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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 553

~ NICOLÒ ~

O grito me acordou.

Alto, agudo, carregado de dor e terror.

Sentei-me imediatamente na cama, meu coração disparando, completamente desorientado por um momento. Onde estava? O quarto estava escuro, iluminado apenas pelo brilho fraco do lampião deixado aceso na cômoda.

Então lembrei. Quarto de Bianca. Tinha ficado com ela porque ela pediu. Porque estava assustada e com dor.

Outro grito, mais abafado desta vez, como se ela estivesse tentando contê-lo.

Olhei para o lado e vi Bianca se contorcendo debaixo das cobertas, sua cabeça se movendo de um lado para o outro, seus dedos agarrando os lençóis com força.

— Não, não, não — ela murmurava, sua voz saindo desesperada. — Por favor, não...

Pesadelo.

— Bianca — chamei suavemente, tocando seu ombro. — Bianca, acorda. É só um sonho.

Ela não respondeu. Continuou se debatendo, suas palavras se tornando mais incoerentes, mais angustiadas.

— Bianca! — disse mais alto, sacudindo-a gentilmente.

Seus olhos se abriram de repente, arregalados, selvagens, não me vendo realmente. Seu corpo estava tenso como uma corda esticada demais.

— Ei, ei — disse, colocando as mãos em seus ombros. — Está tudo bem. Foi só um pesadelo. Você está segura.

Gradualmente, vi o reconhecimento voltar aos olhos dela. A selvageria deu lugar à confusão, depois à consciência.

— Nico? — sua voz saiu rouca, quebrada.

— Estou aqui — respondi. — Foi só um pesadelo.

E então ela levou as mãos à cabeça, seus dedos pressionando as têmporas com força, e soltou um gemido baixo de dor.

— Minha cabeça — sussurrou. — Deus, minha cabeça está... está rachando.

Peguei o lampião e o aproximei para ver melhor seu rosto. Estava pálida, muito pálida, com uma camada fina de suor na testa. Seus olhos estavam apertados de dor.

— Quanto? — perguntei. — De um a dez, quanto é a dor?

— Nove — respondeu ela através de dentes cerrados. — Talvez dez. Não sei. Nunca senti algo assim antes. Ou... ou talvez tenha sentido, mas não lembro.

Merda.

Levantei-me imediatamente da cama.

— Vou te levar ao médico — disse, já procurando por roupas mais quentes. — Agora.

— Nico, está de madrugada — protestou ela fracamente. — E tem a nevasca...

— Não me importo — interrompi, pegando o casaco que estava pendurado na cadeira. —Precisamos ver o Doutor Marchesi agora.

Joguei o casaco sobre ela e a ajudei a se levantar. Bianca cambaleou levemente, segurando meu braço para se equilibrar.

— Consegue andar? — perguntei.

— Acho que sim.

Peguei o lampião e a guiei para fora do quarto, pelo corredor escuro até as escadas. Cada passo parecia causar-lhe dor, via isso na forma como ela apertava os olhos, como segurava a respiração.

Deixei Bianca na sala por um momento enquanto ia rapidamente até o quarto de minha mãe para avisá-la. Martina, sempre alerta mesmo no meio da madrugada, concordou imediatamente em ficar de olho em Bella e me aconselhou a ter cuidado com a nevasca.

Voltei para a sala onde Bianca estava sentada no sofá, encolhida, suas mãos ainda pressionando a cabeça.

— Vamos — disse, ajudando-a a se levantar novamente.

O frio me atingiu como uma parede sólida. A neve caía em flocos grossos e pesados, já acumulada em pelo menos trinta centímetros no chão. O vento uivava, empurrando a neve em redemoinhos que dançavam sob a luz fraca do lampião.

Guiei Bianca até meu carro, abrindo a porta do passageiro e ajudando-a a entrar. Corri para o lado do motorista, sacudindo a neve que já havia se acumulado no para-brisa.

O motor tossiu uma vez, duas vezes, antes de finalmente pegar. Liguei o aquecedor no máximo e comecei a dirigir lentamente, cuidadosamente, pela estrada coberta de neve.

A visibilidade era horrível. Mal conseguia ver três metros à frente. Os faróis refletiam nos flocos de neve, criando uma parede branca quase sólida.

Levou quarenta minutos para fazer uma viagem que normalmente levava quinze. Quarenta minutos de tensão absoluta, dirigindo a menos de vinte quilômetros por hora, rezando para não sair da estrada.

Quando finalmente chegamos à pequena clínica na cidade, as luzes da clínica estavam acesas — o gerador funcionando.

Capítulo 553 1

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