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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 485

~ MAITÊ ~

Estava no mirante da mansão Bellucci, olhando para os vinhedos que se estendiam em fileiras perfeitas até onde a vista alcançava. As colinas suaves criavam um cenário quase hipnótico, as videiras organizadas em padrões geométricos que pareciam dançar conforme o vento leve as balançava.

Ouvi passos atrás de mim e me virei para ver Zoey se aproximando com duas xícaras de chá fumegante.

— Pensei que pudesse querer um pouco de companhia — disse, oferecendo uma das xícaras.

Aceitei com um pequeno sorriso de gratidão.

— Obrigada.

Zoey se apoiou no corrimão ao meu lado, olhando para a mesma vista que eu havia estado contemplando.

— Sabe, toda vez que deixo Christian me levar para o meio daqueles vinhedos... — disse com um sorriso malicioso. — Tem algo... mágico e ligeiramente afrodisíaco ali.

Ri apesar de tudo, sentindo um pouco da tensão se dissipar.

— Até gostaria de tentar, mas definitivamente não com essa barriga — respondi, gesticulando para minha proeminente barriga de sete meses.

Zoey riu também, mas depois ficou séria, me encarando de um jeito que reconheci como preâmbulo para uma conversa importante.

— Eu estava puro medo na reta final da gravidez, sabe? — admitiu, sua voz ficando mais suave. — Contava as semanas e pensava: tudo bem, ainda tenho doze, dez, oito semanas para me preparar para ser a mãe perfeita.

Ela riu de si mesma, balançando a cabeça.

— E o que aconteceu? — perguntei, genuinamente curiosa.

— Aconteceu que Matteo veio com sete meses e estragou completamente meu planejamento.

Ri da forma como ela contou isso, mas logo fiquei séria ao me lembrar do que havia ouvido sobre aquele período.

— Soube o que aconteceu... — disse cuidadosamente.

Zoey concordou com a cabeça, seu rosto ficando sombrio.

— Empurrada da escada — murmurou. — E então eu achei que era isso. Que eu simplesmente tinha perdido aquilo que mais amava no mundo, antes mesmo de ter a chance de conhecê-lo.

— Mas graças a Deus tudo deu certo — disse, tocando seu braço gentilmente.

— Graças a Deus... — Zoey concordou. — Mas graças a Christian também. Enquanto eu me recuperava no hospital, Christian não saiu do lado de Matteo na UTI neonatal. E nem do meu, é claro. Toda a nossa família, na verdade, se uniu de uma forma que eu nunca tinha experimentado antes.

Ela se virou para me encarar completamente.

— Maitê, não dá para carregar essa criança para sempre dentro da sua barriga achando que aí dentro é o lugar mais seguro do mundo. Uma hora ela vai ter que sair.

— Tive pânico similar quando Matteo nasceu. Especialmente depois de tudo o que passamos com o atentado, a vinda dele prematuro, o sequestro... Acordava com pesadelos quase todas as noites, checava a respiração de Matteo obsessivamente, tinha certeza de que algo terrível ia acontecer a qualquer momento.

— Como você superou isso?

— Christian me disse algo que realmente me ajudou — Zoey respondeu. — Ele disse: 'A gente não pode viver com medo do que pode acontecer. Só pode se preparar para o melhor possível e viver.' E ele estava certo. Eu poderia ter passado os primeiros meses de vida do Matteo paralisada pelo medo, ou poderia aproveitar cada momento com meu filho enquanto fazia tudo ao meu alcance para mantê-lo seguro.

Ela olhou para mim com intensidade.

— Christian está trabalhando em algo com Marco. Eles sempre estão. Eles não vão deixar Dominic ganhar. Não vão deixá-lo machucar você ou sua filha.

Antes que eu pudesse responder, senti um chute forte e súbito, fazendo-me dar um pequeno sobressalto. Minha mão foi automaticamente para a barriga, e Zoey seguiu o movimento com os olhos.

— Ela está chutando? — perguntou com um sorriso.

— Como se estivesse treinando para uma luta — respondi, rindo apesar das lágrimas que ainda estavam nos meus olhos.

Zoey colocou gentilmente sua mão ao lado da minha na barriga, e quase imediatamente sentimos outro chute forte.

— Essa aí vai estar pronta para chutar muitas bundas — disse Zoey, e ambas começamos a rir genuinamente.

Era um riso que precisávamos, um momento de leveza em meio a toda a escuridão que nos cercava.

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