~ BIANCA ~
A adega era exatamente como eu imaginava que seria — pequena, rústica, com paredes de pedra antiga que mantinham a temperatura constantemente fresca mesmo no inverno rigoroso lá fora. O cheiro era inebriante: madeira de carvalho envelhecida, uvas fermentadas, terra úmida. Havia algo reconfortante naquele espaço, algo que fazia meu peito se acalmar de uma forma que eu não conseguia explicar.
Nico acendeu algumas lâmpadas penduradas no teto baixo, lançando uma luz dourada e suave que criava sombras dançantes nas paredes irregulares. Barris de madeira de diferentes tamanhos estavam dispostos em fileiras apertadas, alguns empilhados uns sobre os outros, outros alinhados ao longo das paredes. Prateleiras de metal sustentavam garrafas cobertas de poeira, etiquetas escritas à mão marcando anos e variedades.
Era apertado. Muito apertado.
— Precisamos reorganizar estes barris aqui — disse Nico, apontando para um canto onde vários barris estavam amontoados de forma desorganizada. — Alguns estão bloqueando o acesso aos que têm o vinho que está quase pronto para engarrafar. Vamos precisar movê-los.
Assenti e o segui até o canto indicado. O espaço entre as fileiras de barris era estreito o suficiente para que apenas uma pessoa passasse confortavelmente. Com nós dois ali, era impossível não nos tocarmos.
Nico posicionou-se de um lado de um barril particularmente grande e fez um gesto para que eu ficasse do outro lado.
— Pronta? Vamos rolar ele até ali — indicou um espaço vazio alguns metros à frente.
Coloquei as mãos no barril, sentindo a madeira áspera e fria sob meus dedos. Nico contou até três e começamos a empurrar. O barril era pesado, muito mais do que eu esperava, e Nico teve que fazer força real para fazê-lo se mover.
Conforme rolávamos o barril pelo espaço estreito, nossos corpos se aproximavam e se afastavam em um ritmo natural ditado pelo movimento. Meu ombro esbarrou no peito dele. Meu quadril roçou no dele quando tivemos que ajustar a direção. A cada toque acidental, sentia uma faísca de eletricidade percorrer minha pele.
E percebia que ele sentia também. Via na forma como sua mandíbula se apertava. Como sua respiração ficava levemente mais rápida. Como seus olhos evitavam os meus, focando intensamente no trabalho como se fosse a coisa mais importante do mundo.
Movemos mais três barris dessa forma. A cada um, o espaço parecia ficar menor. Os toques, mais frequentes. A tensão, mais palpável.
Quando terminamos com os barris do chão, Nico olhou para cima, para uma prateleira alta onde algumas garrafas antigas estavam desorganizadas.
— Preciso reorganizar aquelas também — disse ele, mais para si mesmo do que para mim. — Merda, esqueci a escada.
Olhei para a prateleira. Era alta, mas não absurdamente alta.
— Eu consigo alcançar se você me levantar — sugeri, e vi o momento exato em que ele processou o que eu tinha dito.
Seus olhos se arregalaram levemente.
— Eu... posso ir buscar a escada. Não vai demorar.
— Nico — disse, colocando uma mão no braço dele. — Vai levar dez minutos para você subir, pegar a escada, e voltar. Ou você pode simplesmente me levantar agora e terminarmos em trinta segundos.
Vi o conflito interno acontecendo por trás daqueles olhos verdes. Mas eventualmente, a praticidade venceu.
— Tudo bem — concordou ele, sua voz saindo um pouco rouca. — Vou segurar sua cintura e te levantar. Você alcança as garrafas e organiza elas por ano, da esquerda para a direita. Consegue ver as datas nos rótulos?
Assenti.
Nico se posicionou atrás de mim, e senti suas mãos grandes e calorosas pousarem na minha cintura. Meu coração disparou. Através do tecido fino da blusa que eu usava, conseguia sentir cada dedo, cada movimento.
— Pronta? — perguntou ele, sua voz tão perto do meu ouvido que senti seu hálito quente contra minha pele.
— Pronta.
Ele me levantou com uma facilidade surpreendente, como se eu não pesasse nada. De repente eu estava no ar, na altura perfeita para alcançar a prateleira, mas completamente dependente da força dele me segurando.
Tentei me concentrar nas garrafas. Realmente tentei. Mas era difícil focar em datas e organização quando podia sentir o calor do corpo dele irradiando contra minhas costas, quando suas mãos apertavam minha cintura com firmeza, quando cada pequeno ajuste de posição fazia meu corpo se pressionar mais contra o dele.
Peguei a primeira garrafa e a coloquei mais à esquerda. Depois a segunda. A terceira.
E então, talvez propositalmente, talvez não, me inclinei um pouco mais para frente do que o necessário. Minha blusa subiu alguns centímetros, expondo uma faixa de pele da minha barriga e das minhas costas.
Ouvi Nico inalar profundamente.
Sorri para mim mesma e continuei organizando, me movendo de forma que exigia que eu me esticasse, que me curvasse, que fizesse meu corpo se mover contra as mãos dele de formas que eram definitivamente desnecessárias para a tarefa.
— Bianca... — a voz dele saiu tensa, quase um aviso.
— Hm? — respondi inocentemente, alcançando outra garrafa e arqueando minhas costas no processo.
As mãos na minha cintura apertaram com mais força.
— Você está fazendo isso de propósito.
— Fazendo o quê? — perguntei, virando levemente a cabeça para olhar para ele por cima do ombro. — Só estou organizando as garrafas como você pediu.

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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Já tem uns 3 dias que não disponibiliza os capítulos. Parou no capítulo 557. PS. Esse livro que não acaba.... 🤔...
Queria saber o que está acontecendo, que os capítulos não estão mais disponíveis....
Poxa vida, ja era ruim liberar 2 ou 3 capitulos por noite a conta gotas, agora falhar na liberacao diaria é pèssimo ... oq tem acontecidoncom frequencia. Desanimador....
Alguém sabe me dizer, quando sai mais capítulos?...
Oq esta acontecendo com os capitulos 566 e 567? Liberei as moedas mas nenhum dos dois foi liberado. E ontem tbem nao houve liberacao de capitulos novos ......
Mdss estou impactada com o plost twist mds mds, história de Maitê é a mais louca e surreal, considero a melhor....
Capitulo 518. Votos de Marcos e Maitê, que lindo... Até eu fiquei emocionada 😍...
Capítulo 539 está dando erro...
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...