O olhar de Christian estava fixo no meu, intenso, confiante. Como se já soubesse a resposta. Como se já tivesse calculado cada movimento desse jogo bizarro que, de alguma forma, nos dois estávamos jogando.
Mas antes que eu pudesse responder, havia algo que precisava saber.
— Por que você foi embora? — perguntei, minha voz mais baixa do que pretendia.
Ele franziu a testa, visivelmente confuso.
— O quê?
— Naquela manhã. No hotel. Você... — engoli em seco, a vulnerabilidade me incomodando mais do que queria admitir. — Você simplesmente foi embora. Sem nem se despedir.
Algo mudou no olhar dele. Um breve lampejo de... o quê? Culpa? Arrependimento? Mas desapareceu tão rápido que eu não consegui decifrar.
— Tinha uma reunião — ele respondeu, evasivo.
— Às sete da manhã de um sábado? — arqueei uma sobrancelha.
— Não foi nada pessoal, Zoey.
Três palavras simples, mas que me atingiram como um tapa. "Nada pessoal." Claro que não. Por que seria? O que aconteceu entre nós foi apenas uma diversão para ele, um momento para passar o tempo. E eu havia sido idiota o suficiente para sentir algo mais.
As palavras de Elise ecoaram na minha mente: "Você nunca teve nada de especial."
Talvez ela estivesse certa. Talvez eu fosse mesmo apenas coadjuvante na vida dos outros.
— Certo — murmurei, cruzando os braços como se isso pudesse me proteger. — Desculpa a pergunta idiota.
Christian passou a mão pelo cabelo, parecendo momentaneamente frustrado.
— Olha, Zoey, o que aconteceu naquela noite... — ele fez uma pausa, escolhendo as palavras. — Não é relevante para o que estamos discutindo agora.
Senti uma pontada no peito.
— Claro que não é. O que importa é que você precisa de uma noiva falsa, e eu sou a opção mais conveniente.
Ele me estudou por um momento, seus olhos percorrendo meu rosto como se procurasse algo.
— Eu diria que somos convenientes um para o outro. Você precisa que a dívida do seu pai seja resolvida. Eu preciso de uma noiva temporária. É um acordo justo.
Um acordo de negócios. Era isso que ele estava propondo. Frio, calculado, prático.
Uma batida na porta interrompeu meus pensamentos.
— Zoey? — a voz de Annelise soou do outro lado. — Tá tudo bem aí?
— Tudo ótimo! — respondi, esforçando-me para soar normal. — Já estamos saindo.
Christian ergueu uma sobrancelha.
— "Já estamos saindo"? Isso significa que você vai aceitar?
— Eu ainda não disse que sim.
Ele olhou para o relógio de pulso caro, o tipo que eu provavelmente levaria uma vida inteira para conseguir comprar.
— Tenho que estar no Rio Grande do Sul na quarta. O evento na vinícola começa na quinta e vai até domingo.
— Sua vinícola? — Não consegui esconder a surpresa na minha voz.
— A principal propriedade da família. Na serra gaúcha.
Um lugar que eu só tinha visto em fotos de revistas. Um lugar onde pessoas como eu nunca pisariam, se não fosse por um acaso bizarro como esse.
Respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos.
— Eu tenho um emprego, sabia? Não posso simplesmente desaparecer por cinco dias.
— Tenho certeza de que você pode conseguir uma folga.
— Não é tão simples assim.
Ele inclinou a cabeça, me estudando.
— Ei, desculpa interromper, mas todo mundo tá perguntando o que tá acontecendo. Vocês vão se casar ou não?
Christian me olhou, esperando minha resposta tanto quanto meu irmão.
— Dá um minuto, Matheus — respondi, sem tirar os olhos do homem à minha frente.
A porta se fechou, e ficamos novamente sozinhos.
Christian deu um passo na minha direção.
— Zoey, eu não estou pedindo que você me ame. Estou pedindo que você finja por um tempo. E em troca, seu pai fica livre de todas as dívidas.
Eu pisquei, tentando absorver a magnitude do que ele estava oferecendo.
— Você realmente pode fazer isso? Resolver tudo?
— Com uma ligação.
Claro que podia. Para alguém como Christian Bellucci, dinheiro não era problema. O valor que para minha família representava anos de trabalho e sacrifício, para ele provavelmente não era mais que trocos.
A injustiça disso tudo me atingiu. Por que algumas pessoas nasciam com tudo, e outras tinham que lutar por migalhas?
Respirei fundo, tomando minha decisão.
— Ok.
Ele ergueu as sobrancelhas.
— Ok?
— Eu aceito. Vou com você para o Rio Grande do Sul. Vou fingir ser sua noiva — soltei o ar devagar. — Mas tenho uma condição.
Seus olhos brilharam com curiosidade genuína, a primeira emoção real que vi nele desde que essa conversa começou.
— Que condição?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...