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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 471

~ MAITÊ ~

O cemitério estava repleto de pessoas quando chegamos, a cerimônia já em andamento. Marco havia descoberto todas as informações para mim - horário, local, detalhes do enterro - já que tecnicamente nem minha própria mãe sabia que eu estava no Brasil. Mas Dominic certamente já sabia.

Essa certeza pairava sobre mim como uma nuvem escura enquanto caminhávamos pela entrada discreta que Marco havia localizado. Ele estava ao meu lado, sua presença sólida e reconfortante, enquanto dois seguranças nos seguiam com uma distância suficiente para não levantar atenção excessiva. Mas estavam ali, atentos a cada passo nosso e especialmente atentos a cada movimento de qualquer pessoa que se aproximasse de nós.

A paranoia que havia se tornado minha companheira constante desde o atentado no jatinho se intensificou conforme observava as dezenas de pessoas reunidas ao redor do caixão de meu pai.

Assisti à cerimônia de longe, posicionada estrategicamente sob a sombra de uma árvore antiga, querendo chamar o mínimo de atenção possível. Não só pelo perigo real que representava ser vista ali, mas também pelo desejo genuíno de não ser incomodada por aquele bando de gente falsa que certamente viria me desejar os pêsames enquanto secretamente me julgava.

Conhecia bem demais os olhares. A filha ingrata que havia fugido do casamento, que havia estressado o pai ao ponto de levá-lo a mais um infarto e que nem estava no hospital ao lado dele porque havia fugido com outro homem para outro país. Afinal, a história do sequestro já tinha caído por terra a muito tempo: ninguém denunciou Marco e ali estava eu, ao lado do meu suposto captor.

Podia praticamente ouvir os sussurros que certamente circulavam entre os presentes, cada um deles construindo sua própria narrativa sobre minha ausência e meu retorno súbito. Para eles, eu era a vilã desta história - não uma mulher que havia escapado de um relacionamento abusivo, mas uma ingrata que havia abandonado todos por capricho.

E então meus olhos encontraram Dominic.

Ele estava ali parado na linha de frente, ao lado de minha mãe, interpretando perfeitamente o papel do genro inconsolável. O homem abandonado que ainda assim apoiava a família da noiva ingrata em seu momento de luto. Vestido impecavelmente de preto, sua postura era de respeito solene, mas eu conhecia bem demais aquele homem para me deixar enganar pela fachada.

Nossos olhares se cruzaram apenas uma vez durante a cerimônia, mas foi o suficiente. O suficiente para fazer um frio percorrer minha espinha como gelo derretido. O suficiente para causar uma ânsia de vômito tão intensa que me fez querer vomitar ali mesmo, na frente de todos.

Havia algo nos olhos dele - uma promessa silenciosa, uma ameaça velada.

Marco deve ter sentido minha tensão súbita porque sua mão encontrou a minha, entrelaçando nossos dedos numa conexão que me trouxe de volta ao momento presente. Respirei fundo, forçando-me a desviar o olhar de Dominic e focar no padre que conduzia a cerimônia.

As palavras do religioso se misturavam numa névoa de platitudes sobre vida eterna e descanso merecido, frases vazias que não capturavam nem remotamente a complexidade do homem que estava sendo enterrado. Meu pai não havia sido um santo, mas também não havia sido apenas o tirano controlador que minha memória adulta tendia a enfatizar.

Capítulo 471 1

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