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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 533

~ BIANCA ~

Desci as escadas com cuidado, uma mão no corrimão e a outra tocando levemente o colar de miçangas que Bella havia me dado. Era reconfortante, de alguma forma estranha, aquele peso leve e colorido contra minha pele.

A área de jantar dos hóspedes ficava no térreo, uma sala ampla com mesas de madeira rústica e cadeiras de encosto alto. O cheiro que vinha de lá era incrível — algo entre assado, ervas frescas e pão quentinho. Vários hóspedes já estavam acomodados, conversando animadamente enquanto pratos fartos eram servidos. Comida no estilo pousada: farta, cheirosa, caseira. O tipo de comida que aquece por dentro.

Estava prestes a procurar um lugar para me sentar quando ouvi meu nome.

— Bianca!

Virei-me e vi Paola acenando da entrada que levava à cozinha. Ela usava um avental sobre a roupa e tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo ainda mais apertado do que antes.

— Vem jantar com a gente — chamou ela, fazendo um gesto com a cabeça. — Na cozinha.

Hesitei apenas por um segundo antes de segui-la. Atravessei a sala de jantar dos hóspedes e entrei por uma porta de madeira que levava aos fundos.

A cozinha era enorme. Panelas de cobre penduradas nas paredes, uma ilha central de mármore desgastado mas bem cuidado, uma lareira de pedra onde lenha crepitava suavemente. E a mesa — uma mesa longa de madeira maciça que devia ter séculos de história — estava posta para cinco pessoas.

Quando entrei, todos os olhos se voltaram para mim.

Foi Nico quem me viu primeiro, e seu olhar imediatamente caiu para o meu pescoço. Para o colar de miçangas coloridas. Vi algo passar por seus olhos — surpresa, talvez, ou ternura — mas ele não disse nada. Apenas segurou meu olhar por um momento longo demais antes de desviar.

— Martina, essa é a Bianca. Bianca, essa é Martina, sua... Sogra? É, eu diria sogra.

Havia algo na forma como Paola disse aquilo — uma ironia sutil, uma diversão contida — mas eu não conseguia identificar exatamente o quê. Pareceu perfeitamente normal para mim.

Martina secou as mãos em um pano de prato e se aproximou. Ela era uma mulher de estatura média, cabelos grisalhos presos em um coque frouxo, e olhos castanhos calorosos mas avaliadores. Usava um vestido simples coberto por um avental florido.

— Bianca — disse ela, e sua voz era suave, maternal. — Estive ansiosa para te conhecer.

Ela me abraçou, e foi um abraço de verdade, não aqueles abraços rápidos e educados de gente que mal se conhece. Retribuí, sentindo o cheiro de alecrim e lavanda que emanava dela.

— Eu também — respondi, e percebi que era verdade.

— Venha, sente — Martina gesticulou para a mesa. — Deve estar faminta depois de tudo que aconteceu hoje

Acomodei-me em uma das cadeiras, e Bella imediatamente puxou a cadeira ao meu lado para sentar-se perto de mim. Nico tomou o assento à minha frente, e Paola e Martina ocuparam as outras posições.

A comida começou a ser servida: fatias generosas de assado de carne com batatas, vegetais assados temperados com ervas, pão ainda quente com manteiga derretendo, e vinho tinto em taças de vidro grosso.

A conversa fluiu naturalmente. Martina perguntou se eu estava me sentindo melhor, se a cabeça ainda doía, se precisava de mais alguma coisa no quarto. Paola comentou sobre o tour da tarde, fazendo uma piada sobre como eu tinha impressionado todos com meu conhecimento sobre vinhos.

— Ela está um pouco confusa por causa da queda — Nico explicou em determinado momento, quando Martina perguntou algo sobre minha família. — O médico disse que é normal. Deve passar em alguns dias.

Martina assentiu compreensivamente, mas havia algo em seus olhos — preocupação, talvez, ou curiosidade.

Em determinado momento, notei que Bella estava tendo dificuldade para cortar um pedaço especialmente resistente de carne. Sem pensar, peguei a faca e o garfo dela e cortei em pedaços menores, mais fáceis de mastigar.

— Obrigada — disse Bella, sorrindo largo. — Gosto de ter uma nova mamãe.

O silêncio que se seguiu foi instantâneo e pesado.

Bella continuou, alheia ao desconforto que havia causado.

— Eu pedi uma nova mamãe faz tempo. Desde que a outra se foi.

Meu coração apertou. A mãe de Bella havia morrido. Claro. Nico era viúvo... Não era?

— Sinto muito — disse suavemente, tocando levemente o braço de Bella.

— Tudo bem — respondeu ela com a naturalidade brutal das crianças. — Mamãe disse que é mais feliz longe de mim, não é, papai?

O desconforto se transformou em algo mais denso. Mais doloroso.

Olhei para Nico e vi a forma como sua mandíbula se apertou, como seus dedos se fecharam ao redor do garfo com força demais.

— Não é isso, meu amor — disse ele, e havia esforço em manter a voz gentil. — Já conversamos sobre isso, lembra?

Ele se levantou, deu a volta na mesa e se abaixou ao lado de Bella, passando a mão com carinho em sua cabeça.

— Sua mãe... ela só precisava de um caminho diferente. Não tem nada a ver com você, pequena. Você é perfeita.

Bella assentiu, mas não parecia completamente convencida.

Martina quebrou o silêncio com uma voz alegre e determinada.

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