O vestido azul-marinho que encontrei no armário da suíte era impressionante – um modelo elegante da maison Valentino, com corte assimétrico que caía perfeitamente sobre meu corpo. Cristian havia providenciado um guarda-roupa completo para mim, prevendo qualquer eventualidade social. Apenas não previra que sua própria mãe seria a eventualidade a temer.
Ajustei o colar delicado em meu pescoço, tentando controlar o tremor das minhas mãos. De vendedora de vestidos de noiva a anfitriã de um jantar para a elite vinícola italiana.
Christian entrou no quarto, impecável em seu terno escuro. Algo em seu olhar ao me ver me aqueceu por dentro, momentaneamente afastando o nervosismo.
— Você está deslumbrante — disse ele, aproximando-se para depositar um beijo suave em meus lábios.
— Estou apavorada — confessei, ajustando seu lenço de bolso. — Aprendi o básico sobre vinhos trabalhando na Vale do Sol, mas isso foi mais marketing e relações públicas. Não sei se é suficiente para impressionar tantos profissionais que respiram vinicultura há gerações. Vou fazer papel de tola.
— Você nunca poderia fazer papel de tola — garantiu ele, segurando meu rosto entre suas mãos. — E estarei ao seu lado o tempo todo.
Descemos juntos para o grande salão, onde Isabella havia milagrosamente organizado uma recepção digna de uma embaixada em menos de um dia. Flores frescas adornavam mesas elegantemente postas, garçons circulavam com taças de prosecco, e uma pequena orquestra tocava música clássica italiana ao fundo. Cerca de quarenta pessoas conversavam em grupos, criando um murmúrio elegante que cessou momentaneamente quando entramos.
— Hora do show — sussurrou Christian em meu ouvido, sua mão firmemente apoiada em minhas costas.
As horas seguintes foram um teste para meus nervos. Fui apresentada a mais produtores de vinho, importadores, críticos e sommeliers do que conseguia contar. Tentei desesperadamente memorizar nomes, propriedades, safras especiais e alianças comerciais, mas tudo começou a se misturar em minha mente.
Isabella observava de longe, seus olhos de águia registrando cada pequeno erro meu – um nome esquecido, uma referência a uma região vinícola errada, um comentário sobre um sabor que revelava minha inexperiência.
Apesar do nervosismo, comecei a relaxar gradualmente ao lado de Christian. Ele era atencioso, sempre pronto a me resgatar quando a conversa entrava em territórios técnicos demais, e parecia genuinamente orgulhoso de me apresentar como sua esposa.
Estávamos conversando com um casal idoso dono de uma vinícola vizinha quando um alvoroço na entrada do salão atraiu nossa atenção.
— CHRISTIAN!
Uma jovem de longos cabelos negros e olhos grandes correu através do salão, ignorando completamente o ambiente formal. Não devia ter mais que vinte e poucos anos, e havia algo familiar em seu sorriso radiante e na forma como se movia.
Para minha surpresa, Christian abriu um sorriso que raramente exibia em público. Ele se adiantou, encontrando-a a meio caminho, e a jovem praticamente se jogou em seus braços em um abraço entusiasmado. Christian a ergueu ligeiramente do chão, girando-a uma vez antes de colocá-la de volta.
— Pensei que você estava em Milão! — exclamou ele, em português, obviamente para meu benefício.
— E perder a chance de ver Isabella tendo um aneurisma por ter que organizar um evento em menos de 24 horas? — A jovem riu, um som contagiante. — Nunca!
Ela então se virou para mim, seus olhos curiosos e brilhantes me avaliando. Havia uma confiança em seu olhar que me lembrava Christian, mas com uma vivacidade que ele raramente demonstrava.
— Você deve ser Zoey — disse ela, estendendo a mão. — Finalmente alguém interessante nesta família!
Christian colocou a mão em minhas costas, um sorriso genuíno suavizando suas feições.
— Zoey, esta é minha irmã, Bianca.
Minha surpresa deve ter sido evidente, pois ela riu novamente.
— A bastarda, como Isabella adora me chamar quando acha que não estou ouvindo — complementou Bianca, sem nenhum traço de amargura. — Isabella me odeia com todo o seu coração aristocrático.
— Então já temos muito em comum — respondi sem pensar, para depois cobrir a boca com a mão, arregalando os olhos.
Mas eu captava fragmentos de conversas ao redor da mesa, palavras em italiano que, mesmo sem entender completamente o idioma, eram fáceis de interpretar pelo tom e olhares dirigidos a mim.
— "...Signora Bellucci... terribile gaffe..." — sussurrou uma senhora à minha esquerda. — "...non capisce niente di vino..." — comentou um homem de bigode, balançando a cabeça em desaprovação. — "...bottiglia preziosa..." — ouvi de outro canto, acompanhado de olhares de soslaio.
Não precisava ser fluente em italiano para entender que estava sendo julgada e considerada inadequada. Isabella observava tudo com satisfação mal disfarçada. Um rubor quente subiu pelo meu pescoço até minhas bochechas enquanto Christian salvava a situação, filtrando habilmente o vinho com um guardanapo de linho.
Quando o vinho foi finalmente servido, murmurei uma desculpa e me retirei para a varanda, precisando de ar. A noite estava clara e fresca, as estrelas brilhando indiferentes ao meu constrangimento. Respirei fundo, tentando conter as lágrimas de humilhação.
— Eles são todos uns babacas, sabia? — A voz de Bianca soou atrás de mim.
Virei-me para encontrá-la segurando duas taças de vinho, uma das quais me ofereceu.
— Aqui. Este é muito melhor que aquela relíquia poeirenta que Isabella escolheu só para te fazer passar vergonha — disse ela, encostando-se no parapeito ao meu lado.
Aceitei a taça, tomando um gole do líquido reconfortante.
— Não quero envergonhar Christian — confessei, olhando para o líquido rubi. — Sei o quanto a vinícola significa para ele. Mas não pertenço a esse mundo.
Bianca me estudou por um momento, sua expressão suavizando.
— Sabe — disse ela finalmente, — você está certa. Não pertence. E isso é a melhor coisa que poderia ter acontecido ao meu irmão.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...