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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 492

~ MARCO ~

Saio da sala de parto ainda em transe, minhas pernas funcionando no piloto automático enquanto atravesso o corredor do centro obstétrico. Tirei a máscara e a touca, mas ainda estou com o avental cirúrgico verde. Minhas mãos ainda tremem levemente, a adrenalina do momento começando a dar lugar a uma euforia quase insuportável.

Ela nasceu. Aurora nasceu.

Minha filha está aqui. Real. Viva. Perfeita. Três quilos e duzentos gramas de pura perfeição. Cinquenta centímetros do milagre mais incrível que já testemunhei.

O alívio é tão intenso que preciso parar por um segundo, apoiando a mão na parede fria do corredor, respirando fundo. Sou pai. Realmente, oficialmente, sou pai. A palavra ecoa na minha mente, ganhando peso e significado a cada repetição.

Volto a caminhar, um sorriso idiota no rosto que simplesmente não consigo conter. Preciso contar para todos. Preciso gritar para o mundo inteiro que sou pai, que tenho uma filha linda e perfeita e...

Passo por um homem no corredor.

Acontece tão rápido que quase não registro. Ele está de costas, virando numa esquina, cabelo escuro, terno impecável, postura ereta. Apenas um vislumbre, um segundo, talvez menos.

Mas algo no meu estômago se revira.

Paro no meio do corredor, olhando para a esquina vazia onde o homem desapareceu. Meu coração, que estava leve e acelerado de felicidade, agora b**e por um motivo completamente diferente.

Dominic?

Não. Não pode ser. Balanço a cabeça, forçando o pensamento para fora. Estou imaginando coisas. Tem que estar imaginando. Dominic está ocupado com seus negócios sujos, completamente alheio ao fato de que acabei de me tornar pai. Ele nem sabe que Maitê está aqui, que deu à luz hoje.

Mas ele se parecia tanto...

Pare. Ordeno a mim mesmo. Você nunca o viu pessoalmente. Só em fotos, em vídeos, em notícias. Pode ser qualquer um. Qualquer executivo visitando alguém no hospital.

Mesmo assim, a sensação de perigo não me abandona completamente. Respiro fundo, forçando os ombros a relaxar. Não vou deixar que ele estrague isso. Não hoje. Hoje é sobre Aurora, sobre Maitê, sobre minha família. Dominic Sforza não tem lugar aqui.

Retomo meu caminho para a sala de espera com passos mais determinados, empurrando aquela sensação estranha para o fundo da mente. Provavelmente era só paranoia. Provavelmente.

Quando entro na sala de espera, todos se levantam imediatamente. Christian chega primeiro, os olhos arregalados e ansiosos. Zoey está logo atrás dele, as mãos entrelaçadas na frente do corpo. Giuseppe se levanta do sofá com alguma dificuldade, apoiando-se na bengala. Minha mãe me olha com expectativa, meu pai se levanta da cadeira onde estava folheando uma revista sem ler uma palavra sequer. Bianca corre na minha direção.

Do outro lado da sala, vejo Lívia parada ao lado de Mia e , ambas me olhando com expectativa e apreensão. As duas claramente estiveram chorando — os olhos vermelhos, lenços amassados nas mãos.

— E então? — Christian pergunta, a voz tensa. — Como ela está? Está tudo bem?

O sorriso volta ao meu rosto, impossível de conter.

— Completamente saudável — anúncio, e minha voz sai embargada de emoção. —Perfeita. Maitê foi incrível!

O alívio que atravessa a sala é quase palpável. Minha mãe soluça, levando as mãos ao rosto. Bianca grita de alegria. Giuseppe fecha os olhos, murmurando algo em italiano que soa como uma oração de gratidão.

— Aquela é ela — sussurro, apontando, meu peito inchando de orgulho. — Aurora.

Há um coro de suspiros e exclamações abafadas. Zoey aperta o braço de Christian, sorrindo amplamente. Minha mãe chora abertamente, meu pai passa o braço pelos ombros dela. Giuseppe se aproxima do vidro, colocando a mão contra ele como se pudesse tocá-la através da barreira.

— Bellissima — ele murmura. — Absolutamente linda.

— Olha o tanto de cabelo que ela tem — comenta Bianca, maravilhada. — E tão escuro!

— Como a Maitê — diz Lívia com um sorriso. — Ela vai ser linda quando crescer.

Clarisse se aproxima do vidro devagar, quase com reverência, olhando para Aurora com uma mistura de admiração, amor e algo que parece dor — a dor de todos os anos perdidos, de todos os momentos que não esteve lá para Maitê.

— Ela é perfeita — Clarisse sussurra, a voz quebrada. — Tão pequena. E vocês escolheram um nome lindo. Aurora. Um novo amanhecer. Muito apropriado.

Fico ali, rodeado pela minha família e pela família de Maitê, todos admirando minha filha através do vidro, e sinto uma onda de gratidão tão intensa que quase me derruba. Gratidão por Maitê, por Aurora, por todos aqui presentes, por este momento perfeito.

— Eu não sei o que vocês Bellucci têm — Lívia diz de repente, ainda olhando para Aurora, um pequeno sorriso nos lábios. — Mas esses olhos azuis! São inconfundíveis.

Rio, não conseguindo conter a felicidade que transborda do meu peito.

— É — concordo, olhando para minha filha através do vidro, vendo aqueles olhinhos que há poucos minutos estavam me encarando com aquele azul inconfundível. — Ela tem meus olhos, não tem?

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