~ MARCO ~
Abri a porta do apartamento carregando algumas sacolas de compras do mercado, equilibrando tudo cuidadosamente enquanto usava o pé para fechar a porta atrás de mim. Havia saído para pegar alguns itens que Maitê havia mencionado estar desejando - incluindo aquele brigadeiro específico que ela só encontrava em uma confeitaria do outro lado da cidade.
— Maitê? — chamei, colocando as sacolas no balcão da cozinha.
Não obtive resposta imediata, mas ouvi o som de digitação vindo da sala. Guardei rapidamente os itens que precisavam de refrigeração e fui investigar.
Encontrei Maitê sentada à mesa da sala de jantar, o notebook aberto na frente dela, uma expressão de concentração intensa no rosto. Ela estava tão absorta no que estava fazendo que nem percebeu minha chegada até eu me aproximar.
— O que aconteceu? — perguntei, sentindo uma pontada de preocupação ao ver sua expressão séria.
Ela levantou os olhos para mim e forçou um sorriso que não alcançou completamente seus olhos.
— Nada... — disse, mas logo gesticulou para a tela do laptop. — Zoey me ajudou a redigir um "desconvite".
Ela fez o gesto de aspas com os dedos ao dizer a palavra, e não pude evitar rir levemente da criatividade linguística.
— Posso ver? — pedi, me aproximando para ler por cima do ombro dela.
Maitê girou a tela levemente em minha direção, e li as primeiras linhas do comunicado formal que explicava o adiamento indefinido da inauguração do Parque Salvani. O texto era diplomático, mas firme, citando 'circunstâncias imprevistas' e 'compromisso com a excelência' sem mencionar diretamente o escândalo do metanol que envolvia a Bellucci.
— Zoey é boa com palavras — comentei, impressionado com a delicadeza do texto.
— Não é à toa que ela é a RP da Bellucci — Maitê respondeu com um meio sorriso. — Aparentemente tem bastante prática em transformar crises em 'oportunidades de reavaliação estratégica'.
Aproximei-me ainda mais dela, inclinando-me para depositar um beijo suave em seus lábios antes de perguntar:
— Então é oficial? Você está mesmo convencida de que devemos cancelar a inauguração temporariamente?
Maitê concordou com a cabeça, seu sorriso desaparecendo completamente.
— Você e Christian estão certos — admitiu com um suspiro. — Não é momento de comemorar.
Segurei seu rosto delicadamente entre minhas mãos.
— Mas quando o momento vier — disse com convicção — ele será enorme. Vai valer a pena a espera.
Ela colocou sua mão sobre a minha, seus olhos brilhando com lágrimas não derramadas, e concordou silenciosamente.
Os dias seguintes se passaram em uma névoa de tensão controlada e espera calculada. Com a retirada de todos os produtos Bellucci do mercado mundial, as intoxicações por metanol finalmente pararam completamente. Era um alívio amargo - havíamos salvado vidas futuras, mas às custas de seis mortes que já pesavam em nossa consciência coletiva, mesmo sabendo que a culpa real recaía inteiramente sobre Dominic.
A Bellucci continuava fornecendo todo o apoio possível às vítimas - cobrindo custos médicos integralmente, oferecendo compensações financeiras generosas, mantendo equipes de advogados e assistentes sociais à disposição das famílias afetadas. Não era sobre proteger a empresa neste momento; era sobre fazer o que era certo.
Paralelamente, Christian e eu havíamos conseguido infiltrar pessoas suficientes dentro do esquema de Dominic. Eram contatos cuidadosamente selecionados - ex-funcionários descontentes da Monteiro que sabiam exatamente o que estava acontecendo, motoristas de transporte que documentavam cada movimento suspeito, até mesmo um dos técnicos de laboratório que Dominic havia contratado para fazer as adulterações.
Cada peça de evidência era meticulosamente catalogada, fotografada, gravada. Estávamos construindo um caso tão sólido que seria impossível de ignorar ou desmantelar.
Um dos nossos contatos mais valiosos era um supervisor de logística que Dominic havia recrutado com promessas de pagamento generoso. O homem, percebendo tarde demais em que havia se metido, começou a documentar cada remessa adulterada - horários, rotas. Eram informações que poderiam não apenas incriminar Dominic, mas também rastrear a cadeia de distribuição completa.
Outro infiltrado, uma secretária na Monteiro, conseguiu acesso aos e-mails corporativos. As mensagens eram cuidadosamente codificadas, mas com contexto suficiente, revelavam ordens diretas de Dominic sobre as operações. Christian havia contratado especialistas em crimes financeiros para analisar cada comunicação, construindo uma cronologia irrefutável.


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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...