A manhã estava fresca e clara quando decidi tomar meu café na varanda da villa, aproveitando a vista dos vinhedos iluminados pelo sol nascente. Eu estava começando a me habituar ao ritmo mais lento da vida toscana, às refeições prolongadas e às noites estreladas.
Christian havia saído cedo para uma reunião com produtores locais – algo sobre certificações orgânicas para seu novo projeto. Decidi aproveitar a manhã sozinha para organizar os pensamentos antes de outra aula com Bianca programada para a tarde.
Quando abri a porta da varanda, o aroma de café forte me atingiu primeiro, seguido pela visão de Francesca Montero confortavelmente instalada em uma das cadeiras, uma xícara de expresso nas mãos. Ela usava um vestido branco simples mas elegante, que contrastava dramaticamente com seus cabelos escuros. A última pessoa que eu esperava encontrar tão cedo, sozinha.
— Bom dia, Zoey — cumprimentou ela com uma cordialidade falsa. — Café?
Hesitei por um momento, tentada a retornar para dentro, mas recuar seria demonstrar fraqueza.
— Não, obrigada. Já pedi para Lucia preparar o meu — respondi, sentando-me na cadeira oposta à dela. — Não esperava encontrá-la aqui tão cedo.
— Isabella gosta de me ter por perto — explicou ela, seu sorriso perfeitamente calculado.
A menção à Isabella explicava tudo. É claro que minha adorável sogra faria questão de manter Francesca por perto, como um lembrete constante do passado de Christian.
O silêncio pairou entre nós por alguns segundos, apenas o som do vento nas vinhas e pássaros distantes. Quando achei que a situação não poderia ficar mais desconfortável, Francesca soltou uma risada baixa.
— Então, ele te comeu nos vinhedos, não foi?
A vulgaridade deliberada e a agressividade inesperada me pegaram de surpresa. Por um momento, apenas a encarei, chocada com o súbito abandono da compostura que ela sempre mantinha.
— Desculpe? — consegui finalmente responder.
— Por favor — ela revirou os olhos, colocando a xícara de café sobre o pires com um tilintar deliberado. — As notícias correm. O novo senhor e a nova senhora nos vinhedos de Zoey. — Seu sorriso era venenoso.
Ela se inclinou para frente, baixando a voz como se compartilhasse um segredo.
— Christian sempre foi... performático... em seus gestos românticos. Quando estávamos juntos, ele colocou meu nome em uma fonte no jardim dos fundos. — Ela apontou vagamente para uma área mais distante da propriedade. — O velho mandou destruí-la assim que terminamos. Mas não sem antes eu ter várias... lembranças... deliciosas do lugar.
Mantive meu rosto impassível, resistindo à provocação óbvia.
— Deve ser difícil para você — comentei, mantendo a voz neutra. — Ver que ele seguiu em frente.
Ela tomou outro gole de café, seus olhos nunca deixando os meus.
— Seguir em frente? — Ela riu. — Você realmente acredita nisso? Acha que foi a única? Que ele nunca levou ninguém mais para aqueles vinhedos?
— Sei muito bem que não fui a primeira mulher na vida de Christian, Francesca — respondi, mantendo a expressão neutra apesar do aperto no peito. — Mas serei a última.
Ela riu novamente, mas havia algo amargo em seu tom.
— Tão confiante. Como eu era. — Ela colocou a xícara na mesa entre nós com um movimento brusco. — Christian me engravidou naqueles mesmos vinhedos, sabia?
Seu olhar se tornou calculista.
— E além disso, eu e Chris representamos a fusão natural das vinícolas Montero e Bellucci. — Ela agora parecia uma executiva discutindo um negócio. — Nossos avôs podem ter sido rivais, mas tanto Giuseppe quanto meu avô sempre souberam que unir as propriedades era o melhor negócio para ambas as famílias. Alguns... acidentes de percurso... não mudam isso.
— Então é sobre dinheiro? — perguntei, não conseguindo esconder completamente o desdém na minha voz. — Todo esse jogo, essas provocações... é sobre negócios?
— Para Isabella, certamente — respondeu Francesca com um dar de ombros. — Por que acha que ela me mantém por perto? — Ela sorriu, um sorriso predatório. — Mas para mim... nem tudo é sobre dinheiro.
— Isso é esclarecedor — respondi, segurando seu olhar. — Você ainda pensa que tem alguma chance.
— Eu e Christian temos história, Zoey. — Sua voz baixou, tornando-se quase íntima. — Temos segredos, lembranças, cicatrizes compartilhadas que você nunca terá. — Ela passou a língua pelos lábios num gesto deliberadamente provocativo. — Algumas coisas são sobre negócios, outras sobre... prazer. E Christian sabe muito bem qual é a diferença.
Ela se levantou graciosamente, alisando as dobras inexistentes de seu vestido branco.
— Aproveite os vinhedos enquanto pode, Zoey. O verão italiano acaba, e o inverno chega mais rápido do que se espera.
Francesca deslizou para dentro da casa, o tecido branco de seu vestido esvoaçando como uma bandeira de rendição que ela nunca hastearia.
Fiquei sozinha na varanda, encarando os vinhedos e tentando processar a conversa. A malícia deliberada de Francesca não me surpreendia, mas as dúvidas que ela semeara eram mais perigosas do que queria admitir.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...