~ MARCO ~
Observava Maitê deitada na cama do hospital, ainda segurando sua mão com cuidado, como se ela fosse feita de vidro e pudesse se quebrar com qualquer movimento brusco. As últimas horas haviam sido um turbilhão de emoções e preocupações que me deixaram mentalmente exausto.
Primeiro, a notícia devastadora sobre a morte do pai dela. Havia visto o choque se espalhar pelo rosto de Maitê como uma onda, transformando sua expressão de expectativa ansiosa em dor pura e incontrolável. A forma como ela havia desmoronado emocionalmente havia me partido o coração, especialmente sabendo que não havia nada que eu pudesse fazer para amenizar aquela dor específica.
Depois, a reação física que se seguiu - a dor súbita na barriga, o pânico em seus olhos quando percebeu que algo estava errado com o bebê. Aqueles minutos de corrida pelos corredores do hospital, carregando-a até a emergência obstétrica, haviam sido alguns dos mais aterrorizantes da minha vida.
Agora, depois de uma bateria completa de exames, ela estava estável. Mas o susto havia me deixado com uma clareza dolorosa sobre o quanto eu não conseguiria suportar perder nem ela e nem aquela criança.
— Sinto muito — murmurei, apertando gentilmente sua mão.
Era uma frase inadequada para a magnitude da perda que ela estava processando, mas era tudo que conseguia oferecer no momento.
Maitê assentiu com a cabeça, seus olhos ainda vermelhos e inchados de tanto chorar.
— Queria ao menos ter me despedido — murmurou de volta, sua voz rouca de emoção.
Senti meu peito apertar ao ouvir a dor crua em suas palavras. Sabia que ela carregaria essa dor por um longo tempo, questionando-se eternamente sobre as escolhas que havia feito.
— As memórias boas que você tem dele sempre vão permanecer — disse, escolhendo cuidadosamente cada palavra. — E apesar de toda a confusão que foi a vida de vocês nos últimos anos, tenho certeza de que seu pai sabia que você o amava.
Vi uma lágrima solitária escapar do canto de seu olho quando ela respondeu:
— Nem eu sabia se o amava.
A confissão me atingiu com uma honestidade brutal que reconheci como típica de Maitê - disposta a enfrentar verdades desconfortáveis sobre si mesma, mesmo quando isso a machucava.
— Talvez a garotinha dentro de mim o amasse — continuou, sua voz quebrando ligeiramente. — Mas a Maitê adulta? Talvez eu só quisesse ter tido a chance de reviver um momento da Maitê de seis anos com seu pai. Nunca mais vou ter essa chance.
A imagem dela como uma criança pequena, buscando aprovação e carinho de um pai complicado, me fez perceber a profundidade da perda que ela estava enfrentando. Não era apenas a morte de Alfredo - era a morte de todas as possibilidades de reconciliação, de todas as conversas não tidas, de todos os momentos de conexão que poderiam ter existido.
— Você vai ter sim — disse com convicção. — Dentro do seu coração, esse lugar sempre vai estar preservado. A garotinha de seis anos ainda existe dentro de você. E essa parte dele, a parte que sabia ser pai, também vai continuar existindo através das suas memórias.
Maitê me olhou por um longo momento, processando minhas palavras. Lentamente, um pequeno sorriso começou a se formar em seus lábios - não de felicidade, mas de algo parecido com aceitação.
— Obrigada — disse simplesmente.
Sorrimos um para o outro, um momento de conexão genuína em meio a toda a dor, quando a médica entrou no quarto. Era uma mulher de meia-idade com uma expressão profissional, mas calorosa.
— Então — disse, consultando a prancheta em suas mãos — todos os exames foram feitos e está tudo bem. Não há nada com que se preocupar, foi só um pico de estresse.
Senti um alívio imenso percorrer meu corpo. Estava tudo bem. O bebê estava seguro.

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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...