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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 496

~ MARCO ~

A enfermeira não respondeu. Seus olhos apenas se arregalaram, o pânico estampado tão claramente no rosto que senti meu estômago revirar. Ela deu um passo para trás, depois outro, as mãos tremendo visivelmente.

— Eu... eu preciso... — ela gaguejou, sem conseguir terminar a frase. E então simplesmente se virou e saiu correndo do quarto.

Por um segundo, nenhum de nós se moveu. Apenas ficamos ali, olhando para a porta vazia, como se ela fosse voltar a qualquer momento com uma explicação lógica, com Aurora nos braços, dizendo que tinha sido tudo um mal-entendido.

Mas ela não voltou.

E então Maitê se moveu.

Jogou as cobertas para o lado e se levantou da cama num movimento brusco. Não disse nada. Não olhou para mim. Apenas começou a andar em direção à porta, seus passos rápidos apesar da dor que devia estar sentindo.

— Maitê— comecei, mas ela já estava no corredor.

Corri atrás dela, alcançando-a em poucos passos. Segurei sua mão, não para detê-la, mas para ir junto. Para estar ali. Para o que quer que estivesse acontecendo.

O corredor estava diferente. Mesmo no meio da madrugada, havia movimento demais. Enfermeiras sussurrando urgentemente entre si. Portas se abrindo e fechando. Um segurança falando baixo no rádio. Todos pareciam nervosos, apressados, assustados.

Maitê andava rápido, quase correndo, seus olhos fixos à frente. Eu sentia seus dedos apertando os meus com uma força desesperada, mas quando olhei para seu rosto, vi algo que me assustou mais do que qualquer grito teria feito.

Ela estava em branco. Completamente em branco. Os olhos abertos mas vazios, como se ela tivesse se desligado de tudo, como se a única coisa que seu cérebro ainda conseguia processar fosse: andar, chegar até ela, encontrar Aurora.

Chegamos ao berçário. A porta estava aberta, e através dela pude ver mais movimento, mais pessoas. Uma mulher mais velha de jaleco branco estava ao telefone, sua voz tensa. Duas enfermeiras verificavam algo em uma prancheta, as mãos tremendo visivelmente.

E os berços.

Pude ver os berços através da janela de vidro. Alguns com bebês dormindo pacificamente. Alguns vazios.

Um deles tinha um cartãozinho. Consegui ler mesmo de longe.

Aurora Bellucci.

Vazio.

Senti minhas pernas fraquejarem. Segurei o batente da porta para não cair.

— Onde está minha filha? — Maitê disse, e sua voz saiu tão quebrada, tão destruída, que todas as pessoas dentro do berçário pararam o que estavam fazendo e olharam para nós.

A mulher de jaleco branco desligou o telefone rapidamente e veio até nós. Tinha cabelos grisalhos e olhos cansados que tentavam esconder o pânico, mas falhavam miseravelmente.

— Senhor e senhora Bellucci — ela disse, e sua voz tremia levemente. — Eu sou a Dra. Helena, supervisora da maternidade. Por favor, precisamos que...

— ONDE ESTÁ MINHA FILHA? — Maitê gritou, e o grito ecoou pelo corredor inteiro. Várias pessoas viraram a cabeça. — ONDE ESTÁ AURORA?

— Não sabemos — a Dra. Helena disse, e pelo menos teve a decência de ser honesta. — Ela... ela não está no berçário. Estamos procurando em todos os setores, verificando se foi levada para algum exame sem registro adequado, mas...

— Mas vocês não acham que foi isso — completei, minha voz saindo gelada. — Acham?

Ela hesitou por apenas uma fração de segundo, mas foi o suficiente.

— Chamamos a segurança — admitiu finalmente. — E a polícia está sendo acionada. Senhor Bellucci, há indícios de que alguém pode ter... levado Aurora.

O mundo parou.

Levado.

Sequestrada.

Capítulo 496 1

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