A manhã de sexta-feira amanheceu com um céu azul perfeito, como se a própria natureza quisesse abençoar a chegada da família Aguilar à propriedade dos Bellucci. Observei da janela do quarto enquanto o carro subia a estrada sinuosa, meu coração batendo com uma mistura de nervosismo e alívio. Era reconfortante ver rostos familiares depois da semana caótica que tivera.
Christian aguardava ao meu lado na entrada principal, elegante como sempre, mas com uma tensão sutil na maneira como ajustava repetidamente o relógio de pulso.
— Relaxa — disse a ele. — Eles não mordem.
— Seu pai pode não gostar muito de mim depois da última vez...
Não tive tempo de responder, pois o carro parou e minha família desembarcou em uma explosão de energia. Annelise foi a primeira, praticamente saltando do veículo com um grito animado, seguida por meu irmão Matheus, que assoviou impressionado ao ver a mansão. Meus pais vieram por último, minha mãe ajeitando o cabelo nervosamente, meu pai com uma expressão que tentava parecer casual, mas não conseguia esconder o assombro com o lugar.
— Zoey! — Annelise me envolveu em um abraço apertado antes de se afastar para me examinar criticamente. — Você está ótima! Casamento apressado combina com você!
— Anne — murmurei, mas não consegui conter um sorriso.
Minha mãe me abraçou em seguida, sussurrando um "Meu Deus, que lugar!" em meu ouvido antes de se voltar para Christian com olhos maravilhados. Matheus deu um abraço rápido em mim, então apertou a mão de Christian com força desnecessária, uma tentativa óbvia de intimidação que fez Christian arquear uma sobrancelha divertida.
Meu pai, por último, me abraçou firmemente antes de estender a mão para Christian. Os dois homens se cumprimentaram com um aperto de mão que parecia carregado de significados não ditos, o reconhecimento entre eles evidente.
— Sr. Aguilar — Christian disse com um leve aceno de cabeça. — Bom vê-lo novamente.
— Igualmente — meu pai respondeu, estudando o futuro genro com olhos que não perdiam nada. — Embora em circunstâncias... diferentes.
— Então... preparados para conhecer a propriedade? — Christian perguntou, assumindo naturalmente o papel de anfitrião.
— Mais do que prontos! — Annelise respondeu antes que qualquer outro pudesse falar. — Isto é tipo a Disneylândia dos vinhos!
Matheus revirou os olhos, mas não conseguiu esconder um sorriso.
— Ignore minha irmã. Ela já começou a beber no caminho para cá.
— Não comecei não! — Annelise protestou, então deu uma piscadela para Christian. — Ainda.
A tour começou pelos vinhedos principais, onde Christian explicou com genuíno entusiasmo sobre os diferentes tipos de uva cultivados, as técnicas de plantio, a importância do solo e do clima. Meu pai, inicialmente relutante, logo começou a fazer perguntas técnicas que demonstravam interesse autêntico, enquanto minha mãe fotografava tudo com seu celular.
— E ali ficam nossas instalações mais modernas — Christian apontou para um complexo de edifícios ao longe. — Onde fazemos a fermentação e o engarrafamento.
— Fascinante — meu pai comentou, e percebi que ele realmente estava impressionado. — Quantas gerações da sua família trabalham nisso?
— Quatro, até agora. — O orgulho na voz de Christian era palpável. — Começou com meu bisavô, que veio da Itália com praticamente nada além de conhecimento sobre vinhedos.
Vi algo mudar no olhar do meu pai – um tipo de respeito que não estava lá antes.
— Trabalho duro, então — ele observou. — Não apenas dinheiro herdado.
— Pai — sussurrei em advertência, mas Christian apenas sorriu.
— O dinheiro foi construído — ele concordou. — Embora eu tenha tido o privilégio de nascer em uma família que já havia feito grande parte desse trabalho.
Quando chegamos à adega principal, não pude evitar um leve rubor ao lembrar da última vez que estive ali, o beijo embriagado que trocamos, que ainda não tínhamos mencionado desde então. Christian pareceu perceber meu desconforto, pois seus olhos encontraram os meus por um momento, uma pergunta silenciosa ali.
— Esta adega tem mais de duzentos anos — ele explicou, retomando o papel de guia. — Algumas dessas paredes foram construídas pelos primeiros Bellucci que vieram para o Brasil.
— Uau! — Annelise exclamou, correndo entre os enormes barris. — Podemos provar alguma coisa?
— Anne! — Minha mãe a repreendeu. — Não seja inconveniente.
— Na verdade — Christian sorriu —, planejei uma pequena degustação para depois do almoço.
Após a sobremesa, enquanto Annelise arrastava Matheus e minha mãe para ver o jardim de rosas, meu pai sugeriu um passeio. Christian entendeu a deixa e se retirou discretamente, me deixando a sós com ele.
Caminhamos em silêncio por alguns minutos, até chegarmos a um pequeno mirante que oferecia uma vista deslumbrante dos vinhedos.
— Então — meu pai começou, apoiando-se na mureta de pedra — Você o ama?
A pergunta, tão direta, me pegou desprevenida. Abri a boca, fechei, e percebi que não sabia como responder.
— Eu vou me casar com ele — repeti, como se isso respondesse tudo.
— Isso não responde minha pergunta, filha. Não sou bobo, sabe? Um bilionário não aparece na minha casa em um dia e, no dia seguinte, minha dívida desaparece por coincidência. — Seus olhos eram gentis, mas firmes. — Você não precisa se sacrificar por nós, filha. Por ninguém.
Senti lágrimas se formando e pisquei rapidamente para afastá-las.
— Não é isso, pai.
Sem palavras adequadas, apenas me inclinei e beijei a bochecha do meu pai, deixando que uma lágrima escapasse. Ele me abraçou com força, aquele abraço que sempre significou segurança desde que eu era pequena.
— Só quero que seja feliz, princesa — murmurou contra meu cabelo.
— Eu sei, pai.
Quando nos afastamos, ele olhou para além do meu ombro, para onde Christian observava a cena à distância, respeitosamente mantendo-se afastado.
— Pelo menos sei que do lado dele, o amor é real — meu pai disse, surpreendendo-me. — Dá para ver nos olhos dele quando olha para você.
Virei-me para olhar Christian, que agora desviava o olhar, fingindo interesse na paisagem. Seria possível? Ou meu pai estava vendo apenas o que queria ver?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...