Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 495

~ MAITÊ ~

O quarto estava mergulhado numa penumbra confortável, apenas a luz suave do abajur na mesinha de cabeceira iluminando o espaço. Era um dos quartos de luxo do hospital — praticamente uma suíte, com banheiro privativo, sofá, e o mais importante naquele momento: uma cama de casal onde Marco e eu estávamos deitados, lado a lado.

Meu corpo ainda doía. Cada músculo reclamava do esforço sobre-humano que tinha feito algumas horas atrás. Mas era uma dor boa, uma dor que valia a pena. Porque agora, em algum lugar neste hospital, numa salinha de berçário, estava minha filha.

Nossa filha.

Ainda não acreditava completamente que era real. Que ela estava aqui. Que tinha realmente acontecido.

Marco estava de lado, apoiado num cotovelo, olhando para mim com aquele sorriso bobo que não saía do rosto dele desde que Aurora tinha nascido. Seus dedos brincavam distraidamente com uma mecha do meu cabelo.

— Você viu como ela é pequena? — ele disse pela milésima vez, e eu ri suavemente. — Sério, Maitê, ela é linda.

— Eu sei, Marco — respondi com ternura. — Eu estava lá quando ela saiu de mim, lembra? E pra falar a verdade... naquele momento ela não pareceu tão pequena.

Ele riu, um som baixo e íntimo que me aqueceu por dentro.

— Você foi incrível, sabe disso? — ele disse, inclinando-se para beijar minha testa. — Nunca vi nada tão... poderoso. Tão lindo. Você trazendo ela ao mundo.

Senti meus olhos arderem com lágrimas.

— Eu não queria que ela passasse a noite no berçário — admiti, e sabia que minha voz soava pequena, vulnerável. — Queria que ela ficasse aqui, com a gente. Não quero ficar longe dela nem por um segundo.

Marco passou o polegar suavemente pela minha bochecha, aquele gesto reconfortante que ele sempre fazia quando eu estava preocupada.

— Eu sei, amor — ele disse gentilmente. — Mas a enfermeira achou melhor. Você precisa descansar depois de tudo que passou, se recuperar do parto. E se Aurora começar a chorar no meio da noite, você não vai conseguir descansar direito, vai querer levanta, vai forçar seu corpo. É só por essa primeira noite, ok? Amanhã ela fica aqui com a gente o dia todo.

Eu sabia que ele tinha razão. Sabia que meu corpo precisava se recuperar, que tinha passado por um trabalho de parto intenso e precisava de sono. Meu corpo inteiro parecia ter sido atropelado por um caminhão. Mas mesmo assim...

— Eu sei — suspirei, me aconchegando mais contra ele. — Mas não queria sair do lado da minha filha. Parece errado ela estar lá e eu aqui. Como se eu já tivesse falhando como mãe no primeiro dia.

— Nossa filha — Marco corrigiu com um sorriso, beijando meu nariz. — E você não está falhando em nada. Você é a mãe mais incrível do mundo, e ela nem tem vinte e quatro horas de vida ainda. Ela está segura, Maitê. A poucos metros daqui, com enfermeiras especializadas cuidando dela. Está tudo bem.

Quis acreditar nele. Quis deixar a preocupação de lado e apenas aproveitar este momento, este primeiro dia como pais, ainda bobos e apaixonados e incapazes de falar sobre qualquer outra coisa que não fosse Aurora.

— Ela vai ser incrível — Marco disse com convicção. — Como a mãe dela.

Meu coração se apertou de amor. Como esse homem conseguia sempre dizer exatamente o que eu precisava ouvir?

Ficamos em silêncio por um momento, apenas aproveitando a proximidade, o calor um do outro.

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