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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 466

~ MAITÊ ~

Christian saiu assim que a equipe de segurança chegou, prometendo voltar quando tivesse mais informações sobre o atentado. Agora nosso prédio estava completamente tomado por seguranças - desde a entrada do edifício até dois homens posicionados estrategicamente na porta do nosso apartamento.

Era surreal ver nossa vida normal sendo transformada em algo que parecia saído de um filme de ação. Homens de terno escuro com pequenos fones de ouvido circulavam pelos corredores, verificando cada canto, cada sombra, como se nossa segurança dependesse de uma vigilância constante.

Fiquei no apartamento com Lívia, Zoey e Marco, todos nós presos numa espécie de limbo emocional, ruminando sobre o fato aterrorizante de que poderíamos ter morrido e nos salvamos literalmente por questão de minutos. Se a botinha de Zoey não tivesse dado trabalho para tirar e colocar, se eu não tivesse oferecido o anti-inflamatório, se não tivéssemos nos distraído com as fotos do acampamento... estaríamos mortos agora.

Era uma realidade impossível de processar completamente. A morte havia passado tão perto que ainda conseguia sentir seu hálito gelado na nuca.

Annelise ligou poucos minutos depois, e Zoey nem precisou colocar no viva-voz para que todos nós ouvíssemos fragmentos da conversa do outro lado da linha. A voz dela estava aguda de pânico e preocupação, carregada daquela histeria controlada de quem acabou de descobrir que quase perdeu pessoas que ama.

— ...está passando em todos os noticiários da Inglaterra sobre o jatinho Bellucci que explodiu... — consegui ouvir claramente, e senti meu estômago se contrair ao imaginar como essa notícia estava sendo reportada mundo afora.

— Anne, respira — Zoey disse, tentando manter a voz calma apesar de sua própria tensão. — Estamos todos bem, não estávamos no jatinho quando...

— ...quase que minha filha nasce antes da hora! — Anne praticamente gritou do outro lado, sua voz quebrando numa mistura de alívio e terror residual.

— Você e Avery estão bem? — Zoey perguntou, sua preocupação imediatamente se sobrepondo a qualquer outro sentimento.

— Sou eu quem precisa saber se todos vocês estão bem! — Anne respondeu, e pude ouvir claramente o som de soluços sendo controlados. — Quando vi a notícia na televisão, pensei... pensei que havia perdido você.

Me distraí enquanto Zoey pacientemente tranquilizava a irmã, explicando repetidas vezes que estávamos todos seguros, que havia sido por muito pouco, mas que estávamos vivos e inteiros. Era uma conversa que se repetiria várias vezes nas próximas horas, percebi, conforme mais pessoas tomassem conhecimento do que havia acontecido.

Era uma rendição temporária ao conforto que ele oferecia, mesmo sabendo que isso provavelmente me machucaria mais tarde. Mais uma vez, eu estava ali, me deixando levar por meus sentimentos em relação ao homem que já havia deixado claro que não nutria sentimentos românticos por mim.

Marco continuou acariciando meus cabelos com uma ternura que me fez questionar tudo que havíamos discutido na noite anterior. Como alguém que não me amava conseguia me tocar de forma tão carinhosa? Como alguém que me via apenas como responsabilidade conseguia me fazer sentir tão protegida e desejada?

Mas talvez essa fosse exatamente a natureza do problema. Talvez Marco fosse genuinamente carinhoso e protetor por natureza, e eu estivesse interpretando cuidado como amor, proteção como paixão. Talvez eu estivesse projetando meus próprios sentimentos em gestos que, para ele, eram simplesmente parte de ser um homem decente cuidando de alguém em situação vulnerável.

O pensamento me fez querer me afastar, me proteger da dor inevitável de continuar me iludindo. Mas o evento do dia havia me deixado exausta demais para resistir ao conforto que ele oferecia. Quase morremos. Essa realidade simples e terrível fazia com que discussões sobre sentimentos parecessem luxos que eu não podia me dar no momento.

Então permaneci ali, aninhada contra Marco, sentindo o calor de seu corpo e o ritmo tranquilo de sua respiração, permitindo que essa sensação de segurança temporária me envolvesse como um cobertor. Sabia que estava deixando meu coração se quebrar um pouco mais, sabia que não tinha ideia de como reconstrui-lo depois, mas no momento, simplesmente não tinha forças para resistir.

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