O carro deslizava silenciosamente pela estrada sinuosa que levava à mansão. Através da janela, observei os vinhedos banhados pela luz prateada da lua, sombrios e quase melancólicos. O motorista mantinha os olhos fixos na estrada, discretamente ignorando a tensão palpável entre nós no banco traseiro.
Christian estava sentado com a cabeça recostada, os olhos fechados, mas não dormia. A exaustão física e emocional estava evidente em cada linha de seu rosto. Quando finalmente quebrou o silêncio, sua voz saiu rouca, baixa:
— Você não precisava ter feito isso.
Mantive meus olhos na paisagem que passava, como se os contornos escuros das vinhas pudessem oferecer algum conforto.
— Não fiz por você — respondi, uma amargura que não consegui esconder colorindo minhas palavras. — Fiz pelo seu avô.
— Mesmo assim — insistiu ele, e pelo canto do olho, percebi que havia aberto os olhos para me olhar. — Obrigado.
Senti seu olhar sobre mim, mas recusei-me a encará-lo. Temia que se o fizesse, ele veria demais – a mágoa pelas palavras duras que ouvira pela manhã, a confusão sobre meus próprios sentimentos, o conflito entre a raiva e a compaixão que crescia dentro de mim.
— Me afeiçoei demais a Giuseppe — admiti finalmente. — O que estiver ao meu alcance para poupá-lo de sofrimento, farei.
Um breve silêncio. Então:
— Até mesmo se casar comigo?
A pergunta pairou entre nós, carregada de significados que nenhum de nós estava pronto para confrontar. Finalmente, virei-me para encará-lo.
— Sim — respondi com firmeza. — Mas quero um contrato bem definido. Serão seis meses, nem um dia a mais. Tempo suficiente para você assumir oficialmente a vinícola e para Giuseppe se recuperar da cirurgia. Depois, vou embora e não quero vê-lo nunca mais.
Algo passou pelo rosto de Christian – surpresa, talvez dor? – rapidamente mascarado pela expressão controlada que ele usava tão bem.
— Tem algo diferente em você — disse ele, estudando meu perfil enquanto eu continuava olhando pela janela. — Eu sei que dissemos coisas um ao outro, mas... Essa raiva... de onde veio?
Senti um calor subir pelo meu pescoço, raiva ressurgindo como brasas sopradas pelo vento.
— Talvez porque eu tenha descoberto que não sou "o tipo de mulher para alguém na sua posição". — As palavras saíram afiadas, precisas. — Que sou apenas um "arranjo temporário".
A compreensão iluminou seu rosto imediatamente. Ele fechou brevemente os olhos, como se absorvendo um golpe físico.
— Você ouviu minha conversa com Marco — não era uma pergunta.
— Cada palavra — confirmei, o nó em minha garganta tornando difícil respirar. — Foi bastante esclarecedor.
Christian se endireitou no assento, virando-se completamente para mim.
— Zoey, o que você ouviu... eu só disse aquilo porque...
— Porque é verdade — interrompi, minha voz mais firme do que me sentia. — Eu sei disso. Sempre soube. — Forcei um sorriso que pareceu mais uma careta. — Afinal, foi apenas um acordo desde o início, não foi? Você nunca me viu como algo além de conveniente.
Ele assentiu, olhando para suas próprias mãos.
— Vou preparar os documentos. Podemos organizar uma cerimônia simples para o final de semana.
— Quanto mais simples, melhor — concordei.
O carro finalmente diminuiu a velocidade ao se aproximar da entrada da mansão. As luzes suaves da propriedade brilhavam através das árvores, criando um cenário quase mágico que contrastava dolorosamente com o gelo que se instalara entre nós.
Enquanto o motorista manobrava em direção à entrada principal, rapidamente digitei uma mensagem para minha irmã:
"Hey, parece que vocês vão conhecer a Serra Gaúcha no próximo final de semana. Save the date."
A resposta de Annelise veio quase instantaneamente, como se ela estivesse segurando o celular, esperando:
"SÉRIO??? Como assim??? Ao que se deve essa grande honra?”
Olhei para Christian, que esperava pacientemente que eu saísse do carro, sua expressão uma mistura de exaustão e preocupação. Digitei minha resposta, ainda sem acreditar nas palavras que apareciam na tela:
"Parece que vou me casar."

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...