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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 465

~ VIVIANNE ~

O calor de São Paulo me atingiu como uma bofetada assim que saí do aeroporto. Depois de dias na friagem das montanhas italianas, a umidade brasileira parecia quase sufocante. Puxei minha mala de rodas desgastadas pelo terminal, procurando pelo motorista que Dominic havia prometido enviar.

Não foi difícil identificá-lo. Um homem alto de terno escuro segurava uma plaquinha com meu nome: Vivianne Vargas.

— Senhora Vargas? — o motorista perguntou com a formalidade típica dos funcionários de Dominic.

— Sim — confirmei, entregando minha bagagem. — Ele está esperando?

— No escritório, senhora. Disse que era urgente.

Claro que era urgente. Dominic odiava quando as coisas não saíam exatamente como planejadas, e eu voltava de mãos vazias. Bem, não completamente vazias - havia conseguido plantar sementes de dúvida na cabeça de Maitê sobre Marco, havia revelado sobre o pai dela, havia até mesmo quase conseguido convencê-la a embarcar no meu jatinho. Mas "quase" nunca era suficiente para Dominic.

Durante o trajeto pelas ruas congestionadas de São Paulo, ensaiei mentalmente como explicaria os eventos do acampamento. Havia várias formas de apresentar a situação, algumas mais favoráveis para mim do que outras. A questão era descobrir qual versão Dominic estaria mais disposto a aceitar sem explodir em fúria.

O escritório dele ficava em um prédio discreto, o tipo de lugar que passava despercebido mas que provavelmente custava uma fortuna para manter. Típico de Dominic - sempre preferindo operar nas sombras, longe dos holofotes que poderiam atrair atenção indesejada.

Subi até o andar dele em um elevador silencioso, meus saltos ecoando no corredor de mármore enquanto caminhava em direção à sala que eu sabia ser a dele. Não bati na porta - entre nós, cerimônias desnecessárias eram perda de tempo, especialmente quando ele já estava claramente irritado.

Ele estava sentado atrás de uma mesa de mogno imponente, os dedos entrelaçados, me observando com aquela expressão que eu havia aprendido a temer ao longo dos anos. Não era raiva aberta - isso seria quase um alívio. Era algo muito pior: decepção fria e calculista.

— Vivianne — disse meu nome como se estivesse provando um vinho estragado.

Tentei manter minha voz firme enquanto me sentava na cadeira em frente à mesa dele.

— Eu te dei uma missão — Dominic começou, sua voz baixa mas carregada de ameaça mal contida. — Ficar amiga dela novamente e convencê-la a vir para o Brasil com você. E você me liga, pouco depois de pousar, para dizer que não conseguiu?

Respirei fundo, preparando-me para a tempestade que eu sabia que estava por vir.

— Maitê não é tão burra quanto pensávamos — disse, permitindo um ligeiro tom de desafio na minha voz.

— A diferença — ele respondeu, sua voz baixa e perigosa — era que Maitê deveria ter voltado com você. Separar ela do Bellucci, esse era o plano. E você sabe como eu odeio quando planos não são cumpridos.

— Que diferença faz? — repeti, agora com mais firmeza, quase desafiando-o abertamente. — Ela está voltando no jatinho dos Belluccis mesmo assim. O resultado final é o mesmo.

Foi então que vi algo mudar no rosto de Dominic. A irritação se transformou em algo muito mais perigoso. Ele se levantou da cadeira lentamente, e pela primeira vez desde que havia entrado na sala, senti um frio real na espinha.

— A diferença — ele disse, caminhando lentamente ao redor da mesa em minha direção — é que havia uma bomba naquele jatinho, cuidadosamente preparada para acabar com aquele Marco e o priminho importante dele.

Senti meu sangue gelar instantaneamente. Uma bomba. No jatinho. Maitê estava voltando no jatinho dos Bellucci.

— Eles devem estar mortos agora — Dominic continuou, uma satisfação sinistra brilhando em seus olhos.

Antes que eu pudesse processar completamente o que havia acabado de ouvir, Dominic estava ao meu lado, suas mãos agarrando minha garganta com força suficiente para me fazer entender que ele não estava brincando.

— E se Maitê estiver morta também — ele rosnou contra meu ouvido, sua voz carregada de uma promessa terrível — você é a próxima.

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