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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 467

~ MAITÊ ~

Ainda não conseguia me acostumar com como as coisas funcionavam para um Bellucci. Pessoas normais, provavelmente não fariam ideia de como prosseguir com uma viagem depois de algo assim, talvez até desistissem completamente. Pessoas como a minha família, na melhor das hipóteses, provavelmente comprariam um bilhete de última hora para um voo comercial e torcessem para que nada mais desse errado.

Mas um Bellucci...

— Você comprou um jatinho novo e conseguiu fazer com que fosse entregue ainda hoje? — Zoey perguntou, sua voz carregada de uma mistura de admiração e incredulidade.

Ela suspirou, olhando para Christian como se ainda estivesse processando a informação.

— E já deixou toda a tripulação avisada sobre nossa viagem?

Pelo tom da voz de Zoey, talvez não fosse só eu. Talvez até mesmo ela ainda tivesse suas surpresas com o poder do sobrenome que havia adquirido ao se casar.

Christian respondeu sorrindo, com aquela confiança tranquila que parecia ser característica natural de todos os homens Bellucci.

— Comprei e é ainda mais moderno que o anterior — disse, pegando seu tablet e começando a mostrar as fotos para Marco, que rapidamente se animou também.

Era fascinante observar como eles conseguiam se entusiasmar com especificações técnicas e recursos de segurança avançados, como se estivessem comprando um carro novo, não substituindo uma aeronave que havia sido explodida algumas horas antes.

Zoey se jogou no sofá, murmurando algo sobre meninos e seus brinquedos novos, balançando a cabeça com uma exasperação divertida que eu conseguia entender perfeitamente.

— Matteo vai fazer dois anos em algumas semanas e já é igualzinho ao pai — disse, balançando a cabeça. — Sempre que a gente deixa, ele passa horas no simulador de pilotagem que o Christian instalou no salão de jogos, "voando" e apertando todos os botões. Dois anos, Maitê! E já tem obsessão por máquinas.

Mas graças a essa capacidade surreal de resolver problemas com dinheiro e conexões, na manhã seguinte estávamos todos embarcando para o Brasil. Com quase vinte e quatro horas de atraso em relação ao plano original, ainda bem abalados com o ocorrido, mas em movimento.

O novo jatinho era realmente impressionante. Era difícil acreditar que algo tão elegante e sofisticado havia sido adquirido e preparado em menos de vinte e quatro horas.

Enquanto fingia que dormia, com os olhos fechados e recostada na cadeira de couro mais confortável que já havia experimentado na vida, ouvi Marco e Christian conversando em voz baixa.

— Acha que foi ele? — Marco perguntou, sua voz carregada de uma tensão contida. — Que tem dedo de Dominic nisso?

— Não acho — Christian respondeu sem hesitação. — Tenho certeza. A questão é... como ele conseguiu chegar tão perto?

Senti como se tivesse levado um soco no estômago. A jaula do leão. Era assim que Christian via o Brasil para mim - não como minha terra natal, mas como território inimigo onde Dominic tinha todas as vantagens.

Marco suspirou pesadamente.

— A escolha foi dela.

— E eu espero, de verdade, que valha a pena para você respeitar essa escolha — Christian disse, sua voz carregada de uma seriedade que me fez perceber que ele não estava apenas expressando preocupação casual. — Porque aquela mulher e aquela criança estarão em mais perigo do que nunca quando esse avião pousar. E sinceramente? Eu não vou conseguir te ajudar antes de garantir cem por cento que Zoey não vai estar por perto quando o próximo ataque vier.

As palavras de Christian ecoaram na cabine silenciosa, e senti meu estômago revirar completamente quando ouvi aquilo. A terrível percepção me atingiu como um raio: foi culpa minha.

Todos poderiam ter morrido, e a culpa era minha. Da minha escolha. Da minha insistência em ver meu pai, da minha necessidade de resolver questões pendentes que talvez nem valessem a pena. Havia colocado não apenas minha vida e a do meu bebê em risco, mas também as vidas de pessoas que não tinham nada a ver com meus problemas familiares.

E as coisas só tendiam a piorar. Cada quilômetro que nos aproximava do Brasil era um quilômetro a mais em direção ao perigo, um passo mais próximo do território onde Dominic tinha poder real e nenhum escrúpulo sobre até onde estava disposto a ir para conseguir o que queria.

Mantive os olhos fechados, fingindo dormir, mas por dentro estava completamente desperta, processando a magnitude do que havia colocado em movimento com minha decisão de voltar para casa.

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