A voz cortou o ar como uma navalha, destruindo instantaneamente a atmosfera íntima que havia se formado entre nós. Christian se afastou, seu corpo inteiro enrijecendo ao meu lado. Quando me virei, deparei-me com o rosto familiar de Francesca Montero.
Ela estava deslumbrante como sempre: cabelos perfeitamente ondulados, pele bronzeada pelo sol toscano, um vestido de verão que parecia simples mas que eu sabia custar uma fortuna. Seu sorriso não alcançava os olhos calculistas que nos avaliavam.
— Francesca — cumprimentou Christian, sua voz voltando àquele tom frio e controlado que eu raramente ouvia desde que chegamos à Itália. — Que surpresa te encontrar aqui.
Ela riu, um som musical e falsamente encantador.
— Surpresa? Você sabe muito bem que minha família sempre passa os verões aqui, Christian. Assim como a sua. — Seu olhar recaiu sobre mim. — Zoey, querida, que bom vê-la novamente. O casamento foi tão... inusitado. Mal tive tempo de conversar com você.
— Francesca — respondi com um aceno de cabeça. — Não esperava te ver tão cedo.
— Os verões italianos são uma tradição familiar — disse ela, aproximando-se um pouco mais. — Christian bem se lembra de alguns que aproveitamos muito bem juntos, não é mesmo, amore?
Christian permaneceu impassível, mas pude sentir a tensão irradiando de seu corpo.
— Isso foi há muito tempo — respondeu ele secamente.
— Nem tanto. — Francesca sorriu, seus olhos fixos nele. — Lembra deste mesmo festival, ano passado? Aquela noite na adega da minha família?
Um músculo pulsou no maxilar de Christian.
— Como poderia esquecer? — Christian rebateu, sua voz gélida. — Foi na mesma noite que descobri arquivos da Bellucci no seu computador.
O sorriso de Francesca vacilou momentaneamente, mas logo voltou.
— Detalhes, detalhes. Negócios à parte, sempre tivemos algo especial.
— Isso acabou, Francesca — disse Christian com finalidade. — Como você sabe bem, estou casado agora.
— Sim, um casamento tão repentino. — Ela voltou sua atenção para mim, me analisando de cima a baixo. — Mal conhecia o nome dela e de repente estava no altar com você.
— Quando se encontra a pessoa certa, não há motivo para esperar — respondi, entrelaçando meus dedos aos de Christian.
Francesca riu, o som como cristal estalando.
— Que romântico. E vieram para a Toscana, exatamente onde costumávamos passar nossos verões. Que... coincidência.
— Pois eu acho que é você quem veio para cá só porque quer me afrontar — rebati diretamente. — Não vai conseguir.
Os olhos dela estreitaram-se, o disfarce de cordialidade esvaecendo por um instante.
Antes que pudesse responder, fomos interrompidos por um homem idoso que se aproximou apressadamente, falando em italiano rápido demais para que eu entendesse. Captei apenas palavras soltas: "barris", "problema", "cerimônia".
Christian franziu o cenho, respondendo em italiano fluente. Depois se virou para mim.
— Há um problema com os barris de vinho para a cerimônia principal — explicou. — Preciso ajudar.
— Vá — encorajei, apertando sua mão. — Sei quanto esse festival significa para a comunidade.
— Volto em alguns minutos — prometeu ele, hesitando ao olhar para Francesca.
— Não se preocupe, vou ficar bem — assegurei com um sorriso.
Christian assentiu e seguiu o homem idoso, desaparecendo entre a multidão. Assim que se foi, Francesca abandonou qualquer pretensão de cordialidade.
Senti meu rosto empalidecer, mas mantive a compostura.
— Nosso casamento não tem prazo de validade, Francesca.
Ela jogou a cabeça para trás e riu.
— Querida, não insulte minha inteligência. Conheço os Bellucci há tempo suficiente para saber como funcionam. — Ela ajeitou uma mecha perfeita de cabelo. — Deixe-me adivinhar... seis meses? Um ano no máximo?
Mantive-me em silêncio, e ela tomou isso como confirmação.
— Sabe o que é mais fascinante? — continuou ela, circulando-me como um predador. — Que você realmente parece acreditar que há algo real acontecendo. Vi como olha para ele. Quase me fez sentir pena de você.
— Não preciso da sua pena — respondi, meu tom mais afiado do que pretendia.
— Claro que não. — Ela sorriu, um sorriso que não alcançava seus olhos. — Sabe por que não? Porque ele sempre volta para mim no final. Sempre.
Algo em sua certeza fez meu estômago afundar, mas recusei-me a demonstrar.
— As coisas mudaram.
— Mudaram? — Ela arqueou uma sobrancelha perfeitamente desenhada. — Eu traí Christian. Eu roubei dele. Eu o humilhei publicamente. E mesmo assim, todas as vezes que nos encontramos desde então, vejo em seus olhos que o sentimento ainda está lá. — Ela se inclinou, sussurrando como se compartilhasse um segredo. — Ele nunca vai me esquecer, porque fomos os primeiros um do outro. Este lugar, estes verões, somos nós. Você é apenas... uma pausa, uma obrigação temporária.
Suas palavras me atingiram como dardos precisos, encontrando inseguranças que eu nem sabia que existiam.
— Quando quele velho morrer e seu contrato terminar, você vai voltar para sua vida medíocre vendendo vestidos de noiva, Christian voltará para onde pertence. — Ela deu de ombros elegantemente. — Ao meu lado. É sempre assim que termina.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...