Entrar Via

Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 397

A porta do meu escritório não me isolou do turbilhão de pensamentos que estava em minha mente.

Fiquei parado no meio da sala, com o corpo ainda vibrando como um fio esticado.

A cada batida do meu coração, era um flash do gosto dela, o som do gemido abafado no meu pescoço, o seu peso no meu colo, a coragem absurda nas mãos quando ela me despiu.

Meu Deus. Ela tinha me desarmado por completo.

Uma parte de mim, a parte animal e idiota, só queria correr de volta pro corredor, arrombar a porta dela e repetir tudo, de novo e de novo, mas em uma cama dessa vez, com tempo, com luz, explorando cada centímetro daquele corpo que eu tinha visto à meia-luz.

A ideia de tê-la completamente, de poder devorá-la sem pressa, me deixou com uma tensão quase dolorosa.

Mas a outra parte, a que tinha jurado protegê-la minutos antes, deu um soco no meu estômago. Seu marido… ex… não sei. Sabia que ele era perigoso, do tipo que não larga um osso, muito menos uma mulher que ele ainda considerava posse.

Se ele descobrisse… ou ao menos suspeitasse… Meus punhos se fecharam sozinhos. Eu não podia ser impulsivo. Tinha que proteger ela disso e ser inteligente.

Um suspiro pesado saiu dos meus pulmões. A realidade, a chata e cinzenta, bateu à porta. A delegacia. O delegado tinha me chamado, mas por que? Não era hora de pensar nisso.

Peguei as chaves do carro, tentando me recompor, mas o cheiro dela ainda estava na minha camisa.

Respirei fundo, como se pudesse guardar aquele ar, mas não deu. Minhas pernas me carregaram pelo corredor, quase sem eu mandar, até parar em frente à porta de vidro dela.

Ela estava lá. Sentada na cadeira, olhando pra nada, com uma expressão entre atordoada e assustada que me partiu o coração. Bati duas vezes, leves, e abri a porta antes que ela se levantasse.

Ela ergueu o rosto, surpresa. Ainda estava linda, mesmo com o cabelo um pouco fora do lugar e os olhos um pouco fundos. Uma onda de possessividade doentia passou por mim. Minha.

— Você tá bem? — minha voz ainda parecia rouca, mas pelo menos saiu.

Ela assentiu rápido, quase um reflexo.

— Sim, está tudo… sob controle.

Sorri, tentando passar uma calma que não sentia.

— Bom. Vou aproveitar que tá mais tranquilo aqui e dar uma passada na delegacia. Seu irmão me chamou.

O rosto dela se contraiu num instante.

— Eduardo? Mas… ele tá internado.

A informação me pegou de jeito.

— Internado? Como assim?

— Ontem à noite. Ele… ele foi atingido por um tiro durante uma operação.

O ar saiu dos meus pulmões. Uma operação? Eduardo era um bom delegado, provavelmente foi com aquela facção. Algo frio começou a subir pela minha nuca.

— Ele tá bem? — perguntei, sentindo a preocupação genuína apagando um pouco o fogo que ainda queimava em mim.

— Está estável. — Ela fez uma pausa, e os seus olhos ficaram marejados por um segundo, mas não de tristeza e sim, alívio. — Ele… ele me perdoou, Rafael.

Aquilo me pegou totalmente desprevenido. Sabia que os dois tinham brigado feio e parecia durar muito tempo. Ver aquilo se resolver… um sorriso largo, genuíno, tomou meu rosto.

— Você merece isso, Lorena. Merece muito.

Ela sorriu de volta, um sorriso pequeno mas verdadeiro, que iluminou a sala toda pra mim.

— Eu vou lá então. Se der, volto ainda hoje — falei, já me virando pra sair. Mas não resisti. Na porta, me virei de novo. — Você tá linda, sabia?

Dessa vez, o seu sorriso chegou até os olhos, e eu senti o mundo se ajeitar um pouquinho. Fechei a porta com cuidado.

No elevador, o sorriso se dissipou e a frieza voltou. Uma operação e o delegado foi ferido… Agora, um chamado na delegacia pra mim. Isso não era coincidência, tinha cheiro de problema.

O que, exatamente, eles queriam comigo? E o mais importante: isso ia respingar na Lorena? O aperto no peito voltou, mas agora era um aperto diferente.

Era o instinto de proteger o que era meu, e a sensação nítida de que as sombras ao nosso redor estavam ficando mais densas.

***

Capítulo 96 - Rafael 1

O nosso preço é apenas 1/4 do de outros fornecedores

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra