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Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 158

(Larissa)

Eu já tinha perdido a conta de quantos vestidos tinha provado naquele dia.

Cathe estava completamente fora de controle. A cada cinco minutos, surgia com um novo modelo nos braços, dizendo que "esse agora era o tal". E mesmo com minha energia quase no fim, eu ria porque ela estava mais empolgada com essa renovação de votos do que eu mesma.

— Esse aqui tem brilho! — ela dizia, levantando um vestido enorme e cheio de pedras. — E esse tem uma fenda que, olha... o Alessandro vai passar mal!

— Cathe, pelo amor de Deus... eu só quero me sentir bem. Não preciso matar o homem.

— Mas se ele quase desmaiar, já conta como sucesso! — ela riu alto, me entregando mais um modelo.

Eu me sentei no sofá da loja, suspirando. Aquilo tudo era tão diferente da primeira vez. Daquela vez... não teve escolha. Não teve emoção. Não teve nada.

Só um papel e um peso no coração.

Mas agora… agora era amor. Era verdade e, por isso mesmo, eu queria que fosse especial.

Enquanto Cathe ainda falava com a atendente, meus olhos passearam distraídos pela loja. E foi então que eu vi. Um cabide meio escondido atrás de uma arara de vestidos brilhantes. Havia algo nele que me chamou.

Me levantei devagar e caminhei até lá.

E quando meus dedos tocaram o tecido...

— Uau... — sussurrei.

Era ele, não tive dúvidas. Um vestido off-white maravilhoso, de tule leve, com a parte de cima em renda delicada, mangas longas transparentes também rendadas que abraçavam os braços com suavidade, e um decote ombro a ombro que parecia ter sido desenhado pra mim. A saia fluía com uma leveza quase mágica, cheia de camadas que caíam como nuvem, com bordados discretos e elegantes. Era romântico, delicado… atemporal.

Respirei fundo, sentindo o coração bater acelerado. Um arrepio subiu pelo meu pescoço e, por um segundo, eu me vi caminhando até o Alessandro com aquele vestido.

Foi quando ouvi um suspiro atrás de mim.

Me virei devagar e vi Cathe parada na entrada do provador, com a mão no peito.

— Amiga… é esse. É esse. — Ela se aproximou com os olhos cheios de emoção. — Você precisa experimentar. Tipo, agora!

— Eu pensei a mesma coisa — sorri, meio sem acreditar que tinha encontrado assim, tão de repente.

— Vai! Vai logo! Antes que alguém veja e leve! — ela quase me empurrou pro provador.

Entrei rindo, segurando o vestido como se fosse feito de cristal. E conforme fui vestindo, cada detalhe parecia encaixar no lugar certo. Como se o vestido soubesse exatamente onde deveria estar no meu corpo. Quando me olhei no espelho…

Eu me emocionei.

Por um momento, não vi só o vestido.

Vi a menina que eu fui.

A jovem assustada que se casou por obrigação, que nunca teve o direito de sonhar com isso.

E agora, ali, eu estava vivendo o sonho. Do meu jeito, com o homem que eu escolhi amar. Com meu filho e uma nova história.

Abri a cortina devagar.

— Cathe…

Ela se virou e arregalou os olhos.

— Meu Deus... Larissa…

— Ficou bom?

— Bom? — ela limpou discretamente uma lágrima. — Ficou maravilhosa!

Eu ri, sentindo meus olhos se encherem também.

— Eu acho que é esse. Eu senti, sabe?

— Eu sei. E o melhor? Você tá linda. Mas o que mais brilha aqui… é você.

— Mas eu vim com o meu carro…

— Eu sei. Já pedi para levarem o meu pra empresa. Eu dirijo o seu e antes que reclame, sim, eu sei onde fica o freio.

— Você tá impossível — ri, pegando minha bolsa.

Revirei os olhos com um sorriso e terminei meu lanche rapidinho antes de sairmos juntos. O trajeto até em casa foi tranquilo, e Alessandro ficou conversando com meu pai enquanto eu fui tomar um banho rápido e me trocar.

Coloquei um vestido leve e uma sandália confortável. Quando desci, eles ainda estavam conversando e rindo, como se fossem velhos amigos. A cena me aqueceu por dentro.

Fomos pra escola com o coração batendo mais forte. Não sei por quê, mas eu estava ansiosa. Como se fosse a primeira apresentação da vida dele. E talvez fosse a primeira que a gente estaria ali, juntos.

Nos sentamos nas poltronas do auditório e logo a apresentação começou. Era o clássico “O Mágico de Oz”, e lá estava ele, meu filho, como o leão covarde.

Ele entrou em cena meio tímido, os olhinhos azuis percorrendo o auditório como se estivesse procurando… e quando nos viu, sorriu largo, daqueles sorrisos que parecem luz. E foi aí que ele se soltou.

Gabriel deu um show.

— Ele tá arrasando… — sussurrei pra Alessandro, filmando tudo no celular.

— Nosso leãozinho é o melhor desse reino de Oz — ele respondeu, os olhos cheios de orgulho.

— E é o mais fofo também.

Quando a peça acabou, ele foi pro camarim improvisado com os outros alunos pra tirar a fantasia. E logo voltou correndo, os cabelos meio bagunçados, as bochechas coradas, e um sorriso escancarado.

— Mãe! Pai! — ele veio correndo, e Alessandro o pegou no colo sem nem pensar duas vezes.

— Eu fui bem? — ele perguntou, ainda ofegante.

Alessandro congelou por um segundo, olhando pra mim. O olhar dele parecia brilhar com uma mistura de surpresa e emoção tão forte que eu tive que piscar pra não chorar ali mesmo.

— Você foi incrível, campeão — Alessandro disse com a voz embargada, abraçando ele apertado.

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