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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 464

~ MAITÊ ~

A manhã estava fria e cinzenta quando ouvi o som de um carro parando em frente ao nosso prédio. Olhei pela janela e vi um Land Rover preto estacionado lá embaixo - era Christian que havia chegado para nos buscar.

— Eles chegaram — avisei Marco, que estava terminando de fechar sua mala no quarto.

A tensão entre nós ainda pairava no ar como uma nuvem densa desde a conversa da noite anterior. Havíamos dormido no mesmo quarto, mas em lados opostos da cama, cada um fingindo estar dormindo quando o outro se mexia. Era como se estivéssemos caminhando em campo minado, cada palavra pesada com o potencial de explodir em nossos rostos.

— Estou pronto — ele disse, aparecendo na sala com sua mala e uma expressão cuidadosamente neutra.

Peguei minha bolsa e verifiquei mais uma vez se tinha todos os documentos necessários e alguns remédios básicos que havia separado para a viagem. Era estranho pensar que em algumas horas estaria de volta ao Brasil, um país que era simultaneamente meu lar e fonte dos meus problemas.

Descemos juntos no elevador em silêncio. Christian saiu do carro quando nos viu se aproximando, sua expressão eficiente e focada como sempre quando estava em modo de trabalho.

— Bom dia — cumprimentou, pegando nossa bagagem. — O voo está programado para decolar em duas horas. Temos tempo suficiente se sairmos agora.

Zoey se virou no banco da frente e me deu um sorriso, mas pude notar uma ligeira careta de dor quando se moveu.

— Como está o pé? — perguntei, pensando na queda que ela havia levado da ponte.

— Doendo um pouco — admitiu, gesticulando para a botinha ortopédica que usava. — O médico disse que é normal, mas está bem chato.

— Tenho um anti-inflamatório ótimo lá em casa — ofereci impulsivamente. — É natural, funciona muito bem para esse tipo de dor. Se vocês quiserem subir rapidinho para eu pegar...

Christian consultou o relógio, claramente calculando se tínhamos tempo para isso.

— Seria rápido? — perguntou. — Não podemos nos atrasar muito.

— Cinco minutos — prometi. — Zoey, você quer subir para aplicar direto no pé? Vai funcionar melhor.

— Seria ótimo — Zoey concordou, abrindo a porta do carro com cuidado para não forçar o pé machucado.

— Eu vou aproveitar para usar o banheiro — Lívia disse, saindo do banco de trás.

Subimos as três para o apartamento, deixando Christian e Marco esperando no carro. Fui direto para o banheiro pegar o tubo de pomada anti-inflamatória que havia comprado na farmácia da esquina alguns dias antes.

— Senta aqui no sofá — indiquei para Zoey, que estava mancando ligeiramente. — Vou ajudar você a tirar a botinha para aplicar direto na pele.

O processo acabou sendo mais complicado do que antecipei e Zoey fazia caretas de dor cada vez que tentávamos ajustar a posição do pé. A região estava realmente inchada e sensível ao toque.

— Nossa, está bem roxo aqui — observei, aplicando a pomada com cuidado. — Você tem certeza de que não fraturou nada?

— O raio-X não mostrou fratura — Zoey respondeu, respirando fundo enquanto eu massageava suavemente a região. — Mas o médico disse que o inchaço pode durar algumas semanas.

Lívia saiu do banheiro e se juntou a nós na sala, sentando-se na poltrona e pegando seu telefone.

— Vocês viram que a Mia postou fotos do acampamento? — comentou, mostrando a tela. — Ficaram lindas. Até conseguiu algumas fotos nossas na competição.

Nos distraímos olhando as fotos, rindo de algumas expressões nossas durante as provas mais difíceis. Era estranho ver aqueles momentos de alegria e união sabendo que, internamente, eu estava lidando com tanta confusão sobre meu relacionamento com Marco.

Quando finalmente conseguimos colocar a botinha de volta no pé de Zoey, quase meia hora havia se passado. Ela testou alguns passos e sorriu aliviada.

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