Estava tentando recuperar um pouco da compostura na varanda quando percebi uma presença familiar se aproximando. A voz de Francesca cortou o ar antes mesmo que eu a visse.
— Nossa, Zoey, que espetáculo constrangedor — comentou ela, materializando-se das sombras como uma aparição indesejada. — Arruinar uma garrafa de Brunello de 1985? Isso é quase criminoso nos padrões da família Bellucci.
Virei-me lentamente, tentando não demonstrar o quanto suas palavras me afetavam. Francesca estava impecável, como sempre, vestida de vermelho escuro que ressaltava sua pele mediterrânea. Seus olhos brilhavam com malícia.
— Foi um acidente — respondi, mantendo a voz firme. — Rolhas antigas são frágeis.
— Ah, querida. — Francesca riu, um som zombeteiro. — Qualquer criança da nossa família saberia manusear aquela garrafa. Mas você... — ela acentuou as palavras com desdém. — Como poderia saber? Não faz parte do nosso mundo.
O sangue subiu imediatamente ao meu rosto. Antes que pudesse formular uma resposta, a voz de Bianca ecoou atrás de nós:
— Francesca, você já não envergonhou a família o suficiente roubando segredos comerciais? Agora precisa atacar alguém só por não ter nascido nesta vida?
Francesca se virou, surpresa pela interrupção.
— Ah, a bastarda resolveu aparecer. — Seu sorriso venenoso vacilou ligeiramente. — Também veio defender sua nova amiguinha?
— Vim defender a decência básica, um conceito claramente estranho para você — rebateu Bianca, posicionando-se ao meu lado com a confiança de quem conhece seu lugar na família, mesmo que não seja exatamente o papel principal. — E para sua informação, Zoey conseguiu em dias o que você nunca alcançaria em anos: o respeito genuíno do meu irmão.
— Respeito? — Francesca gargalhou. — Por favor, todos nós sabemos como isso vai terminar. Ela nunca será uma verdadeira Bellucci. Nem você, aliás, querida Bianca.
A voz de Bianca permaneceu calma, mas notei o aperto em sua mandíbula.
— Você fala como se fosse uma. Com se ainda tivesse alguma coisa com Christian. Supere!
Francesca abriu a boca para responder, mas Bianca já estava me puxando pela mão.
— Venha, Zoey. Deixe a Fran aqui ruminando sua amargura. Temos assuntos mais interessantes para discutir.
Caminhamos para outra parte da varanda, mais afastada dos olhos curiosos dos convidados que ocasionalmente apareciam para tomar ar.
— Obrigada — murmurei, ainda processando o confronto.
Bianca deu de ombros, servindo-se de vinho de uma garrafa que aparecera em suas mãos como por mágica.
— Francesca sempre foi uma vaca invejosa. Desde criança. Ela e Christian tiveram... uma complicada história, mas isso foi antes. Muito antes.
Ela tomou um gole de vinho.
— Escute, eu posso ajudar você. Ensinar o básico sobre nossa vinícola, sobre a história da família, o suficiente para você sobreviver às cobras como Isabella e Francesca. O bastante para surpreender Christian também.
— Você faria isso? — perguntei, genuinamente surpresa.
— Claro. Você é oficialmente minha cunhada agora. E além disso... — ela sorriu conspirativamente — ia adorar ver Isabella e Francesca com aquelas caras quando você demonstrar que sabe seus vinhos.
Antes que pudesse responder, ouvi os passos firmes de Christian se aproximando.
— Aí estão vocês — ele disse, olhando aliviado. — Bianca, seus tios estão procurando por você. Alessandro trouxe notícias sobre a vinícola em Milão.
— "Território" é um eufemismo interessante para psicopatia — murmurei, arrancando uma risada mais forte dele.
— Você foi maravilhosa hoje — disse ele, puxando-me pela cintura. — Sabia que quebrar aquela rolha foi o momento mais interessante da noite? Todos fingindo choque enquanto têm gavetas cheias delas que quebraram explorando as melhores garrafas.
— Sério?
— Absolutamente. Pergunta ao Francesco Moretti lá dentro. Ele quebra rolhas só de olhar para a garrafa. E mesmo assim continua sendo considerado um dos melhores sommeliers da Toscana. — Christian tirou algo do bolso e estendeu para mim. Era um pedaço da rolha que havia quebrado. — Aqui, para você começar sua própria coleção.
— Você guardou isso? — perguntei, surpresa e tocada pelo gesto.
— Claro. — Ele sorriu, fechando minha mão ao redor do fragmento. — Um dia você vai rir disso, não vai? Quando estiver servindo vinho com perfeição e fazendo todos engolirem suas palavras com uma dose de... — ele pensou por um momento — Barolo bem encorpado.
— Barolo? — perguntei, testando a palavra estrangeira na boca.
— Um dos vinhos mais potentes e complexos da Itália — explicou Christian, divertido com minha curiosidade. — Forte o suficiente para fazer qualquer arrogante pensar duas vezes antes de provocar a Senhora Bellucci.
Sorri, guardando o pedaço de rolha no pequeno bolso do vestido.
— Vou precisar das aulas da Bianca mesmo. Não posso continuar parecendo uma iniciante completa. Preciso iniciar com classe a minha vingança vinícola.
Ele riu antes de responder.
— Não você parece uma iniciante — Christian corrigiu, acariciando meu rosto. — Você apenas não estava fingindo ser algo que não é. Isso é... honesto, na verdade.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...