria ser familiar.

— Por que você fez isso? — perguntei, tentando manter minha voz calma apesar da ansiedade crescente. — Por que quis voltar sozinha?

Ela suspirou pesadamente, se deixando cair no sofá com uma fadiga que me preocupou. Era como se o peso do mundo estivesse sobre seus ombros.

— Porque eu precisava pensar — respondeu, olhando para as próprias mãos. — Longe de você.

A declaração me atingiu como um soco direto no estômago. Longe de mim. Como se minha presença fosse um obstáculo para ela processar seus próprios pensamentos, como se eu fosse parte do problema que ela precisava resolver.

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