~ NICOLÒ ~
O grito me acordou.
Alto, agudo, carregado de dor e terror.
Sentei-me imediatamente na cama, meu coração disparando, completamente desorientado por um momento. Onde estava? O quarto estava escuro, iluminado apenas pelo brilho fraco do lampião deixado aceso na cômoda.
Então lembrei. Quarto de Bianca. Tinha ficado com ela porque ela pediu. Porque estava assustada e com dor.
Outro grito, mais abafado desta vez, como se ela estivesse tentando contê-lo.
Olhei para o lado e vi Bianca se contorcendo debaixo das cobertas, sua cabeça se movendo de um lado para o outro, seus dedos agarrando os lençóis com força.
— Não, não, não — ela murmurava, sua voz saindo desesperada. — Por favor, não...
Pesadelo.
— Bianca — chamei suavemente, tocando seu ombro. — Bianca, acorda. É só um sonho.
Ela não respondeu. Continuou se debatendo, suas palavras se tornando mais incoerentes, mais angustiadas.
— Bianca! — disse mais alto, sacudindo-a gentilmente.
Seus olhos se abriram de repente, arregalados, selvagens, não me vendo realmente. Seu corpo estava tenso como uma corda esticada demais.
— Ei, ei — disse, colocando as mãos em seus ombros. — Está tudo bem. Foi só um pesadelo. Você está segura.
Gradualmente, vi o reconhecimento voltar aos olhos dela. A selvageria deu lugar à confusão, depois à consciência.
— Nico? — sua voz saiu rouca, quebrada.
— Estou aqui — respondi. — Foi só um pesadelo.
E então ela levou as mãos à cabeça, seus dedos pressionando as têmporas com força, e soltou um gemido baixo de dor.
— Minha cabeça — sussurrou. — Deus, minha cabeça está... está rachando.
Peguei o lampião e o aproximei para ver melhor seu rosto. Estava pálida, muito pálida, com uma camada fina de suor na testa. Seus olhos estavam apertados de dor.
— Quanto? — perguntei. — De um a dez, quanto é a dor?
— Nove — respondeu ela através de dentes cerrados. — Talvez dez. Não sei. Nunca senti algo assim antes. Ou... ou talvez tenha sentido, mas não lembro.
Merda.
Levantei-me imediatamente da cama.
— Vou te levar ao médico — disse, já procurando por roupas mais quentes. — Agora.
— Nico, está de madrugada — protestou ela fracamente. — E tem a nevasca...
— Não me importo — interrompi, pegando o casaco que estava pendurado na cadeira. —Precisamos ver o Doutor Marchesi agora.
Joguei o casaco sobre ela e a ajudei a se levantar. Bianca cambaleou levemente, segurando meu braço para se equilibrar.
— Consegue andar? — perguntei.
— Acho que sim.
Peguei o lampião e a guiei para fora do quarto, pelo corredor escuro até as escadas. Cada passo parecia causar-lhe dor, via isso na forma como ela apertava os olhos, como segurava a respiração.
Deixei Bianca na sala por um momento enquanto ia rapidamente até o quarto de minha mãe para avisá-la. Martina, sempre alerta mesmo no meio da madrugada, concordou imediatamente em ficar de olho em Bella e me aconselhou a ter cuidado com a nevasca.
Voltei para a sala onde Bianca estava sentada no sofá, encolhida, suas mãos ainda pressionando a cabeça.
— Vamos — disse, ajudando-a a se levantar novamente.
O frio me atingiu como uma parede sólida. A neve caía em flocos grossos e pesados, já acumulada em pelo menos trinta centímetros no chão. O vento uivava, empurrando a neve em redemoinhos que dançavam sob a luz fraca do lampião.
Guiei Bianca até meu carro, abrindo a porta do passageiro e ajudando-a a entrar. Corri para o lado do motorista, sacudindo a neve que já havia se acumulado no para-brisa.
O motor tossiu uma vez, duas vezes, antes de finalmente pegar. Liguei o aquecedor no máximo e comecei a dirigir lentamente, cuidadosamente, pela estrada coberta de neve.
A visibilidade era horrível. Mal conseguia ver três metros à frente. Os faróis refletiam nos flocos de neve, criando uma parede branca quase sólida.
Levou quarenta minutos para fazer uma viagem que normalmente levava quinze. Quarenta minutos de tensão absoluta, dirigindo a menos de vinte quilômetros por hora, rezando para não sair da estrada.
Quando finalmente chegamos à pequena clínica na cidade, as luzes da clínica estavam acesas — o gerador funcionando.

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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Já tem uns 3 dias que não disponibiliza os capítulos. Parou no capítulo 557. PS. Esse livro que não acaba.... 🤔...
Queria saber o que está acontecendo, que os capítulos não estão mais disponíveis....
Poxa vida, ja era ruim liberar 2 ou 3 capitulos por noite a conta gotas, agora falhar na liberacao diaria é pèssimo ... oq tem acontecidoncom frequencia. Desanimador....
Alguém sabe me dizer, quando sai mais capítulos?...
Oq esta acontecendo com os capitulos 566 e 567? Liberei as moedas mas nenhum dos dois foi liberado. E ontem tbem nao houve liberacao de capitulos novos ......
Mdss estou impactada com o plost twist mds mds, história de Maitê é a mais louca e surreal, considero a melhor....
Capitulo 518. Votos de Marcos e Maitê, que lindo... Até eu fiquei emocionada 😍...
Capítulo 539 está dando erro...
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...