Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 63

Permaneci deitada entre as vinhas, meu corpo ainda pulsando de desejo enquanto Christian se afastava para atender a ligação do avô. O vestido rasgado mal cobria meu corpo, a lingerie preta com detalhes vermelhos brilhando sob o luar. A brisa noturna acariciou minha pele quente, trazendo-me lentamente de volta à realidade.

Os minutos se arrastaram enquanto observava as estrelas acima, minha mente uma confusão de pensamentos contraditórios. O que estávamos fazendo? Este casamento tinha prazo de validade – seis meses, não mais. Era apenas um acordo comercial, não era para me envolver. Para Christian era fácil. Sempre seria apenas sobre atração, sexo. Para mim, não era tão simples assim.

Christian retornou, guardando o telefone no bolso. Seus passos eram calmos enquanto se aproximava, seu semblante preocupado à luz da lua.

— Está pensando demais — observou ele, sentando-se ao meu lado entre as vinhas. — Consigo praticamente ouvir as engrenagens girando na sua cabeça.

Ajeitei o vestido rasgado sobre meu corpo o melhor que pude, sentindo-me subitamente vulnerável.

— Acho que deveríamos voltar — disse simplesmente, evitando seus olhos.

Christian franziu o cenho, claramente frustrado, mas assentiu.

— Me desculpe pela interrupção — murmurou ele, passando a mão pelos cabelos. — Estou preocupado com a saúde do meu avô. Não podia deixar de atender.

— Está tudo bem com ele? — perguntei, genuinamente preocupada.

— Sim — respondeu Christian, relaxando um pouco. — Ele ligou apenas para confirmar que chegamos bem.

— Ele é muito apegado a você.

— É mútuo — confessou Christian, algo raro cruzando seu rosto, uma vulnerabilidade que raramente permitia transparecer.

— Ele parece tão feliz por estarmos aqui — comentei suavemente. — Por você estar casado.

Christian sorriu, um sorriso melancólico que não via frequentemente.

— Não é segredo que ele sempre sonhou em me ver "assentado", como ele diz. — Seus olhos encontraram os meus, inesperadamente sinceros. — Obrigado por isso, Zoey. Por dar a ele essa alegria, mesmo que temporária.

Algo na maneira como disse "temporária" fez meu coração apertar. Assenti, sem confiar em minha voz para responder.

O silêncio se estendeu entre nós, não exatamente desconfortável, mas carregado de algo não dito, de possibilidades que nenhum de nós ousava nomear.

— Ele disse mais alguma coisa? — perguntei finalmente.

— Sim, na verdade. — Christian sorriu. — Ele queria ter certeza de que eu mostrasse a você o vinhedo Sophia sob o luar. Disse que é tradição Bellucci para recém-casados. Aparentemente, traz sorte.

— Bem, missão cumprida, eu diria — respondi, tentando manter o tom leve, apesar da tensão que ainda pairava entre nós.

Christian assentiu, seus olhos percorrendo meu vestido rasgado.

— Talvez não exatamente como ele imaginava, mas sim. — Ele me entregou sua camisa. — Aqui, use isso. Lucia nunca me perdoaria se eu te levasse de volta para a villa nesse estado.

Olhei para meu vestido rasgado e corei intensamente. Ele tinha razão.

— Obrigada — murmurei, aceitando a camisa.

Virei-me ligeiramente enquanto a vestia, abotoando-a com dedos trêmulos. Era absurdamente grande em mim, chegando quase aos joelhos, mas pelo menos me cobria completamente.

Quando me virei novamente, Christian estava de pé, o torso nu brilhando sob o luar. Era injustamente bonito – ombros largos, músculos definidos, uma visão que fez meu coração acelerar novamente, apesar de todas as minhas reservas.

Aceitei a caneca, murmurando um "grazie" tímido enquanto lutava contra a vontade de me esconder. O líquido era doce e reconfortante, com notas de mel e canela.

Lucia então se virou para Christian, falando animadamente enquanto apontava para a escada. Ele respondeu em italiano fluente, e a mulher assentiu com um sorriso travesso que me fez imaginar que tipo de conversa estavam tendo.

— O que foi isso? — perguntei quando ela finalmente se afastou.

— Ela está mandando que eu te leve para cima e cuide bem de você — respondeu ele com um sorriso provocante. — Segundo ela, mulheres como você nunca devem ser deixadas... insatisfeitas.

Meu rosto, que estava começando a voltar à temperatura normal, imediatamente esquentou novamente.

— Ela não disse isso!

— Lucia é uma mulher muito direta — respondeu ele, dando de ombros. — Setenta anos na Toscana lhe deram uma filosofia própria sobre relacionamentos.

Balancei a cabeça, incapaz de conter um sorriso apesar do constrangimento. Havia algo estranhamente reconfortante na forma como Lucia nos recebeu, como se realmente fôssemos um casal apaixonado em lua de mel.

Depois que terminamos o chá, Christian me guiou para as escadas, sua mão levemente apoiada na base das minhas costas. Quando chegamos ao corredor que levava ao nosso quarto, ele se virou para mim, seu olhar penetrante sob a luz suave das arandelas.

Ele estudou meu rosto por um momento, e percebi que podia ler a mudança em mim, o recuo que havia ocorrido nos vinhedos. Algo em seus olhos suavizou, como se compreendesse algo que eu mesma ainda tentava entender.

— Nossa lua de mel está só começando... — murmurou ele, seus dedos traçando delicadamente a linha da minha mandíbula. — E pretendo retomar de onde paramos... quando você estiver pronta.

Não era uma investida, era uma promessa paciente, um reconhecimento silencioso de que algo havia mudado entre nós, algo que precisava de tempo. E por algum motivo, isso me assustou mais do que qualquer desejo físico poderia ter assustado – a ideia de que Christian Bellucci pudesse estar disposto a esperar por mim.