~ VIVIANNE ~
— Vingança? — Maitê perguntou, sua voz ainda trêmula. — Que vingança?
Apontei para o corpo de Dominic com a cabeça, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
Vi Maitê olhar para ele novamente. Ela estremeceu visivelmente ao ver o corpo ali, o sangue ainda escorrendo, formando aquela poça grotesca no chão do jardim que ele tinha tão cuidadosamente decorado. Mas mesmo assim, mesmo com toda a repulsa estampada em seu rosto, ela não conseguiu conter o revirar de olhos.
— Por que vingança? — ela corrigiu a pergunta, olhando de volta para mim.
Senti algo apertar no meu peito. Não tinha contado essa história para ninguém. Não assim. Não completa.
Mas Maitê não era uma estranha, era? Não depois de tudo. Não depois de tudo que ela tinha passado por minha culpa. Não depois que ela tinha visto eu matar Dominic bem na frente dela.
Ela merecia saber. Merecia entender.
Mesmo que não perdoasse. Mesmo que nunca perdoasse.
— Foi há sete anos atrás — comecei, e minha voz saiu diferente. Mais fraca. Mais jovem, de alguma forma. Como se eu tivesse voltado àquela época.
Pisquei rapidamente, afastando as lágrimas que ameaçavam vir.
— Eu tenho uma irmã, sabe? — continuei, forçando as palavras para fora. — Mais nova. Cecília.
O nome dela na minha boca ainda doía. Sempre doía.
Maitê não disse nada. Apenas ficou ali, esperando, seus braços cruzados sobre o peito como se estivesse se protegendo. Ou se segurando. Provavelmente ambos.
— Minha mãe sempre foi muito trabalhadora — disse, e senti minha garganta apertar só de pensar nela. — Se desdobrava em dois empregos para nos sustentar quando éramos crianças, depois do nosso pai ter morrido em um acidente de trânsito. Eu tinha sete anos. Cecília tinha três.
Caminhei até uma das cadeiras vazias e me deixei cair nela. Minhas pernas não aguentavam mais me sustentar.
— Apesar de eu ser apenas quatro anos mais velha — continuei, olhando para minhas mãos — eu cuidava dela. Dava comida. Levava para a escola. Ajudava com lição de casa. Minha mãe trabalhava tanto que... bem, eu meio que me tornei mãe também. Antes mesmo de entender o que isso significava.
Podia ver Cecília pequena na minha mente. Cabelos castanhos em tranças. Sorriso banguela. Aquele jeito dela de segurar minha mão quando tinha medo.
— Isso acabou nos deixando muito próximas — sussurrei. — Éramos mais do que irmãs. Éramos... éramos tudo uma para a outra.
O silêncio que se seguiu era pesado. Carregado de tudo que eu não estava dizendo ainda.
— Certa noite — forcei as palavras, sentindo como se cada uma estivesse sendo arrancada de mim — quando ela tinha por volta dos dezenove para vinte anos, ela devia ter voltado da faculdade no horário de sempre.
Parei. Respirei fundo. Continuei.
— Mas não voltou.
Três palavras. Três palavras que mudaram tudo.
Fechei os olhos e estava de volta àquela noite. Sentada na sala. Olhando o relógio. Dez da noite. Onze da noite. Meia noite. Mandando mensagem atrás de mensagem. Ligando. Chamando. Nada.
— Minha mãe disse que era normal — continuei, abrindo os olhos e encarando Maitê. — Era sexta-feira. Talvez ela tivesse saído com os amigos. Jovens fazem isso, ela dizia. Saem. Se divertem. Esquecem de avisar.
Ri, mas foi um som quebrado, amargo.
— Mas Cecília não era dessas. Ela era responsável. Cuidadosa. E quando ela fazia algo que fugia do comum, ela sempre avisava. Sempre. Sem exceção.
Minha voz começou a tremer e odiei isso. Odiei parecer fraca.



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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...