A noite era surpreendentemente quente para a Serra Gaúcha naquela época do ano. O céu estrelado se estendia como um manto de luz sobre a propriedade, e a lua cheia refletia na superfície da piscina infinita localizada em um dos terraços mais afastados da mansão – um lugar que Christian havia me mostrado mais cedo, garantindo que raramente era usado pela família.
— Esse negócio é aquecido? — perguntou Annelise, mergulhando a mão na água com cautela.
— Trinta e dois graus, para ser exata — respondi, descalçando os sapatos. — Privilégios dos bilionários.
Annelise já estava tirando o vestido leve, revelando o biquíni que aparentemente vinha usando por baixo da roupa o dia inteiro, como se tivesse planejado esse momento.
— Então, isso é uma despedida de solteira? — Ela ergueu a garrafa de champanhe que havia "pego emprestado" da adega, seu sorriso travesso iluminado pelo luar. — Meio sem graça, não acha? Sem strippers, sem jogos constrangedores...
— Perfeito para mim — respondi, entrando na água ainda com a camiseta larga e o short que havia colocado após o jantar. A sensação da água quente contra minha pele foi instantaneamente relaxante.
Annelise me seguiu, a garrafa de champanhe ainda em mãos. Havia encontrado duas taças em algum lugar da mansão, e agora as enchia com habilidade surpreendente, mesmo parcialmente submersa.
— À minha irmã — ela propôs o brinde, empurrando uma taça em minha direção. — Que amanhã se casará com um homem absurdamente rico, absurdamente bonito, e absurdamente complicado.
Não pude evitar rir, aceitando a taça e tocando-a levemente contra a dela.
— À sua irmã. Que de alguma forma acabou no meio de uma telenovela italiana.
O champanhe descia facilmente, gelado contra minha garganta, contrastando com o calor da água. Encostei a cabeça na borda, observando as estrelas acima.
— Você acha que eu estou louca? — perguntei, a pergunta escapando antes que pudesse contê-la.
Annelise, que havia se acomodado do outro lado da piscina, me olhou com uma expressão surpreendentemente séria.
— Acho que você sempre foi a sensata da família. A que pensa antes de agir, a que planeja cada passo. — Ela tomou outro gole. — Então sim, estou legitimamente chocada com essa loucura toda.
— Obrigada pelo apoio moral.
— Mas — ela ergueu um dedo, sorrindo — também acho que, pela primeira vez na vida, estou vendo você seguir seus instintos em vez da sua razão. E isso é... interessante.
— Meus instintos? — Quase engasguei com o champanhe. — Anne, isso é um acordo. Um contrato de seis meses. Não estou seguindo coisa alguma além de um senso de... sei lá, retribuição.
— Mmm-hmm. — Ela encheu nossas taças novamente. — E é por isso que você tem aquele olhar de cachorrinho abandonado toda vez que Christian está por perto? Por causa do 'contrato'?
Senti meu rosto esquentar, e não era por causa da água quente.
— Não sei do que você está falando.
— Claro que não. — Annelise revirou os olhos dramaticamente. — Assim como não sabe por que ficou toda irritadinha quando eu disse que ia me divertir com Marco.
— Marco é um playboy mulherengo.
— Mas que playboy! — Ela suspirou sonhadoramente. — E aquele sotaque italiano quando ele sussurra no seu ouvido...
— Anne!
Ela riu, o som ecoando pelo jardim silencioso.
— Relaxa, maninha. Eu sei me cuidar. Além disso, tenho que aproveitar enquanto estou aqui, não é? Ao contrário de você, que vai ter seis longos meses para se divertir com o seu Bellucci.
Joguei água em sua direção, fazendo-a gritar e retribuir imediatamente. Por alguns minutos, éramos apenas duas irmãs em uma guerra de água, rindo como crianças, esquecendo momentaneamente o casamento, os Bellucci, tudo.
Quando finalmente nos acalmamos, ofegantes e com champanhe nos cabelos, Annelise me olhou com uma expressão mais suave.
— Como Francesca.
— Exatamente. E então apareceu você, e de repente ele está quebrando todas as regras.
A observação me fez refletir. Seria possível que Christian visse em mim algo além de uma solução conveniente para seu problema? Que parte dele genuinamente apreciasse a ruptura que eu representava em sua vida cuidadosamente ordenada?
— Ou talvez — continuei, resistindo à tentação de romantizar a situação — ele esteja apenas encontrando uma solução prática para garantir sua herança.
Annelise revirou os olhos, servindo-se da última gota de champanhe.
— Zoey, Zoey, sempre tão pragmática. — Ela negou com a cabeça. — Olha, aqui vai meu conselho de irmã mais nova: aproveite esses seis meses. Não como um contrato, não como um acordo de negócios. Como uma aventura.
— Uma aventura?
— Sim! Você vai estar casada com um homem ridiculamente atraente, morando em uma mansão digna de filme, com acesso a lugares que a maioria das pessoas só sonha em conhecer. — Ela sorriu, seus olhos brilhando com a excitação que eu claramente não estava sentindo. — Não passe seis meses contando os dias para acabar. Viva cada dia como se fosse real.
— Mesmo sabendo que não é?
— Quem sabe? — Ela deu de ombros, saindo da piscina com um movimento fluido. — Talvez fingir por tempo suficiente faça virar realidade. Ou talvez você descubra que Christian Bellucci tem mais camadas do que aquele croissant francês do café da manhã. — Ela me estendeu a mão, puxando-me para fora da água. — De qualquer forma, melhor do que passar a vida inteira vendendo vestidos de noiva para outras mulheres, não é?
Mais tarde, enquanto secava meu cabelo no quarto de hóspedes, as palavras de Annelise continuavam a ecoar em minha mente. "Viva cada dia como se fosse real."
Era um conselho absurdo, é claro. Perigoso, até. Fingir que meu casamento com Christian era real apenas abriria caminho para decepções futuras, para um coração partido quando os seis meses acabassem e voltássemos cada um para sua vida.
Mas enquanto me preparava para dormir na véspera do meu casamento, não pude evitar o pequeno, traiçoeiro pensamento que se infiltrou em minha mente: e se...?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...