~ MAITÊ ~
A dor começou como uma onda lenta e constante, partindo da minha lombar e se espalhando pelo abdômen em um aperto que me fez segurar involuntariamente a borda da mesa de cabeceira. Respirei fundo, contando mentalmente enquanto a contração passava, e quando olhei para Marco, vi o exato momento em que ele percebeu o que estava acontecendo.
— Foi outra? — perguntou, levantando-se tão rapidamente da poltrona ao lado da cama que quase derrubou o celular que estava segurando.
— Foi — confirmei, tentando manter a voz calma apesar da tensão que sentia crescer no ar.
Marco começou a andar de um lado para o outro do quarto do hospital, passando as mãos pelos cabelos em um gesto que reconheci como pânico puro.
— Não estou pronto — declarou subitamente, se virando para me encarar com olhos arregalados. — Maitê, não estamos prontos. A gente nem escolheu o nome dela ainda!
Teria rido se outra contração não tivesse começado naquele exato momento. Segurei a borda da cama, respirando através da dor enquanto Marco continuava sua espiral de pânico.
— E o quarto! — ele continuou, aparentemente alheio ao fato de que eu estava tendo uma contração. — Eu queria pintar o quarto de hóspedes eu mesmo. Escolher a cor perfeita, fazer aquelas estrelinhas no teto que brilham no escuro...
— Amor... — tentei interrompê-lo, mas ele estava em modo completo de surto.
— E os livros! Prometi que ia ler todos aqueles livros sobre paternidade. Ainda estou no capítulo três do primeiro! Nem sei como trocar uma fralda direito. Na aula eles usaram aquele boneco e eu coloquei a fralda de trás para frente...
— Marco — chamei novamente.
— E se eu não souber acalmá-la quando ela chorar? E se eu a segurar errado? Bebês são tão pequenos, Maitê! Tão frágeis! E se...
A contração passou e, em vez da tensão residual que geralmente ficava, fui tomada por uma onda súbita e incontrolável de riso. Era a visão de Marco, esse homem que havia me protegido contra ameaças reais e terríveis, agora completamente desmontado pela iminência de sua filha nascer.
Comecei a rir tão forte que tive que segurar a barriga, lágrimas escorrendo pelo meu rosto enquanto Marco parava de andar e me olhava com uma expressão entre confusão e leve ofensa.
— O que foi? — perguntou, visivelmente sem entender o que era tão engraçado.
— Você — consegui dizer entre risadas. — Você está... você está mais nervoso do que eu!
— Bem, alguém tem que estar nervoso! — ele defendeu, mas eu podia ver um pequeno sorriso começando a aparecer nos cantos de sua boca.
Respirei fundo, tentando controlar as risadas, e estendi a mão para ele.
— Amor... amor? — chamei suavemente. — Lembra como fizemos nas aulas?
Marco piscou, confuso.
— O quê?
— Respiração — expliquei com paciência. — Cheira a flor...
Inspirei profundamente pelo nariz, demonstrando, e Marco finalmente pareceu entender. Ele se aproximou da cama, pegando minha mão.
— E apaga a vela — completei, expirando lentamente pela boca.
Marco riu, um som genuíno e aliviado, e começou a fazer os exercícios de respiração comigo. Ficamos assim por alguns minutos, sincronizando nossas respirações, e senti a tensão começar a se dissipar tanto dele quanto de mim.
— Cheira a flor — eu comandava suavemente.
— Cheira a flor — ele repetia, inspirando.
— Apaga a vela.
— Apaga a vela — e ambos expirávamos juntos.
Estávamos tão concentrados nos exercícios que não percebemos a porta se abrir até ouvir uma voz familiar e divertida.
— O que acha de Aurora?
Senti algo se aquecer no meu peito, uma emoção que não conseguia nomear completamente. Aurora. A luz que vem depois da escuridão. O começo de um novo dia.
— Como em... como em um novo amanhecer? — perguntei, minha voz ficando mais suave.
Marco concordou, um sorriso lindo se espalhando pelo seu rosto.
— Um novo amanhecer, um novo começo, uma nova vida... — ele fez uma pausa, seus olhos brilhando. — Depois de tudo que passamos, toda a escuridão, todo o medo... ela é nossa aurora.
Senti lágrimas se acumulando nos meus olhos, mas eram lágrimas boas, lágrimas de alegria e alívio e amor transbordando.
— Acho lindo — consegui dizer, minha voz embargada. — Nossa pequena Aurora.
Marco se inclinou para me beijar, suave e cheio de promessa, e quando nos separamos, ele tinha aquele sorriso malicioso que eu tanto amava.
— Ótimo — disse com uma seriedade cômica. — Agora que já temos o nome, posso surtar com o próximo item da lista.
Ri, puxando-o para mais perto.
— Qual é o próximo item?
— Descobrir como montar aquele berço que Zoey nos deu — admitiu, fazendo uma careta. — Tenho certeza de que tem mais parafusos do que realmente precisa.
— Marco Bellucci, você encarou meu humor maluco, sobreviveu aos meus enjoos matinais, e aguentou meus desejos loucos de comida às três da manhã — lembrei com um sorriso. — Você consegue montar um berço.
— Você tem muito mais fé em mim do que eu mesmo — ele respondeu, mas estava sorrindo.
— Eu tenho toda a fé do mundo em você! — Concordei.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Já tem uns 3 dias que não disponibiliza os capítulos. Parou no capítulo 557. PS. Esse livro que não acaba.... 🤔...
Queria saber o que está acontecendo, que os capítulos não estão mais disponíveis....
Poxa vida, ja era ruim liberar 2 ou 3 capitulos por noite a conta gotas, agora falhar na liberacao diaria é pèssimo ... oq tem acontecidoncom frequencia. Desanimador....
Alguém sabe me dizer, quando sai mais capítulos?...
Oq esta acontecendo com os capitulos 566 e 567? Liberei as moedas mas nenhum dos dois foi liberado. E ontem tbem nao houve liberacao de capitulos novos ......
Mdss estou impactada com o plost twist mds mds, história de Maitê é a mais louca e surreal, considero a melhor....
Capitulo 518. Votos de Marcos e Maitê, que lindo... Até eu fiquei emocionada 😍...
Capítulo 539 está dando erro...
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...