A mansão parecia diferente naquela noite. As luzes suaves criavam um ambiente acolhedor no salão de jantar principal, que raramente era usado para reuniões tão íntimas. A mesa comprida de madeira escura havia sido arrumada com a melhor porcelana da família, taças de cristal cintilavam sob o lustre, e arranjos discretos de flores frescas completavam o cenário.
Minha família parecia quase cômica em seu deslumbramento. Matheus tirava fotos discretamente com o celular, enquanto minha mãe passava os dedos sobre os talheres de prata como se temesse quebrá-los. Annelise, por outro lado, havia se adaptado ao ambiente luxuoso com uma facilidade surpreendente, especialmente depois de descobrir que ficaria sentada ao lado de Marco durante o jantar.
— Seu avô vai se juntar a nós? — perguntei a Christian, que verificava os últimos detalhes com o mordomo.
— O médico o liberou para o jantar. — Ele consultou o relógio. — Deve estar chegando a qualquer momento.
Como se invocado por nossas palavras, a porta do salão se abriu, e Giuseppe entrou, apoiado em uma bengala. Apesar disso, parecia bem melhor do que na última vez que o vira no hospital – as cores haviam voltado ao seu rosto, e seus olhos brilhavam com entusiasmo.
— Que bela família! — exclamou ele, abrindo os braços.
Christian imediatamente foi ajudá-lo, guiando-o até a cabeceira da mesa. Giuseppe, entretanto, fez questão de cumprimentar cada um dos presentes primeiro, demorando-se especialmente com meus pais.
— Senhor e senhora Aguilar, é uma honra recebê-los em nossa casa — disse ele, segurando as mãos da minha mãe entre as suas. — Zoey é uma joia preciosa. Estamos todos encantados em recebê-la na família Bellucci.
Minha mãe parecia prestes a derreter de emoção. Meu pai, sempre mais reservado, acenou com um sorriso genuíno.
— O prazer é nosso, senhor Bellucci. E por favor, me chame de Roberto.
— Apenas se me chamar de Giuseppe. — O sorriso do italiano era contagiante. — Na Itália, os pais dos noivos não são apenas convidados, mas parte da mesma família.
Quando todos se acomodaram, com Giuseppe em uma ponta da mesa e meu pai na outra – uma disposição que percebi ser proposital – os garçons começaram a servir o primeiro prato.
— Um risoto de funghi porcini — Giuseppe explicou. — Receita da minha falecida esposa, Sophia.
O jantar transcorreu em uma atmosfera surpreendentemente descontraída. Giuseppe era um anfitrião nato, conduzindo a conversa com histórias encantadoras sobre a Itália, a história da vinícola, e ocasionalmente, momentos embaraçosos da infância de Christian – que faziam meu futuro marido revirar os olhos com um sorriso resignado.
— Ele tinha apenas sete anos — Giuseppe contava, gesticulando dramaticamente — e decidiu que queria fazer seu próprio vinho. Pegou as uvas mais maduras do vinhedo, esmagou-as em um balde, e escondeu a mistura debaixo da cama para "fermentar"!
As risadas ecoaram pela mesa. Até Christian, que obviamente já tinha ouvido a história muitas vezes, sorria com o canto da boca.
— O cheiro foi detectado apenas três dias depois — Giuseppe continuou. — A governanta achou que era um animal morto!
— Em minha defesa — Christian interveio, erguendo a taça de vinho — meu método melhorou consideravelmente desde então.
Giuseppe piscou para mim.
— E agora ele produz alguns dos melhores vinhos do mundo.
Observei a óbvia adoração entre avô e neto, e senti uma pontada no peito. O amor ali era genuíno, palpável. Como poderia não me sentir tocada por isso?
Minha mãe sorriu ao observar a interação entre Giuseppe e Christian, seu olhar suave refletindo a atmosfera calorosa do jantar.
— É maravilhoso ver uma família com tradições tão fortes — ela comentou, olhando para meu pai com carinho. — Roberto e eu sempre tentamos criar isso com nossos filhos também.
— E conseguiram — Giuseppe respondeu gentilmente. — Zoey é uma jovem extraordinária. Vocês devem estar muito orgulhosos.
Meu pai assentiu, erguendo sua taça em um brinde silencioso.
Quando a sobremesa foi servida – uma elaborada torta de frutas com sorvete de baunilha caseiro – Giuseppe parecia cansado, embora se esforçasse para manter a animação.
— Acho que é hora de me retirar — ele anunciou finalmente. — Os médicos me recomendaram não exagerar.
Christian imediatamente se levantou para ajudá-lo, mas Giuseppe fez um gesto negativo.
— Fique, meu filho. A festa mal começou. — Ele sorriu para mim. — Além disso, vocês dois têm muito a planejar para domingo.
Enquanto Giuseppe se retirava, auxiliado por um dos empregados, o clima de descontração permaneceu. Meu pai contava agora histórias da minha infância, para horror meu e deleite de Christian.
— Ela decidiu, aos cinco anos, que queria ser domadora de leões — meu pai relatava. — Passou semanas treinando com nosso pobre gato de estimação.
— Pai! — protestei, mas não pude evitar rir da lembrança.
Foi então que a porta do salão se abriu novamente, e dois desconhecidos entraram. Um casal elegante, ambos bem vestidos e com porte aristocrático. O homem tinha os mesmos olhos azuis intensos de Christian.
Christian paralisou ao vê-los, sua expressão mudando instantaneamente para algo que não consegui decifrar – surpresa, tensão, talvez até um toque de mágoa.
— Mãe? Pai? — Sua voz saiu quase como um sussurro.
A mulher avançou com um sorriso calculado, perfeito demais para ser genuíno.
— Christian, querido. — Ela se aproximou, beijando o ar próximo às bochechas do filho. — Você não achou mesmo que nós perderíamos algo tão importante, achou?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...