~ VIVIANNE ~
Estávamos na Serra Gaúcha, em uma das casas adjacentes à mansão Monteiro que vínhamos dividindo quando Dominic queria ficar mais perto do que ele chamava de "operação de campo". Era uma propriedade menor mas confortável, com vista privilegiada para os vinhedos que agora, ao menos em parte, nos pertenciam.
Dominic observava pela janela da sala, um sorriso satisfeito no rosto enquanto um caminhão se afastava pela estrada de terra levando mais uma leva de vinhos Monteiro para distribuição. Ou melhor... vinhos que logo se tornariam Bellucci.
No meio do caminho, os funcionários Bellucci corrompidos iriam trocar os rótulos. Esse era o bom de terem adquirido a Monteiro - além, é óbvio, do fato de já terem uma operação de produção completamente estruturada e funcional, estavam geograficamente próximos o suficiente para usar os mesmos prestadores de serviço de transporte e distribuição sem levantar suspeitas desnecessárias.
E corrompendo as pessoas certas com as quantias certas de dinheiro, o plano fluía com uma naturalidade quase assustadora. Lotes de vinho Bellucci - na verdade Monteiro, mas embalados e rotulados como Bellucci - voltando por apresentarem qualidade questionável. O CEO da empresa, aquele primo perfeito de Marco, investigando meticulosamente desde o processo de produção até o armazenamento final, sem suspeitar sequer remotamente do que realmente estava acontecendo bem debaixo do nariz dele.
Enquanto isso, o nome Bellucci sendo atacado pouquinho a pouquinho, sua reputação impecável de gerações sendo manchada de forma gradual mas constante. Até o golpe final que Dominic planejava dar.
Observava Dominic da poltrona onde estava sentada, sem entender completamente a magnitude total do que ele estava arquitetando. Havia aprendido a parar de fazer muitas perguntas depois que ele deixou claro em algumas ocasiões que minha curiosidade não era bem-vinda. Mas se ele estava feliz e satisfeito com seus planos, eu ficava feliz também.
Não gostava nada de encarar Dominic frustrado ou irritado. Essas versões dele eram perigosas e imprevisíveis.
Ele se afastou da janela e caminhou até o bar improvisado que havíamos montado na sala. Pegou uma garrafa de vinho sem rótulo - uma das garrafas que mantinha especialmente guardadas para "teste de qualidade" - e serviu duas taças generosas.
Estendeu uma para mim com um gesto quase galante.
— Ao plano perfeito — disse, erguendo sua taça.
Brinquei com ele, levantando minha própria taça para encontrar a dele com um tilintar suave de cristal.
— Isso significa que estamos mais perto de ter seu brinquedinho de volta? — perguntei, tomando uma golada generosa do vinho.
Dominic concordou com a cabeça, seus olhos brilhando com aquela intensidade que reconheci como ambição pura.
— Se tudo correr dentro do esperado, e é bom que corra exatamente como planejei, teremos Maitê de volta antes daquela criança nascer. Agora que ela é sócia majoritária dos Parques Salvani, e a criança é sua herdeira direta, eu preciso mais do que nunca consolidar essa família sob meu controle.
Desdenhei, incapaz de resistir apontar o óbvio.
— Fala como se ela já não fosse casada. O plano de anular o casamento não deu certo, lembra?
Vi a frustração começar a aparecer no rosto de Dominic, aquela tensão na mandíbula que sinalizava perigo. Mas ele a controlou rapidamente.
— Não importa. Em breve ela será viúva.
Ele encheu novamente minha taça antes mesmo que eu tivesse terminado completamente a primeira.
— Não percebeu, percebeu? O mesmo cheiro do etanol comum, o mesmo gosto básico do vinho... não é preciso muito para causar danos sérios. E com a dosagem certa... você pode até matar.
Senti as lágrimas começarem a escorrer pelo meu rosto, misturando-se com o suor frio que cobria minha pele.
— Você... você me envenenou? — minha voz quebrou completamente. — Você me matou?
— A dosagem foi controlada e cuidadosamente calculada — ele explicou com aquela mesma calma perturbadora. — Você foi só uma cobaia, um teste para o que está por vir. Mas...
Ele fez uma pausa deliberada, e pude sentir seu polegar acariciando meu rosto de forma quase carinhosa.
— Se você for uma boa menina, eu te levo ao hospital a tempo. E sabendo exatamente do que se trata o envenenamento, eles podem até conseguir te salvar com o tratamento adequado e rapidez.
Soltou uma gargalhada fria e calculada que ecoou pela sala, e senti meu corpo inteiro congelar de horror absoluto.
— Hospital... por favor... — consigo dizer.
Ele me olha por mais alguns segundos antes de dizer:
— Pra que a pressa? — ele responde com tranquilidade cruel. — Você sabe que eu nunca saio de casa sem um belo banho pela manhã.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Já tem uns 3 dias que não disponibiliza os capítulos. Parou no capítulo 557. PS. Esse livro que não acaba.... 🤔...
Queria saber o que está acontecendo, que os capítulos não estão mais disponíveis....
Poxa vida, ja era ruim liberar 2 ou 3 capitulos por noite a conta gotas, agora falhar na liberacao diaria é pèssimo ... oq tem acontecidoncom frequencia. Desanimador....
Alguém sabe me dizer, quando sai mais capítulos?...
Oq esta acontecendo com os capitulos 566 e 567? Liberei as moedas mas nenhum dos dois foi liberado. E ontem tbem nao houve liberacao de capitulos novos ......
Mdss estou impactada com o plost twist mds mds, história de Maitê é a mais louca e surreal, considero a melhor....
Capitulo 518. Votos de Marcos e Maitê, que lindo... Até eu fiquei emocionada 😍...
Capítulo 539 está dando erro...
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...