Meus dedos se enterraram nos lençóis enquanto meu corpo arqueava em êxtase. Christian segurava firmemente meus quadris, seu ritmo impetuoso e implacável. O quarto estava imerso na penumbra, apenas a luz da cidade entrando pelas frestas da persiana, criando sombras dançantes em nossos corpos entrelaçados.
— Christian... — meu gemido saiu como uma súplica quando ele intensificou seus movimentos, seus olhos nunca deixando os meus.
Havia uma urgência em cada toque, cada beijo, cada investida – como se tentássemos recuperar algo que havíamos perdido na transição entre a Toscana e o Rio. Ou talvez estivéssemos tentando criar algo novo, algo que pertencesse a este lugar, a esta realidade.
Ele capturou meus lábios em um beijo profundo e possessivo, abafando meus gemidos enquanto seus dedos encontravam o ponto exato onde eu mais precisava dele. Meu corpo inteiro estremeceu sob seu toque experiente, a tensão crescendo a cada segundo.
— Olhe para mim — ordenou ele, sua voz rouca de desejo.
Abri os olhos, encontrando seu olhar intenso e vulnerável. Havia algo quase desesperado na forma como ele me observava, como se tentasse memorizar cada expressão, cada suspiro.
Envolvi-o com minhas pernas, unindo-nos ainda mais profundamente, desejando que este momento – este simples e perfeito momento onde éramos apenas dois corpos e dois corações conectados – pudesse nos fazer esquecer de contratos, prazos e distâncias.
Senti a tensão familiar se construindo dentro de mim, cada vez mais forte, até que explodiu em ondas de prazer que me deixaram sem fôlego. Christian me seguiu segundos depois, seu corpo tenso e trêmulo enquanto sussurrava meu nome contra minha pele como uma prece.
Por um breve e glorioso instante, o mundo além daquele quarto simplesmente deixou de existir.
Depois, exaustos e ofegantes, desabamos lado a lado na cama estreita, nossos corpos ainda vibrando com os ecos do prazer compartilhado. O único som no quarto era o de nossas respirações gradualmente voltando ao normal e o distante ruído do tráfego carioca lá fora.
— Por que tenho a sensação de que você estava se despedindo? — perguntou Christian finalmente, sua voz rouca quebrando o silêncio.
Virei a cabeça para olhá-lo, surpresa com a percepção. Era como se ele pudesse ler meus pensamentos mais íntimos.
— Claro que não — respondi, mas as palavras soaram fracas até para mim.
Fazia apenas algumas horas que minha família tinha saído do apartamento, deixando-nos sozinhos pela primeira vez desde que voltamos ao Brasil. E amanhã ele partiria para a Serra Gaúcha. Talvez inconscientemente, eu estivesse me despedindo.
Christian se apoiou no cotovelo, me observando com aquela intensidade que parecia enxergar através de todas as minhas defesas.
— Foi diferente — disse ele. — Da Itália. De antes.
Não era uma acusação, apenas uma observação. E ele estava certo. Na Itália, nossos momentos íntimos eram permeados por descoberta, por brincadeira, por alegria. Esta noite havia sido intensa, quase febril – como se estivéssemos tentando armazenar sensações para os dias de separação que viriam.
— Amanhã você vai embora — murmurei, sem conseguir disfarçar completamente a decepção na voz.
— Preciso resolver aqueles problemas no projeto — confirmou ele, passando a mão pelos cabelos em um gesto que eu já reconhecia como sinal de frustração. — Mas estava pensando... no final de semana, você poderia vir.
— Para a Serra Gaúcha?
— Sim. — Seus dedos traçaram padrões leves em meu braço. — Poderia abusar dos seus poderes de detentora de um jatinho particular. Giuseppe tem perguntado por você.
A menção ao avô de Christian trouxe um sorriso ao meu rosto.
— Eu também sinto falta dele. Como ele está?
— Melhor. Os médicos estão otimistas. — Houve um breve silêncio antes que ele continuasse. — Nosso casamento o animou. Ele está... esperançoso.
A menção ao hotel trouxe uma onda de lembranças – nosso primeiro encontro, o casamento de Alex, a confusão que nos levou a este estranho arranjo.
— Nem passou pela minha cabeça essa possibilidade — respondi, adotando seu tom brincalhão. — O apartamento é pequeno, mas garanto o melhor tratamento que você poderia ter.
Seus olhos escureceram de desejo.
— Disso não tenho dúvidas.
O beijo que se seguiu foi lento, deliberado, bem diferente da urgência faminta de antes. Era como se estivéssemos nos reassegurando, prometendo algo que nenhum de nós estava pronto para nomear.
Quando nos separamos, Christian se acomodou contra os travesseiros, me puxando para seu peito. Seus dedos começaram a acariciar distraidamente meus cabelos, num gesto tão íntimo e natural que fez meu coração apertar.
— Podemos fazer funcionar — disse ele após um longo silêncio, sua voz pensativa.
— Hmm? — murmurei, já quase adormecendo com o ritmo de seus carinhos.
— Você no Rio, eu na Serra Gaúcha. Não é ideal, mas podemos fazer funcionar.
Murmurei em concordância, embora uma parte de mim se perguntasse: fazer o que funcionar, exatamente? Nosso contrato? Nosso casamento de conveniência? Ou este algo mais indefinível que havia crescido entre nós, silencioso e persistente como as vinhas nos campos de Bellucci?
As luzes da cidade filtradas pela persiana lançavam padrões dançantes no teto do quarto. Tão diferente do céu estrelado da Toscana, mas de alguma forma igualmente íntimo. Dois mundos, duas realidades, e nós tentando navegar entre elas.
Enquanto o sono começava a me envolver, uma última pergunta flutuou em minha mente: quando os seis meses terminassem, qual das realidades escolheríamos?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...