~ MARCO ~
— Senhor Bellucci, precisamos que se paramente imediatamente — a enfermeira me diz assim que saio do elevador no terceiro andar. Ela já está me guiando para uma pequena sala ao lado do centro obstétrico. — A dilatação está completa. Vamos para a sala de parto.
Meu coração dispara. Está na hora. Finalmente. Depois de horas esperando, depois de subir e descer para o quarto de pré-parto onde Maitê passou as últimas horas em trabalho de parto, finalmente chegou o momento.
Entro na sala e sigo as instruções rapidamente — lavo as mãos com sabão antisséptico até os cotovelos, visto o avental cirúrgico verde que a enfermeira me entrega, coloco a touca descartável cobrindo todo o cabelo, ajusto a máscara sobre o nariz e a boca, calço as sapatilhas de proteção. Minhas mãos tremem enquanto amarro os laços do avental nas costas.
— Primeira vez? — pergunta a enfermeira com um sorriso gentil visível nos olhos acima da máscara.
— Primeira — confirmo, minha voz abafada pela máscara. — Mas não a última, espero.
Ela ri suavemente.
— Vamos, ela está esperando por você.
As portas duplas da sala de parto se abrem e sou guiado para dentro. O ambiente é branco, asséptico, com luzes fortes no teto e equipamentos médicos por toda parte. Há um berço aquecido já preparado num canto, bandeja com instrumentos cirúrgicos, monitores piscando com números e gráficos.
E no centro de tudo, deitada na mesa de parto com as pernas apoiadas em suportes, está Maitê.
Ela está de camisola hospitalar, o cabelo preso numa touca igual à minha, suor escorrendo pelo rosto vermelho. Há um monitor preso à sua barriga com cintas elásticas, fios conectando-a a máquinas que mostram os batimentos cardíacos do bebê — um som rítmico e reconfortante que ecoa pela sala. Um acesso venoso está instalado em seu braço esquerdo, conectado a uma bolsa de soro.
— Apolo — ela diz assim que me vê, e há tanto alívio em sua voz que sinto meu peito apertar.
Aproximo-me rapidamente, posicionando-me ao lado de sua cabeça, pegando sua mão livre. A Dra. Carvalho está posicionada, já paramentada, com luvas cirúrgicas e um avental protetor adicional. Há duas enfermeiras ao lado, também completamente paramentadas, e uma técnica de enfermagem verificando os monitores.
— Estou aqui, Afrodite — digo, inclinando-me para que meu rosto fique próximo ao dela. Mesmo com a máscara, quero que ela veja meus olhos, que sinta que estou aqui. — Estou aqui e não vou a lugar nenhum.
— Promete? — ela pergunta, seus olhos buscando os meus, e há algo vulnerável em sua voz que me parte o coração. Outra contração está começando — vejo no monitor, a linha subindo rapidamente.
— Prometo — respondo firmemente, entrelaçando meus dedos nos dela. — Você e eu, Maitê. Até o fim.
Ela aperta minha mão com força quando a contração atinge o pico, seu rosto se contorcendo de dor apesar da epidural que foi aplicada há algumas horas. A anestesia tira a pior parte da dor, mas ainda assim é intenso, ainda assim ela sente pressão, sente o esforço que precisa fazer.
— Vai ficar tudo bem, meu amor. Você é a mulher mais forte que eu conheço. Você sobreviveu a tudo que tentaram te fazer. Isso aqui? Isso você consegue. Sei que consegue.
— Fácil... para você... dizer — ela consegue responder entre respirações ofegantes, mas há um brilho de humor em seus olhos mesmo através da dor, e isso me faz sorrir. — Você... não tá sendo... partido ao meio.
Ela ri fracamente.
— Lívia... tá lá fora?
— Lívia está lá, claro — confirmo suavemente, vendo os olhos dela brilharem com lágrimas. — E sua mãe também.
Por um breve momento, no meio de toda a dor e esforço, vejo um sorriso genuíno iluminar o rosto de Maitê. É lindo, radiante, cheio de esperança e perdão e amor. Então outra contração chega e ela volta a fazer força, apertando minha mão com tanta força que tenho certeza de que alguns ossos estalam. Mas não me importo. Ela pode quebrar todos os ossos da minha mão se isso ajudar.
— Está indo muito bem, Maitê! — a médica anuncia, e há excitação em sua voz agora. — Mais uma, mais uma grande. Vejo a cabeça! Há cabelo, bastante cabelo!
— Você consegue, amore — sussurro urgentemente, meu rosto próximo ao dela. — Mais um pouco, só mais um pouco. Nossa menina está quase aqui.
Maitê grita, fazendo uma força final que parece vir do fundo de sua alma, todo seu corpo tensionado num esforço sobre-humano, e então...
Um choro. Agudo, forte, indignado.
O som mais bonito que já ouvi em toda minha vida.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Já tem uns 3 dias que não disponibiliza os capítulos. Parou no capítulo 557. PS. Esse livro que não acaba.... 🤔...
Queria saber o que está acontecendo, que os capítulos não estão mais disponíveis....
Poxa vida, ja era ruim liberar 2 ou 3 capitulos por noite a conta gotas, agora falhar na liberacao diaria é pèssimo ... oq tem acontecidoncom frequencia. Desanimador....
Alguém sabe me dizer, quando sai mais capítulos?...
Oq esta acontecendo com os capitulos 566 e 567? Liberei as moedas mas nenhum dos dois foi liberado. E ontem tbem nao houve liberacao de capitulos novos ......
Mdss estou impactada com o plost twist mds mds, história de Maitê é a mais louca e surreal, considero a melhor....
Capitulo 518. Votos de Marcos e Maitê, que lindo... Até eu fiquei emocionada 😍...
Capítulo 539 está dando erro...
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...