~ VIVIANNE ~
O quarto do hospital era asséptico e impessoal, com paredes brancas que pareciam amplificar cada som - o bip constante dos monitores, o zumbido baixo do ar-condicionado, o arrastar de sapatos no corredor lá fora. Eu estava recostada na cama, ainda conectada ao soro que pingava meticulosamente através do cateter no meu braço, quando a porta se abriu.
Esperava ver uma enfermeira, talvez o médico fazendo sua ronda. Não esperava ver ela.
— O que você está fazendo aqui? — perguntei imediatamente, minha voz saindo mais alta e mais desesperada do que pretendia.
Ela fechou a porta atrás de si com um clique suave, se virando para me encarar com aquela expressão que eu conhecia tão bem - uma mistura de preocupação, raiva e algo que parecia perigosamente próximo de decepção. Ela era alguns anos mais nova que eu, mas naquele momento parecia carregar um cansaço que a fazia parecer muito mais velha.
— Eu descubro que minha irmã quase morreu — disse com uma calma forçada — e você pergunta o que eu estou fazendo aqui?
Olhei nervosamente para a porta, como se Dominic pudesse aparecer a qualquer momento.
— Vai embora, Cecília. Ele não pode te ver aqui.
Mas minha irmã não se moveu. Em vez disso, puxou a cadeira para o lado da cama e se sentou, me observando com aquele olhar penetrante que sempre conseguia me desarmar completamente.
— Por quê? — perguntou com desdém evidente. — Ele vem te ver todos os dias? É o namoradinho perfeito? Ele quase te matou, Vivianne!
— Mas não matou — retruquei automaticamente, odiando como as palavras soavam mesmo aos meus próprios ouvidos.
Cecília soltou uma risada amarga, sem humor algum.
— Uau, isso que é amor.
— Você sabe que eu não tenho escolha.
— Tem escolha! — Cecília se inclinou para frente, sua voz ficando mais intensa. — Claro que tem escolha. Você só escolheu esse caminho torto que não faz sentido...
— Eu escolhi isso por você! — as palavras saíram como uma explosão, carregadas de anos de frustração e sacrifício não reconhecido.
Cecília recuou ligeiramente, como se tivesse sido fisicamente atingida. Quando falou novamente, sua voz estava carregada de emoção mal contida.
— Não — disse, cada palavra deliberada e clara. — Escolheu isso por você. Eu nunca te pedi nada... eu só queria... só queria...
Ela parou, incapaz de completar a frase, mas eu sabia exatamente o que ela ia dizer. Sabia por que tínhamos tido essa mesma conversa dezenas de vezes ao longo dos anos, sempre terminando no mesmo lugar doloroso.
— Você só queria esquecer — terminei por ela, minha voz ficando mais suave. — Mas sou sua irmã mais velha, Cecília. Eu não esqueço.
O silêncio que se seguiu foi pesado, carregado de memórias não ditas e dores compartilhadas que nenhuma de nós conseguia verbalizar completamente. Eu via a luta acontecendo no rosto de Cecília - o desejo de me salvar batalhando contra a necessidade de se salvar primeiro.
Finalmente, ela falou, e sua voz estava pequena, quase suplicante.
— Volta para casa comigo.
Franzi a testa, confusa. Os médicos haviam me dito que eu seria liberada em vinte e quatro horas, que meus níveis estavam finalmente estabilizados após o envenenamento por metanol que ele mesmo havia orquestrado.
— Não vou mais ter? — perguntei cautelosamente, tentando ler sua expressão para entender aonde isso estava indo.
Um sorriso lento e calculista se espalhou pelo rosto de Dominic, e senti meu estômago se apertar. Eu conhecia aquele sorriso. Era o sorriso que ele usava quando algo inesperado havia acontecido, algo que ele poderia torcer a seu favor.
— Não — respondeu, se aproximando da minha cama com passos medidos. — Pedi para cuidarem um pouquinho mais de você aqui.
— Por quê?
Ele parou ao lado da cama, olhando para mim com aquela intensidade perturbadora que sempre me fazia sentir simultaneamente escolhida e ameaçada.
— Porque o destino... às vezes parece que j**a do nosso lado — disse lentamente, saboreando cada palavra. — Sabe quem eu acabei de ver dando entrada na recepção?
Meu coração disparou. Havia apenas uma pessoa cuja presença aqui faria Dominic reagir dessa forma, apenas uma pessoa que faria seus olhos brilharem com aquela mistura de possessão e oportunidade.
— Quem? — perguntei, mas minha voz saiu fraca, porque eu já sabia a resposta antes mesmo de ele abrir a boca.
Dominic se inclinou, seu rosto ficando perigosamente próximo ao meu, e quando falou, havia uma satisfação cruel em sua voz.
— Maitê.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Já tem uns 3 dias que não disponibiliza os capítulos. Parou no capítulo 557. PS. Esse livro que não acaba.... 🤔...
Queria saber o que está acontecendo, que os capítulos não estão mais disponíveis....
Poxa vida, ja era ruim liberar 2 ou 3 capitulos por noite a conta gotas, agora falhar na liberacao diaria é pèssimo ... oq tem acontecidoncom frequencia. Desanimador....
Alguém sabe me dizer, quando sai mais capítulos?...
Oq esta acontecendo com os capitulos 566 e 567? Liberei as moedas mas nenhum dos dois foi liberado. E ontem tbem nao houve liberacao de capitulos novos ......
Mdss estou impactada com o plost twist mds mds, história de Maitê é a mais louca e surreal, considero a melhor....
Capitulo 518. Votos de Marcos e Maitê, que lindo... Até eu fiquei emocionada 😍...
Capítulo 539 está dando erro...
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...