Acordei lentamente, meu corpo deliciosamente dolorido das atividades da noite anterior. Christian ainda dormia ao meu lado, um braço possessivamente sobre minha cintura, seu rosto relaxado de uma forma que raramente se permitia quando acordado.
Estudei suas feições por um momento – os cílios longos, a linha forte da mandíbula, os lábios que, horas atrás, haviam percorrido cada centímetro do meu corpo. Era injusto que alguém pudesse ser tão bonito, mesmo dormindo.
Como se sentisse meu olhar, Christian abriu os olhos lentamente, aquele azul-acinzentado intenso imediatamente focando em mim.
— Bom dia — murmurou, a voz rouca de sono.
— Bom dia — respondi, inexplicavelmente tímida depois de tudo que havíamos compartilhado na noite anterior.
Ele sorriu, puxando-me para mais perto.
— Dormiu bem?
— Quando você finalmente me deixou dormir? Sim.
Seu sorriso se transformou em algo mais presunçoso.
— Não ouvi reclamações na ocasião.
— Nem vai ouvir. — Ri, sentindo as bochechas esquentarem.
Christian se esticou para dar um beijo leve em meus lábios, depois se acomodou com a cabeça apoiada no cotovelo, me observando com uma expressão que não consegui decifrar completamente.
— No que está pensando? — perguntou ele, seus dedos traçando padrões leves em meu braço.
Hesitei. A intimidade física entre nós sempre foi fácil, natural. Mas havia algo sobre a vulnerabilidade da manhã seguinte, sobre conversas honestas na cama, que parecia mais intimidante do que a nudez.
— Estou pensando... — comecei, tentando organizar meus pensamentos. — Estou pensando que às vezes parece que a única coisa que sabemos fazer direito juntos é isso. — Fiz um gesto vago, abrangendo nossos corpos entrelaçados.
Sua expressão ficou séria.
— Você acha que somos apenas... sexo?
— Não "apenas". — Apressei-me em corrigir. — Mas é tão mais fácil, não é? Quando estamos assim, tudo faz sentido. É quando saímos da cama que nos tornamos estranhos constrangedores que mal conseguem falar ao telefone.
Christian ficou em silêncio por um momento, parecendo considerar minhas palavras com seriedade.
— Acho que estamos ainda aprendendo a navegar isso — disse ele finalmente. — Um casamento relâmpago, uma lua de mel intensa, e depois... a realidade. É natural que haja alguns ajustes.
— Ajustes. É uma forma elegante de dizer.
Ele sorriu, aquele meio-sorriso torto que sempre fazia meu coração saltar.
— Prefere que eu diga que estamos completamente perdidos?
— Seria mais honesto.
Christian riu, um som baixo e rico que pareceu vibrar entre nós.
— Talvez estejamos. — Ele tocou meu rosto gentilmente. — Mas pelo menos estamos perdidos juntos, não?
Havia uma vulnerabilidade em seus olhos que me pegou desprevenida.
— É só que... — Busquei as palavras certas. — Nem sei se somos compatíveis fora do quarto. Você é sofisticado, fala várias línguas, entende de vinhos raros e arte e... sei lá, política internacional. E eu sou apenas...
— Inteligente — ele completou, seu tom firme. — Perspicaz. Corajosa. Leal. Engraçada, mesmo quando não está tentando ser. Determinada até a teimosia. Genuína, em um mundo de pessoas falsas.
Pisquei, surpresa pela veemência em sua voz.
— Você realmente pensa isso?
— Penso isso e muito mais. — Ele segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos. — Você se subestima, Zoey. Sempre faz isso. Vê-se como a garota comum que não pertence ao meu mundo. Mas já parou para considerar que talvez seja exatamente o que eu mais valorizo em você? Que você não é como todas as outras pessoas do "meu mundo"?
Um nó se formou em minha garganta.
— Você sempre teve um jeito com as palavras — consegui dizer, tentando disfarçar como suas palavras me afetaram.
— Não estou tentando ser charmoso. — Ele se sentou, puxando-me com ele, até que estávamos face a face. — Estou sendo sincero. Não é só química sexual entre nós, Zoey. É muito mais. Só precisamos de tempo para descobrir exatamente o quê.
Christian franziu o cenho.
— Não seria exagero. Seria compreensível.
Sua defesa me tocou mais do que eu esperava.
— Obrigada, mas realmente não é necessário. — Forcei um sorriso. — Já superei isso.
Ele não parecia convencido, mas não insistiu.
— De qualquer forma, estou feliz que você esteja aqui. — Seus dedos afastaram uma mecha de cabelo do meu rosto. — Não gostaria de enfrentar Antônio sozinho.
A admissão de que me queria ao seu lado como apoio, não apenas como parte do acordo, fez algo se agitar dentro de mim – algo perigosamente próximo da esperança.
— Então estou aqui como escudo humano? — provoquei.
— Está aqui como minha esposa. — Sua voz ganhou um tom mais sério. — Como minha parceira.
Parceira. A palavra ecoou em minha mente, e me peguei imaginando como seria se isso fosse real – se fôssemos realmente parceiros de vida, não apenas de um acordo temporário.
— Bem, nesse caso — disse, tentando manter o tom leve — acho que preciso de um vestido novo. Não posso deixar você mal na frente do primo rival.
Christian sorriu, aparentemente aliviado por voltarmos a um terreno mais seguro.
— Posso providenciar isso. Talvez uma visita a Porto Alegre hoje? Conheço algumas boutiques excelentes.
— Você e suas boutiques. — Revirei os olhos, mas não consegui conter um sorriso. — Não vou nem perguntar como você conhece lojas femininas em Porto Alegre.
— Uma vida antes de você, Senhora Bellucci. — Ele sorriu maliciosamente, puxando-me para mais perto. — Mas consideravelmente menos interessante.
Enquanto seus lábios encontravam os meus novamente, permiti-me esquecer temporariamente sobre primos ambiciosos, ex-amigas traidoras e acordos com prazo de validade. Por enquanto, talvez pudéssemos simplesmente ser dois jovens apaixonados, descobrindo um ao outro naquela manhã ensolarada da Serra Gaúcha.
Mas um pequeno sussurro no fundo da minha mente me lembrava que algumas coisas são boas demais para serem verdadeiras – e que felicidade para pessoas como eu raramente vinha sem um preço.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...