~ VIVIANNE ~
Estava deitada na cama do quarto do hospital, mudando os canais da TV sem realmente prestar atenção em nada, quando a porta se abriu com tanta força que bateu na parede.
Dominic entrou como um furacão.
Levantei-me num reflexo, o controle remoto caindo no chão, meu coração disparando instantaneamente. Nunca o tinha visto assim — o rosto vermelho de raiva, os olhos praticamente faiscando, a mandíbula tão tensa que podia ver os músculos saltados mesmo de longe. Ele estava segurando uma sacola de papel pardo em uma das mãos, os nós dos dedos brancos de tanta força.
— Dominic, o que...?
— FILHA DELE! — ele gritou, e dei um passo para trás instintivamente. — A maldita criança é FILHA DELE!
Por um momento, não consegui processar. Então entendi. A bebê. Maitê tinha dado à luz.
Dominic atravessou o quarto com passos furiosos e jogou a sacola em cima da cômoda com tanta força que derrubou o abajur. Ele se virou e, num movimento brusco, varreu tudo que estava em cima da mesa de cabeceira — copos, o balde de gelo, meu celular — tudo foi ao chão num estrondo ensurdecedor.
— BELLUCCI! — ele cuspiu o nome como se fosse veneno. — Aquele filho da puta conseguiu! Conseguiu o que era MEU!
Fiquei parada onde estava, tentando me fazer o menor possível, cada músculo do meu corpo tenso. Já tinha visto Dominic bravo antes. Já o tinha visto irritado, frustrado, até cruel. Mas isso... isso era diferente. Isso era fúria pura, descontrolada, perigosa.
Ele continuou andando de um lado para o outro como um animal enjaulado, passando as mãos pelo cabelo, desfazendo o penteado sempre impecável.
Respirei fundo, tentando encontrar coragem para falar.
— Você... você já conseguiu um DNA? — perguntei com cuidado, minha voz saindo mais baixa do que pretendia.
Dominic se virou para mim tão rápido que dei um passo para trás novamente. Seus olhos estavam selvagens, quase irreconhecíveis.
— DNA? — ele riu, mas não havia humor no som, apenas amargura. — Aqueles OLHOS são mais do que qualquer DNA, Vivianne. Aqueles malditos olhos AZUIS Bellucci. Inconfundíveis. Indiscutíveis.
Senti meu estômago afundar. Então era verdade. A bebê era filha de Marco.
— Mas ainda assim você vai pedir, não vai? — disse, forçando minha voz a soar firme. — Falsificar os documentos?
Dominic parou de andar. Por um longo momento, ele apenas ficou ali parado, de costas para mim, os ombros subindo e descendo com a respiração pesada. Então, lentamente, ele se virou e se sentou na beirada da cama, como se toda a raiva tivesse subitamente se transformado em algo mais calculista, mais frio.
Era quase mais assustador do que a fúria.
— O tempo está ficando curto — ele disse, e sua voz agora estava perigosamente calma. As mãos entrelaçadas na frente do corpo, os cotovelos apoiados nos joelhos, os olhos fixos em algum ponto no chão. — Eu sei que os Bellucci estão na minha cola. As trocas de rótulos, os envenenamentos... eles estão juntando provas. É questão de tempo até conseguirem algo concreto o suficiente.
Ouvi as palavras mas não consegui evitar o arrepio que percorreu minha espinha. Ele estava falando sobre isso tão abertamente, tão casualmente, como se estivesse discutindo o clima.
— Você precisa de um trunfo — murmurei, começando a entender aonde isso ia dar.
Dominic caminhou até a cômoda onde tinha jogado a sacola de papel pardo. Ele a pegou com cuidado agora, quase com reverência, e se virou para mim. Seus olhos encontraram os meus, e havia algo neles que me fez querer recuar, fugir, gritar.
— Eu? — ele disse, e havia um tom quase divertido em sua voz agora. — Eu não vou fazer nada, Vivianne.
Ele atravessou o quarto em minha direção, cada passo medido, deliberado. Estendi a mão automaticamente quando ele me ofereceu a sacola, meus dedos se fechando ao redor do papel áspero antes mesmo de processar completamente o que estava acontecendo.
— Você vai — ele completou, e me entregou a sacola.
Peguei automaticamente, meus dedos se fechando ao redor do papel áspero. Olhei para Dominic, confusa, esperando mais explicações. Mas ele apenas se virou e caminhou em direção à porta, ajeitando o terno.
Antes de sair, ele parou na soleira.
— Não demore — foi tudo que disse antes de fechar a porta atrás de si.
Fiquei ali parada no meio do quarto destruído, segurando a sacola de papel pardo. Meu coração batia acelerado, cada instinto me dizendo que não ia gostar do que fosse encontrar ali dentro.
Com mãos trêmulas, abri lentamente a sacola. O papel farfalhou alto no silêncio do quarto. Olhei para dentro.
E suspirei fundo.
— Merda! — deixei escapar.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Já tem uns 3 dias que não disponibiliza os capítulos. Parou no capítulo 557. PS. Esse livro que não acaba.... 🤔...
Queria saber o que está acontecendo, que os capítulos não estão mais disponíveis....
Poxa vida, ja era ruim liberar 2 ou 3 capitulos por noite a conta gotas, agora falhar na liberacao diaria é pèssimo ... oq tem acontecidoncom frequencia. Desanimador....
Alguém sabe me dizer, quando sai mais capítulos?...
Oq esta acontecendo com os capitulos 566 e 567? Liberei as moedas mas nenhum dos dois foi liberado. E ontem tbem nao houve liberacao de capitulos novos ......
Mdss estou impactada com o plost twist mds mds, história de Maitê é a mais louca e surreal, considero a melhor....
Capitulo 518. Votos de Marcos e Maitê, que lindo... Até eu fiquei emocionada 😍...
Capítulo 539 está dando erro...
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...