~ MARCO ~
Dois dias haviam se passado desde a reunião onde todos tentamos encontrar uma solução para o pesadelo que se tornara nossa realidade. Dois dias de silêncio pesado, de conversas em voz baixa, de olhares carregados de preocupação. A mansão Bellucci na Serra Gaúcha, normalmente um refúgio tranquilo, havia se transformado em quartel-general de guerra.
Christian me procurou na manhã daquele terceiro dia, seu rosto mostrando uma determinação que reconheci como decisão já tomada.
— Preciso falar com você e Maitê. Sozinhos — disse simplesmente.
Encontramos Maitê na biblioteca, folheando distraidamente um livro que claramente não estava lendo. Ela levantou os olhos quando entramos, e pela tensão em seu rosto, sabia que aquela conversa seria importante.
Christian dispensou formalidades e foi direto ao ponto, como sempre fazia quando tinha decisões difíceis a comunicar.
— Não posso decidir sobre o que vocês farão em relação aos Parques Salvani — começou, mantendo contato visual com ambos. — Essa é uma decisão que cabe a vocês, e eu respeito isso completamente.
Fez uma pausa deliberada antes de continuar.
— Mas a Bellucci não vai se envolver se vocês decidirem fazer a inauguração agora. Não é momento de lançar uma linha de celebração, de estar em uma celebração enquanto pessoas estão morrendo e isso está sendo associado ao nosso nome.
Entendi perfeitamente a posição dele. Mais do que isso, concordava completamente. Seria insensível, talvez até cruel, celebrar qualquer coisa enquanto famílias choravam suas vítimas de envenenamento ligado ao nome Bellucci. Por mais que soubéssemos que não tínhamos nenhuma culpa nisso, ainda carregávamos um luto.
— É claro, Christian — respondi. — Apoio completamente essa decisão.
Mas Maitê se levantou da poltrona onde estava sentada, sua expressão mostrando frustração e dor.
— Então é isso? — perguntou, sua voz carregada de emoção mal contida. — Recuar? Deixar Dominic ganhar?
Christian manteve sua expressão calma, mas pude ver a empatia em seus olhos.
— Não é sobre deixar Dominic ganhar, Maitê. É sobre respeitar as vítimas. Sobre não adicionar insulto à injúria ao celebrar enquanto famílias sofrem por algo que carrega nosso nome. No momento certo, vamos nos reerguer. Mas não é agora.
Maitê suspirou pesadamente, passando a mão pelo rosto num gesto de cansaço que me partiu o coração.
— Eu entendo isso — disse, sua voz ficando mais baixa. — Mas também entendo que Dominic talvez nunca nos dê o momento certo. Ele vai continuar forçando situações para que sempre tenhamos que recuar, sempre tenhamos que nos defender, nunca possamos avançar.
Vi a emoção começar a dominá-la, as lágrimas se acumulando em seus olhos antes de finalmente escaparem. Ela tentou limpar rapidamente, mas não conseguiu esconder a vulnerabilidade que tomava conta.
— Eu arrastei a Bellucci para esse lugar — admitiu, sua voz quebrando. — Dominic nunca estaria atacando vocês se não fosse por mim. Tudo isso é culpa minha.
Christian se aproximou dela, sua postura perdendo um pouco daquela rigidez profissional.
Segurei seu rosto entre minhas mãos, forçando-a a me olhar nos olhos.
— Pare. Você precisa parar de carregar essa culpa. Dominic fez essas escolhas, não você. Ele decidiu ser um monstro, não você.
Mas ela balançou a cabeça, as lágrimas ainda escorrendo.
— Não muda o fato de que...
— Maitê, me escuta — interrompi suavemente. — Quando éramos garotos, eu sempre ganhava do Christian no xadrez. Toda vez. Ele ficava furioso, queria revanche atrás de revanche.
Vi a confusão no rosto de Maitê pela mudança de assunto tão brusca, mas continuei.
— E então, um verão, ele simplesmente parou de perder. Começou a jogar de um jeito completamente diferente. Sacrificava a rainha, as torres, peças que qualquer um acharia essenciais. Eu ficava confiante, comemorando cada captura, pensando que finalmente ele havia desistido de verdade. Mas enquanto eu me distraía com as peças grandes, Christian posicionava seus peões. Silenciosamente, metodicamente, avançando um por um. Quando eu finalmente percebia o que estava acontecendo, já era tarde demais, e eu estava em xeque-mate. Ele se tornou imbatível depois que aprendeu isso.
Me virei para Maitê, um pequeno sorriso deliberado nos lábios.
— Christian pode ter dito que não sabia por onde começar, mas acredite, ele sabe exatamente o que está fazendo. Ele está tirando completamente de Dominic o principal alvo dele. Deixando que ele se distraia ao ter conquistado a rainha, enquanto posiciona seus peões silenciosamente. O jogo não está perdido, Maitê. Está apenas entrando em uma nova fase.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Já tem uns 3 dias que não disponibiliza os capítulos. Parou no capítulo 557. PS. Esse livro que não acaba.... 🤔...
Queria saber o que está acontecendo, que os capítulos não estão mais disponíveis....
Poxa vida, ja era ruim liberar 2 ou 3 capitulos por noite a conta gotas, agora falhar na liberacao diaria é pèssimo ... oq tem acontecidoncom frequencia. Desanimador....
Alguém sabe me dizer, quando sai mais capítulos?...
Oq esta acontecendo com os capitulos 566 e 567? Liberei as moedas mas nenhum dos dois foi liberado. E ontem tbem nao houve liberacao de capitulos novos ......
Mdss estou impactada com o plost twist mds mds, história de Maitê é a mais louca e surreal, considero a melhor....
Capitulo 518. Votos de Marcos e Maitê, que lindo... Até eu fiquei emocionada 😍...
Capítulo 539 está dando erro...
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...